A Ilha Misteriosa

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A Ilha Misteriosa, no original em francês L'Île mystérieuse, é o nome de um livro do escritor Júlio Verne, publicado em 1874. Este conta as aventuras de um grupo de abolicionistas americanos que, após uma fuga num balão, encontram uma ilha desconhecida. Por vezes, o nome Ilha Misteriosa é usado simplesmente como referência à Ilha Lincoln, ilha fictícia no oceano Pacífico (34°57′S 150°30′W ), onde a história se desenrola.

[editar] História

A história começa com a fuga de cinco yankees (abolicionistas do Norte) que haviam sido feitos prisioneiros pelos separatisstas (do Sul), em Richmond, durante a Guerra Civil Americana, num balão que os próprios separatistas haviam construído. A companhia de fugitivos é formada por Cyrus Smith, um engenheiro ferroviário e oficial do exército da União, descrito como abolicionista de razão e coração; Neb (diminutivo de Nebuchadnezzar), corajoso e fiel servo afro-americano de Smith; o marinheiro Bonadventure Pencroft; Herbert Brown, jovem protegido de Pencroft e filho do seu capitão já morto; e o jornalista Gideon Spilett, repórter do New York Herald, descrito como pertencente àquela raça de jornalistas que não recuam perante coisa alguma quando se trata de obter uma informação exacta ou de transmiti-la com a menor demora ao jornal de que dependem.

Após voarem, durante vários dias, debaixo de uma tempestade, Smith cai ao mar e desaparece, e os restantes fugitivos acabam por se despenhar no Pacífico, sobre um ilhéu vulcânico não cartografado e aparentemente desabitado. Comparada a um animal monstruoso adormecido à superfície do Pacífico, a Ilha Lincoln, assim baptizada em honra do republicano Abraham Lincoln, tem aproximadamente a extensão de Malta, mas muito mais irregular e menos abundante em cabos, golfos, enseadas ou angras do que esta.

Inconsoláveis com a perda do amigo Smith, um homem da ciência e de grande instrução, os quatro sobreviventes vão fazer de tudo para o encontrar e também para organizar uma existência quase normal na ilha deserta que se encontra junto ao ilhéu para onde foram arremessados. O engenho e tenacidade dos fugitivos não conseguem, contudo, evitar que estranhos acontecimentos ponham em risco as suas vidas, obrigando-os a acreditar na presença de uma força desconhecida.

Será, afinal, a ilha habitada? Uma garrafa que dá à costa e, lá dentro, tem coordenadas muito precisas a indicar, na imensidão do Pacífico, outra terra onde alguém parece precisar de auxílio. Neste romance de Júlio Verne, o suspense e mistério vão aumentando ao virar de cada página. Quem é o desconhecido, abandonado numa ilha, que se junta aos novos colonos da ilha Lincoln? Por que razão misteriosa foi ele deixado sozinho naquele território inóspito e deserto?

As dúvidas são muitas e as explicações difíceis de encontrar. Não havia vestígio algum de obra de mão humana, nem aglomeração de casas, nem uma cabana isolada, nem uma pescaria no litoral. No ar não se elevava fumo algum que denunciasse a presença do homem. E, no entanto, vários indícios se acumulam de que algo de muito estranho se passa naquela ilha. Na verdade, algo ou alguém parece espiar constantemente os sobreviventes, desafiando-os e intervindo para os salvar em momentos críticos. Quem ou como se salvou o engenheiro Cyrus Smith sem sofrer a menor contusão ou arranhadura? De que maneira foi ele, completamente inconsciente, transportado para uma gruta que lhe serviu de abrigo contra as tempestades?

Verdadeiros Robinson Crusoe modernos, os cinco náufragos (acompanhados por Top, o cão de Smith) são filhos de uma civilização fundada na ciência e na moral, mas sem medo do perigo e da aventura. A Ilha Misteriosa é um dos melhores romances de aventuras escritos por Júlio Verne e um dos seus maiores sucessos de venda, cerca de 44 mil exemplares na época. O mistério da ilha, esse, só é revelado no final e apenas depois de muitas explosões.