A Cultura do Dinheiro

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Este livro de Fredric Jameson foi organizado e publicado apenas no Brasil. Ele reúne ensaios dele que foram publicados em outros de seus livros, como por exemplo Virada Cultural, entre outros. Segue aqui uma espécie de sumário das principais idéias tratadas pelo autor nestes ensaios.

Sobre a globalização:

• não existe pois ainda temos estados-nações
• sempre existiu, vide as rotas comerciais globais desde sempre
• há obrigatoriamente uma relação entre globalização e mercado mundial
• seria terceiro estágio multinacional do capitalismo

Sobre a Pós-modernidade:

• fim da luta política, ideologias não tem mais força
• globalização é um conceito comunicacional que mascara ou transmite significados culturais ou econômicos
• tecnologia voltada para o marketing pós-moderno

Aspectos econômicos da globalização:

• transferências financeiras e investimentos no mundo todo, informatização possibilitou nova produção flexibilizada
• Mercado mundial e sua interdependência, divisão global do trabalho

Aspectos culturais da globalização:

• celebração pós-moderna da diversidade cultural
• crescimento mundial da democratização
• desaparece a auto-suficiência nacional, integração forçada das nações à divisão global do trabalho
• é impossível para uma nação desconectar-se do sistema mundial
• americanização da cultura mundial, destruição das diferentes culturas locais, massificação
• capitalismo como possibilidade fundamental
• globalização vista como importação e exportação de culturas
• O mundo está se americanizando
• EUA tem assimetria fundamental nas relações com os outros países do mundo
• tendência a confundir universal e cultural, cegueira quanto à desproporção do poder
• produtos locais sempre massacrados pelos hits internacionais
• visão do inglês como língua do poder e do dinheiro
• prejuízo para a produção cultural doméstica
• danos matérias devido aos interesses em jogo, danos sociais devido às mudanças de valores (conseqüências do poder nivelador da cultura de massas americana)
• imperialismo cultural, novo sistema mundial de capitalismo tardio
• transformação do econômico em cultural e do cultural em econômico
• filmes e televisão como principais produtos de exportação dos EUA, American Way of Life
• necessidade de expansão econômica possibilitada pela retórica da liberdade
• idéias como propriedade privada (copyright)
• essa liberdade resulta na destruição da indústria cultural das outras nações
• as indústrias nacionais são obrigadas a se especializar ou se adaptar aos moldes das indústrias do terceiro mundo, para conseguir sobreviver.
• fim da possibilidade de se imaginar alternativas sociais radicalmente diferentes da ordem vigente
• a violência do imperialismo cultural americano está justamente na destruição imperialista das tradições culturais nacionais
• Hollywood como revolução cultural fundamental do capitalismo tardio
• sistema americano sempre incorpora elementos exóticos do estrangeiro
• interesses econômicos americanos e a influência cultural coincidem para produzir todo um 'american way of life' idealizado.
• consumismo como base dessa cultura de individualismo
• questiona se um dia esse meio de vida vai estar disponível para todos no mundo todo: "Parece-me que a velha oposição fundamental entre os ocidentalistas e os tradicionalistas do mundo colonizado desapareceu por completo nesse novo momento pós-moderno do capitalismo"
• Cita Nestor Garcia Canclini – globalização como cultura de hibridização, culturas surgem a partir de misturas, visão utópica "festival global multicultural", sem nenhuma cultura dominante.
• A Europa e o Japão conseguiram contrabalançar o processo de americanização?
• Será que a relação entre economia e cultura mudou de forma fundamental?
• hoje inovação cultural na cultura massificada do consumo é reveladora da centralidade de determinada área
• a morte do modernismo significou o fim da arte e cultura hegemônicas européia? Os antigos países socialistas também não conseguem gerar uma cultura original e um modo de vida diferente. No terceiro mundo, apenas o fundamentalismo religioso parece capaz de resistir à americanização.
• Albert O. Hirschman – renascimento, influência benéfica do comércio sobre as mentalidades selvagens, introdução de perspectivas cosmopolitas e civilizadoras na Europa feudal.
• Friedrich Hayek – atualmente, a falta da livre iniciativa impede o desenvolvimento da democracia política
• sociedade da imagem e a propaganda comprovam a transformação das mercadorias em produto cultural, não restando resistências significativas à massificação cultural.
• Brasil apresenta estatuto único por ter mercado de dimensões continentais.
• Yúdice – cultura pode ser campo de democratização, ao oferecer diversas opções e encetar práticas de escolha do consumidor e autonomia pessoal que podem ser vistas como preparação para a liberdade política
• O poder na América Latina é identificado com o Estado, e não com o capitalismo, como ocorre nos países do dito primeiro mundo.
• O mercado na América latina funciona como se escapasse da dominação atrasada do Estado. Por outro lado, o poder do Estado é o que tem o protegido das tentativas de direita de transformá-lo em um negócio privado de operações comerciais.
• Na América latina defende-se a multiplicidade em oposição a uma unidade opressiva, na América do norte, defende-se uma unidade positiva contra uma multiplicidade opressiva.
• Na opinião do autor, essas posições só mudam a valência dos termos, a forma de avaliar permanece a mesma.
• Na América Latina, a força positiva da cultura inclui a alta cultura; tanto a literatura de Guimarães Rosa como o samba, geram orgulho das produções autônomas nacionais.
• Haveria na América Latina uma defesa da "identidade nacional" como oposição à diferença, descartando a política modernista e deixando-nos sem um objetivo político?
• "Quem poderia ser contra a diferença no nível social e até no político?"
• Validação de uma nova política democrática estimulada pela vitalidade dos mercados, como uma variante sociológica da defesa do capitalismo e do comércio em termos de liberdade política.
• Quando se coloca a ameaça da identidade em um nível global, não é o poder do estado o inimigo da diferença, e sim a americanização e o sistema transnacional.
• Ressurgimento de defesas da cultura nacional por aqueles que afirmam o poder de resistência de uma arte ou literatura nacional.
• O problema estaria tanto nas categorias de pensamento como nos próprios fatos.
• Hegel – identidade seria definida em termos da sua diferença em relação a alguma outra coisa. Identidade e diferença devem ser sempre pensadas em conjunto
• Dialética para descobrir os fenômenos e encontrar contradições que eles escondem