Yasser Arafat
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Yasser Arafat (em árabe: ياسر عرفات) (nascido a 4 de Agosto ou 24 de Agosto de 1929 como Muhammad Abd ar-Rauf al-Qudwah al-Husayni, também conhecido como Abu Ammar), falecido em 11 de Novembro de 2004 em Clamart, nos arredores de Paris, França, foi o líder da Autoridade Palestiniana, presidente (desde 1969) da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), líder da Fatah, a maior das facções da OLP, anteriormente uma organização terrorista, e co-detentor do Prémio Nobel da Paz.
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[editar] Biografia
Arafat foi um dos sete filhos de um comerciante. O estabelecimendo da data e local de nascimento de Arafat são controversos. O seu registo de nascimento regista o seu nascimento em Cairo, no Egipto a 24 de Agosto de 1929. No entanto, alguns ainda tomam por verdadeira a afirmação de Arafat de que nasceu em Jerusalém a 4 de Agosto de 1929.
A descoberta do seu certificado de nascimento e outros documentos pela Universidade de Cairo puseram fim ao debate sobre o local de nascimento de Arafat (mesmo o seu biógrafo autorizado, Alan Hart, admite agora que ele nasceu no Cairo).
À nascença, o seu nome era Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat Al Qudua Al Husseini. Como explicado pelo seu biógrafo palestiniano árabe Said K. Aburish, (in Arafat: From Defender to Dictator, Bloomsbury Publishing, 1998, p. 7), "Mohammed Abdel Rahman era o seu nome próprio, Abdel Raouf o nome do seu pai, Arafat o nome do seu avô; Al Qudua o nome da familia dele e Al Husseini o nome do clã a que todos os Al Quduas pertenciam."
Foi afirmado que ele era um parente do clã Husseini, de Jerusalém, por parte da sua mãe (uma Abul Saoud), o que parece ser falso, uma vez que a pertença ao clã Husseini parece vir do lado do seu pai. Aburish explica que Arafat "não tinha parentesco com os verdadeiros Husseini, os notáveis de Jerusalém" (Ibid, p. 9) e explica que "o jovem Arafat pretendeu estabelecer as suas credenciais palestinianas e promover a sua ambição à liderança... e não se podia permitir admitir quaisquer factos que pudessem reduzir a sua identidade palestiniana. ...Arafat perpetuou insistentemente a lenda de que ele nascera em Jerusalém e que era um parente do importante clã Husseini daquela cidade." (Ibid, p. 8)
Arafat viveu a maior parte da sua infância no Cairo, com a excepção de quatro anos (após a morte de sua mãe, entre os seus 5 e 9 anos) em que ele viveu com o seu tio em Jerusalém.
Ele frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos seus tempos de estudante, ele aderiu à Irmandade Islâmica e à associação de estudantes, da qual ele foi presidente entre1952 e 1956.
Ainda durante a sua estadia no Cairo, ele desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin Al-Husseini, também conhecido como o Mufti de Jerusalém. Em 1956 ele serviu no exército egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional Palestiniano no Cairo em 3 de Fevereiro de 1969 Arafat foi nomeado líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Arafat casou-se já nos seus anos mais tardios com uma Palestiniana cristã. Sua esposa, Suha Arafat, deu à luz uma criança do sexo feminino(Zahwa). A sua esposa e filha vivem actualmente em Paris. Suha Arafat tornou-se recentemente cidadã francesa .
[editar] A criação da Fatah
Após a crise do Suez, Arafat foi viver no Kuwait, onde ele encontrou emprego como engenheiro e acabaria por fundar a sua própria empresa.
No Kuwait ele esteve também envolvido na criação da Fatah, uma organização dedicada ao estabelecimento de um estado palestiniano independente e à destruição de Israel. Em 1963, a Fatah foi contratada pela Síria, para levar a cargo a sua primeira operação militar - fazer explodir uma bomba de água em Dezembro de 1964. O ataque foi um falhanço. No entanto, após a Guerra dos Seis Dias de 1967, os governos árabes ganharam um interesse maior pelas organizações palestinianas, uma das quais a Fatah.
[editar] Jordânia
Depois da guerra dos seis dias de 1967, Arafat e a Fatah passam a actuar a partir da Jordânia, lançando ataques terroristas em Israel a partir do outro lado da fronteira e regressando à Jordânia antes que os israelenses pudessem reagir.
Em 1968 a Fatah foi um alvo de um ataque israelense à vila jordana de Karameh, no qual 150 guerrilheiros palestinianos e 29 soldados israelenses foram mortos, sobretudo por forças armadas jordanianas. Apesar do falhanço no terreno, a batalha foi considerada pelos árabes como uma montra para a acção da Fatah porque os israelenses se retiraram e o perfil de Arafat e da Fatah cresceram. Nos finais da década de 1960 a Fatah passou a dominar a OLP e em 1969 Arafat foi nomeado presidente da OLP, substituindo Ahmed Shukairy, originalmente nomeado pela Liga Árabe.
Arafat tornou-se chefe do estado maior (commander in chief) das Forças Revolucionárias Palestinianas dois anos mais tarde e em 1973 o líder político da OLP.
No seguimento da ambição da OLP em transformar a Jordânia num estado palestiniano (com o patrocínio da União Soviética), crescem neste tempo as tensões entre Palestinianos e o Governo da Jordânia, o que culminaria com o sequestro (e subsequente destruição) de quatro aviões pela OLP e na Guerra Civil Jordana de 1970-1971 (em particular com os eventos do Setembro Negro).
Neste conflicto, a monarquia jordana, com a ajuda de Israel, derrotou a OLP e a Síria, que se preparava para invadir a Jordânia em apoio da OLP.
[editar] Líbano
Depois desta derrota, Arafat transferiu-se juntamente com a OLP da Jordânia para o Líbano. Dada a fraqueza do governo central libanês, a OLP conseguia operar virtualmente como um estado independente (chamado "Fatahland" pelos israelenses).
A OLP começou então a usar este novo território para lançar ataques de artilharia e infiltrar terroristas contra civis israelenses, por exemplo, para o Massacre do liceu de Maalot de 1974.
Em Setembro de 1972 o grupo Setembro Negro, que é geralmente descrito como uma fachada operacional usada pelo grupo Fatah de Arafat, raptou 11 atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos. Um tiroteio com a polícia resultou na morte dos atletas, no que ficou conhecido como o Massacre de Munique. A condenação internacional do ataque fez com que Arafat se distanciasse publicamente de actos similares no futuro; em 1974 Arafat ordenou que a OLP se abstivesse de actos de violência fora de Israel, a Margem Ocidental e a Faixa de Gaza. No mesmo ano, Arafat tornou-se o primeiro representante de uma organização não governamental a discursar numa sessão plenária de uma Assembleia Geral das Naçőes Unidas.
No entanto, críticos afirmam que o afastamento de Arafat do terrorismo foi ilusório. A Fatah continuou a lançar ataques terroristas contra alvos israelenses, para além disso, nos finais da década de 1970 surgiram numerosas organizações esquerdistas palestinianas, alinhadas com a OLP mas supostamente não associadas com ela, que continuaram a atacar quer em Israel quer fora de Israel.
Israelenses afirmam que Arafat era quem detinha o controle último sobre estas organizações e desde logo não abandonou de forma nenhuma o terrorismo como instrumento político.
Em 1974, líderes de estados árabes declararam a OLP como o único representante legítimo de todos os palestinianos. A OLP foi admitida como membra de plenos direitos na Liga Árabe em 1976.
As operações da OLP no Líbano não receberam uma grande cobertura na imprensa. No entanto é certo que a OLP desempenhou um papel importante na tragédia da Guerra Civil Libanesa, e como Cristãos Libaneses alegam, Arafat e a OLP foram responsáveis pelas mortes de dezenas de milhares do seu povo.
Esta situação levou a que Israel se tenha aliado com os cristãos libaneses e conduzido duas grandes operações militares no Líbano, a primeira sendo a Operação Litani (1978), na qual uma estreita faixa terrestre (a zona de segurança) foi capturada e dominada conjuntamente pelas forças de defesa israelenses e o exército sul-libanês. A segunda foi a Operação Paz para a Galileia (1982), na qual Israel ocupou a maior parte do sul do Líbano, tendo recuado de volta à zona de segurança em 1985. Foi durante a segunda destas operações que os guerrilheiros da OLP foram pressionados a abandonar o Líbano. Ao mesmo tempo, entre 800 e 3.500 Palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos pelas milícias cristãs libanesas no Massacre de Sabra e Shatila num campo de refugiados, uma medida de retaliação pelo assassinato do líder cristão-libanês recentemente eleito Bachir Gemayel Biografia aqui (em inglês). Este episódio permitiu à OLP profilar-se internacionalmente como vítima. A fraca cobertura internacional da guerra civil libanesa, uma guerra que teve início pouco depois da chegada de Arafat ao Líbano e que fez mais de 40.000 mortos ver resumo aqui, em inglês) (ou aqui), é contrastada pela grande publicidade do Massacre de Sabra e Chatila. Ariel Sharon, o líder militar das forças israelenses no terreno sofreu também internamente a contestação pelo massacre em que ele esteve indirectamente implicado e passou para o segundo plano político por alguns anos.
[editar] Tunísia
Em Setembro de 1982, durante a invasão israelenses e sob a influência americana, foi negociado um cessar-fogo o qual permitia a Arafat e à OLP a fuga do Líbano. Arafat e os seus guerrilheiros partiram de barco desde o Líbano para a Tunísia, que permaneceu o centro das operações de Arafat até 1993.
Durante a década de 1980, Arafat recebeu o apoio de Saddam Hussein, o ditador do Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada pela derrota militar. Este apoio veio em bom tempo, e coincidiu com o início da Primeira Intifada, que teve lugar em Dezembro de 1987. Dentro de poucas semanas, Arafat estava em controlo dos motins (em contrário das suas afirmações de que o seu início tinha sido espontâneo), e foi sobretudo devido à acção das forças da Fatah na Margem Ocidental que os distúrbios continuaram por tanto tempo.
A 15 de Novembro de 1988, a OLP proclamou o "Estado da Palestina," um governo-no-exílio para os Palestinianos, nos termos da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas (a "oferta de partição de 1947"). Numa comunicação de 13 de Dezembro de 1988, Arafat declarou aceitar a Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, prometeu o futuro reconhecimento de Israel e renunciar ao terrorismo. A 2 de Abril de 1989, Arafat foi eleito pelo Conselho Central do Conselho Nacional Palestino (o corpo governante da OLP) como presidente deste hipotético estado palestiniano.
O comunicado de 13 de Dezembro foi ditado pela administração dos Estados Unidos, ansiosa por iniciar negociações políticas (os Acordo de Paz de Camp David definem o reconhecimento de Israel como um necessário ponto de partida); de qualquer forma, ele indica uma viragem do objectivo tradicional da OLP - a destruição de Israel (tal como na Declaração Nacional Palestiniana) - para o estabelecimento de duas entidades separadas, uma israelense dentro das fronteiras de 1967 e uma Palestiniana na Margem ocidental e na Faixa de Gaza.
Este desenvolvimento permitiu o início de um novo desenvolvimento político. Na conferência de Madrid de 1991, Israel conduziu negociações abertas com a OLP pela primeira vez.
No entanto, o relacionamento com o Iraque tornou-se um problema para Arafat durante a Guerra do Golfo de 1991. Ele foi o único líder árabe a tomar partido pelo Iraque antes da guerra; consequentemente, os Estados Unidos boicotaram-no, o que constituiu um impedimento nas negociações israelo-palestinianas, então em andamento.
[editar] Autoridade Palestiniana
No entanto, a crispação americana em breve se atenuou, levando aos Acordo de Paz de Oslo de 1993, que estipulavam a implementação da auto-administração Palestiniana na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza num período de cinco anos. No ano seguinte, numa decisão controversa, Arafat recebeu o Prémio Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak Rabin. Em 1994, Arafat deslocou-se para a Autoridade Palestiniana (AP) - a entidade provisional criada pelos acordos de Oslo.
A 20 Janeiro de 1996, Arafat foi eleito presidente da AP, com uma maioria esmagadora de 87% (o único outro candidato sendo Samiha Khalil). Observadores independentes internacionais reportaram que as eleições decorreram de forma livre e justa. No entanto, alguns críticos alegam que porque a maioria dos movimentos de oposição não participaram nas eleições e outras irregularidades, as eleições não foram verdadeiramente democráticas.
Novas eleições estavam inicialmente anunciadas para Janeiro de 2002, mas foram depois adiadas, alegadamente por causa da impossibilidade de fazer campanha devido a incursões militares israelenses e restrições da liberdade de movimento nos territórios ocupados.
Desde 1996, o título usado por Arafat como líder da Autoridade Palestiniana é a palavra árabe ra'is (cabeça) cuja tradução para o português é matéria de disputa. Documentos israelenses traduzem normalmente a palavra como "chairman", (presidente de conselho) enquanto documentos palestinianos traduzem-no como "presidente". Os Estados Unidos normalmente seguem a prática israelense, enquanto que as Nações Unidas normalmente seguem a prática palestiniana, que também é usada em Portugal.
Em meados de 1996, após a eleição de Benjamin Netanyahu como Primeiro-Ministro de Israel, as relações Israelo-Palestinianas tornaram-se mais hostis. Benjamin Netanyahu tentou obstruir a transição para o estado palestiniano delineada no acordo OLP-Israel. Em 1998, o Presidente Americano Bill Clinton interveio, arranjando um encontro com os dois líderes. O resultante Memorandum de Wye River de 23 de Outubro de 1998 detalhava os passos a tomar pelo governo israelense e pela OLP para completar o processo de paz.
Arafat continuou as negociações com o sucessor de Netanyahu, Ehud Barak. Em parte devido à sua própria política (Barak pertence ao partido trabalhista, enquanto que Netanyahu ao partido conservador Likud) e parcialmente devido à grande pressão colocada pelo Presidente Americano Bill Clinton, Barak ofereceu a Arafat um Estado Palestiniano na Margem Ocidental (West Bank) e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Leste como capital, um regresso de um número limitado de refugiados e uma compensação para os restantes, mas não estipulando sobre outros assuntos, vistos como vitais no processo. Numa manobra amplamente criticada, Arafat rejeitou a oferta de Barak, e não fez qualquer contra-oferta. Seguindo a uma visita altamente controversa de Ariel Sharon à área delimitada da Mesquita Al-Aqsa e a violência que se seguiu, a chamada Segunda Intifada Palestiniana (ou Intifada Al-Aqsa Intifada) (2000 até hoje) começou.
[editar] Falecimento
Mohammad Abdel Rauf Arafa al Quadwa al Husseini, mais conhecido como Yasser Arafat, faleceu dia 11 de Novembro de 2004 às 3h30, aos 75 anos, com falência múltipla dos órgãos, após treze dias internado no hospital militar Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris, de acordo com Christian Estripeau, porta-voz do hospital. O falecimento de Arafat, o mais importante líder palestino, marca o fim de uma era de resistência e enfrentamentos com os israelenses para a criação de um Estado palestino no Oriente Médio. Considerado um líder de intenções dúbias pelos israelenses, Arafat não preparou um sucessor e se mostrou relutante em ceder poderes. Arafat afirmava que era o principal empecilho para pôr fim ao conflito israelo-palestino.
[editar] Recentes notícias e comentários
Dada a natureza extremamente perigosa e a frequência de tentativas de assassinato (muitas bem-sucedidas) na volátil política do Médio Oriente e o terrorismo com ele associado, a sobrevivência pessoal e política de Arafat é tomada pela maior parte dos comentadores ocidentais como uma prova da sua perícia em guerra e propaganda assimétricas e suas qualidades tácticas.
Alguns comentadores acreditam também que a sua sobrevivência deve-se em grande parte ao receio de que ele se pudesse tornar um mártir da causa Palestiniana caso fosse assassinado ou preso (ambas as opções encontravam-se dentro das possibilidades de Israel, segundo se crê).
A sua habilidade em adaptar-se a novas tácticas e situações políticas é talvez exemplificada pela ascensão das organizações do Hamas e da Jihad Islâmica Palestiniana, grupos fundamentalistas que fazem uso de retórica islâmica para motivar ataques suicidas. Na década de 1990, estes grupos pareceram ameaçar a capacidade de Arafat de unir uma organização nacionalista secular com um objectivo da constituição de um estado. Estes grupos pareceram estar fora da influência e controlo de Arafat e concorriam com a Fatah, mas as suas actividades foram toleradas por Arafat, que alegadamente se terá servido da sua violência como meio de exercer pressão sobre Israel.
Outros vêem nas ações militares israelenses contra a Autoridade Palestiniana e as restrições pelas forças militares israelenses sobre Arafat e suas forças de segurança como um pretenso motivo de incapacidade de Arafat em fazer frente à influência crescente do grupo fundamentalista do Hamas.
Desde 2002, o governo israelense e muitos comentadores estão convencidos de que, por forma a competir com o Hamas, a facção da Fatah Brigadas Mártires Al-Aqsa iniciaram ataques a civis dentro da fronteira israelense definida em 1967.
Para além disso, representantes do Hamas e da Jihad Islâmica apoiaram publicamente Arafat algumas vezes. É alegado que Arafat parece ter adoptado uma estrutura similar àquela do Exército Republicano Irlandês (IRA) e seu braço político Sinn Féin, uma situação em que o braço politico argumenta pelo menos em teoria uma separação operacional das acções tomadas pelo braço militar.
A 6 de Maio de 2002, o governo israelense divulgou um relatório, basedo em parte em documentos alegadamente capturados durante a ocupação do quartel-general de Arafat em Ramala pelas forças militares israelenses, os quais mostram as ligações e incluem cópias de papéis que parecem ter sido assinados pelo próprio Arafat, autorizando o financiamento de actividades terroristas das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa. [1]
O número e intensidade de ataques suicidas aumentou em flecha nos primeiros meses de 2002. Em Março desse ano, a Liga Árabe fez a proposta de reconhecer Israel em troca da retirada israelense de todos os territórios capturados na Guerra dos Seis Dias, e o reconhecimento da soberania da Autoridade Palestiniana de Arafat. Apoiantes desta declaração vêem nela o histórico reconhecimento de Israel pelos Estados Árabes, enquanto que críticos da proposta afirmam que ela constituiria um perigo para a segurança de Israel, não assegurando sequer a cessação dos atentados suicidas.
A proposta da Liga Árabe coincidiu com uma nova onda de terrorismo Palestiniano contra Israel (algum do qual veio dos próprios militantes da Fatah de Arafat), que trouxe a morte de mais de 135 israelenses. Ariel Sharon tinha previamente pressionado Arafat a condenar fortemente os ataques suicidas em face da sua própria população em língua árabe. Após estes ataques, Sharon declarou que Arafat prestava assistência aos terroristas e deste modo tornava-se um inimigo de Israel e desde logo irrelevante para quaisquer negociações imediatas de paz. A declaração foi seguida pela entrada de tropas israelenses em cidades da Margem Ocidental, numa acção que ficou conhecida como "Operação Escudo Defensivo".
Tentativas do governo israelense de identificar outro líder palestiniano com quem negociar falharam e Arafat gozava do apoio de grupos que pela sua história desconfiavam dele e evitavam lidar com ele.
Arafat recebeu finalmente a autorização para deixar o seu complexo em 3 de Maio de 2002 após intensivas negociações que culminaram num acordo. Seis terroristas procurados por Israel, que se tinham entrincheirado juntamente com Arafat no seu complexo, não seriam entregues a Israel, mas também não permaneceriam ao encargo da Autoridade Palestiniana. Uma combinação de polícias britânicos e norte americanos assegurariam que eles permanecessem emprisionados em Jericó. Com esta medida, e a promessa de que ele iria emitir um comunicado em Árabe aos Palestinianos a favor de uma pausa nos ataques terroristas contra Israel, Arafat foi libertado. Ele emitiu este comunicado a 8 de Maio de 2002, mas como em casos anteriores, o seu pedido foi ignorado.
A 18 de Julho de 2002, o Presidente dos Estados Unidos George W Bush afirmou, referindo-se a Yasser Arafat: "O verdadeiro problema é que não há uma liderança que seja capaz de dizer 'ajudem-nos a estabelecer um Estado e nós iremos combater o terror e responder às necessidades dos Palestinianos'". (Le Figaro)
[editar] Riqueza pessoal
Arafat aparece na lista anual da revista de negócios Forbes dos mais ricos "Reis, Rainhas e Déspotas". Eles estimam a sua fortuna em "pelo menos 300 milhões de dólares", o que lhe confere o sexto lugar na lista de 2003. [2] [3] A Forbes não indicou a sua fonte para esta informação.
Em Agosto de 2002, o chefe dos serviços secretos israelense Aharon Ze'evi estimava a riqueza pessoal de Arafat em 1,3 bilhão de dólares. [4]
[editar] Irregularidades financeiras
O Fundo Monetário Internacional conduziu uma auditoria à Autoridade Palestiniana que verificou que Arafat desviou 900 milhões de dólares de fundos públicos para uma conta bancária especial controlada por ele. Outras estimativas variam entre 1 e 3 bilhões de dólares. Estima-se que a mulher de Arafat, Suha, receba um salário de 100.000 dólares por mês. De acordo com a Forbes, o novo Ministro das Finanças da AP, Salam Fayyad nomeado em Junho de2002, recebeu a tarefa de ordenar as finanças da AP, cortando muito do cash flow00 para Arafat. [5] [6] [7]
Em outubro de 2003, promotores públicos do governo francês fizeram uma investigação a Suha Arafat por suspeita de lavagem de dinheiro após a Tracfin os ter alertado para a realização de transferências de quase 1,27 milhões de dólares cada, com alguma regularidade, desde a Suíça para as contas bancárias da Sra. Arafat em Paris. A investigação foi tornada pública em 11 de Fevereiro de 2004.
[editar] Citações
- "Encontrem a força necessária que tiverem para terrorizar o vosso inimigo" (15 de Maio de 2004)[8]
- "Deixem desmoronar, será a culpa de Israel e dos Americanos" (29 de Fevereiro de 2004, dirigindo-se a Edward G. Abington, um antigo membro do departamento de Estado Americano, agora consultor de Washington para a Autoridade Palestiniana, referindo-se ao futuro da Autoridade Palestiniana) [9]
- "A visão Palestiniana da paz é um estado independente e viável nos territórios ocupados por Israel em 1967, vivendo como um vizinho igual juntamente com Israel com paz e segurança para os povos israelense e palestiniano. Em 1988, o conselho nacional da Palestina adoptou uma resolução histórica apelando à implementação de resoluções da Nações Unidas aplicáveis, em particular as resoluções 242 e 338. Os palestinianos reconheceram o direito da existência de Israel em 78% da Palestina histórica com a compreensão de que iria ser permitida viver em paz nos restantes 22% sob ocupação israelense desde 1967. O nosso compromisso com esta solução de dois estados permanece, mas infelizmente, também permanece sem reciprocidade." (3 de Fevereiro de 2002)
- "Esta criança, que sustenta uma pedra perante um tanque, não é a maior mensagem ao mundo quando esse herói se torna um shahid? Estamos orgulhosos deles" (shahid refere-se ao morto mártir de uma causa) (15 de Janeiro de 2002, à Televisão da Autoridade Palestiniana)
- Mais uma vez, peço uma paragem completa de todas as operações, especialmente as operações suicidas, que nós sempre condenamos. Iremos punir todos aqueles que levam a cabo ou planeiem tais operações" (16 de Dezembro de 2001, em Árabe, à Televisão da AP) Site Palestiniano electronic intifada.
- "A Paz não pode ser atingida excepto após o cessar da escalação militar e o bloqueio económico e financeiro, o fim da ocupação, a remoção das colónias..." (30 de Junho de 2001, dirigindo-se à conferência do conselho da Internacional Socialista) Site Palestiniano
- "Em 1974, no encontro do Concelho Nacional Palestiniano no Cairo, aprovamos a decisão estabelecer um governo nacional palestiniano sobre qualquer porção de terra da Palestina que seja libertada." (18 de Abril de 1998, em entrevista à televisão egípcia Orbit TV, respondendo a uma pergunta sobre a sua decisão de assinar os acordos de Oslo.)
- "Desde a desisão do Conselho Nacional da Palestina, na sua 12ª reunião em 1974, a OLP adotou a solução pol+itica de estabelecer uma Autoridade Nacional sobre qualquer território de que a ocupação seja retirada" (1 de Janeiro de 1998, no jornal palestiniano árabe Al Ayyam, respondedo a uma pergunta sobre a sua visão dos acordos de Oslo)
- "A luta continuará até que toda a Palestina seja libertada" (11 de Novembro de 1995, à rádio Voz da Palestina)
[editar] Referências externas
[editar] Em inglês
- The Israeli Reference Site on Arafat
- The Nobel e-Museum - Biography of Yasser Arafat
- Documentário com imagens de discursos de Arafat
- ABC News - Arafat Biography
- Arafat: Psychological Profile and Strategic Analysis
- Yasser Arafat, texto do Yahoo!
- Entrevista com o major-general Amos Gilad, no jornal Haaretz, de Israel
- Interview with Gilad's superior Amos Malka, accusing Gilad of misrepresenting the evidence
- Someone Was Going to Kill entrevista de Mahmoud Abbas à revista Newsweek
Vencedor do Prémio Nobel de Paz de 1994 |
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Prémio Nobel da Paz 1994 |
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