Privacy Policy Cookie Policy Terms and Conditions Universidade de São Paulo - Wikipédia

Universidade de São Paulo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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USP
Universidade de São Paulo
Lema Scientia Vinces
Fundação 25 de janeiro, 1934
Tipo de instituição Pública, estadual
Orçamento anual R$ 1.809 bi
Funcionários 15.008
Docentes 5.078
Total de Estudantes 70.364
Graduação 45.946
Pós-Graduação 24.408
Reitor(a) Suely Vilela Sampaio
Vice-reitor(a) Hélio Nogueira da Cruz
Diretor(a)
Vice-diretor(a)
Localização São Paulo (reitoria), Bauru, Piracicaba, Pirassununga, Lorena, Ribeirão Preto e São Carlos
Página oficial http://www.usp.br
Contato
Universidades do Brasil

A Universidade de São Paulo (USP) é considerada a mais importante instituição brasileira de ensino superior, exercendo atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária em todas as áreas do conhecimento. A USP está posicionada entre as maiores universidades do Brasil: é a terceira maior universidade brasileira em número de alunos, sendo a maior universidade pública do país e a terceira maior da América Latina. É uma instituição pública caracterizada como autarquia, sendo mantida pelo governo do estado de São Paulo.

Suas unidades de ensino estão distribuídas em sete campi universitários: um na cidade de São Paulo (dividido em vários outros campi menores), capital do Estado, e outros nas cidades de Bauru, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Lorena e em São Carlos.

O lema da USP é Scientia Vinces, ou Vencerás pela ciência.

Índice

[editar] Visão geral

Além de ser, entre as universidades públicas, aquela com o maior número de vagas de graduação e de pós-graduação no Brasil, a USP é tradicionalmente considerada por setores diversos da sociedade a melhor universidade brasileira, sendo responsável também pela formação do maior número de mestres e doutores, bem como responsável por quase 30% da produção científica do país. Em conseqüência disto, muitas universidades brasileiras possuem em seus quadros docentes formados pela USP, de forma que ela seja considerada uma centralidade para o pensamento intelecutal brasileiro. Essa superioridade da USP no mundo acadêmico brasileiro é demonstrada em diversas pesquisas feitas pelos mais diversos institutos, sendo reconhecida como a melhor universidade da America Latina e uma das 150 melhores do mundo de acordo com a edição de 2006 do Academic Ranking of World Universities [1], e tendo sido classificada pelo The Times Higher Education Supplement como a 196ª melhor instituição de educação superior do mundo em 2005.

Ao longo da história recente do Brasil, a USP tem assumido sistematicamente este papel de destaque, atuando na criação de infra-estrutura científica e tecnológica e na formação da elite intelectual do país. A contribuição da USP para a história brasileira é evidente mesmo nos detalhes mais superficiais: mais de uma dezena de presidentes brasileiros se formaram na universidade, como o sociólogo Fernando Henrique Cardoso e o advogado Jânio Quadros.

Como as duas outras universidades estaduais paulistas (a Unicamp e a Unesp), a USP é mantida principalmente através da arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por parte do Governo do Estado de São Paulo. Tal dotação orçamentária é fixa: desta forma, a USP (assim como as duas outras universidades citadas) é uma das poucas instituições públicas do país a possuir autonomia financeira, fato que contribui para a manutenção de seu status de "principal universidade brasileira". Recebe também verbas de instituições de fomento à pesquisa e ao ensino superior (como a FAPESP e o CNPq). Como terceira fonte de arrecadação conta com uma série de fundações privadas que atuam em forma de parceria com a universidade, utilizando-se de seus pesquisadores e instalações e fornecendo em troca verbas e know-how específico. Tais fundações são questionadas no tocante ao seu interesse público: críticos afirmam que elas representam o início de um processo de privatização do ensino superior público.

O ensino na USP é regimentalmente gratuito (ou seja, é considerada ilegal a oferta de cursos universitários pagos) e o ingresso à graduação se dá por concurso público (conhecido como vestibular) aberto a qualquer pessoa que tenha concluído o ensino médio. O concurso vestibular da USP é realizado pela FUVEST, uma fundação autônoma ligada à universidade. O concurso realizado pela FUVEST é tradicionalmente o maior e um dos mais concorridos do país, envolvendo mais de 150 mil candidatos para cerca de nove mil vagas de graduação.

[editar] História

Criação

Após a derrota de São Paulo na Revolução de 1932, o Estado se viu ante a necessidade de formar uma nova elite capaz de contribuir para o aperfeiçoamento das instituições, do governo e a melhoria do país. Com esse objetivo um grupo de empresários fundou a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP) em 1933, e o interventor de São Paulo (cargo que, naquele momento, correspondia ao de governador) Armando de Sales Oliveira criou a Universidade de São Paulo (USP), em 1934. Nas palavras de Sergio Milliet:

"De São Paulo não sairão mais guerras civis anárquicas, e sim 'uma revolução intelectual e científica' suscetível de mudar as concepções econômicas e sociais dos brasileiros".

A ELSP assumiu o objetivo de formar elites administrativas para um novo modelo que vinha se configurando em que se notava uma atuação crescente do Estado, enquanto a USP voltou-se a formar professores para as escolas secundárias e especialistas nas ciências básicas. O modelo sociológico norte-americano constituiu o exemplo para ELSP, enquanto que o mundo acadêmico francês foi a principal fonte de inspiração para a USP.

Professores estrangeiros tais como Roger Bastide, Emílio Willems, Donald Pierson, Pierre Monbeig e Herbert Baldus, difundiram nas duas instituições novos padrões de ensino e pesquisa, formando as novas gerações de cientistas sociais no Brasil.

Origens

A USP surgiu da união da recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) com as já existentes Escola Politécnica de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós, Faculdade de Medicina, Faculdade de Direito e Faculdade de Farmácia e Odontologia . A FFCL surgiu como o elemento de integração da universidade, reunindo cursos nas diversas áreas do conhecimento. Ainda em 1934 havia sido criada a Escola de Educação Física do Estado de São Paulo, primeira faculdade civil de educação física no Brasil e que viria a ser incorporada pela USP anos depois. Várias unidades foram sendo criadas pela universidade nos anos seguintes, e nos anos 60 a universidade foi gradualmente transferindo as sedes de suas unidades para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, em São Paulo.

Além do político Armando de Salles Oliveira, um outro homem de grande importância na fundação da USP foi o jornalista Júlio de Mesquita Filho.

Movimentação estudantil

Em meados da década de 1960, várias das unidades da USP (como a FFCL, a FD e a FAU), assim como as sedes de outras universidades, como o Instituto Mackenzie e a Fundação Armando Álvares Penteado localizavam-se muito próximas umas às outras (em especial às que estavam reunidas no bairro de Higienópolis). Tal fato incentivou uma certa movimentação estudantil no Centro de São Paulo, considerada inédita até então. Em um certo momento daquele período, as posições políticas na sociedade passaram a se polarizar e isto refletiu no movimento estudantil.

Inicialmente restrito às questões ligadas meramente ao problema da educação (como manifestações por mais verbas e melhores condições de ensino), tal movimento passou a assumir posicionamentos ideológicos por vezes radicais e conflitantes, fragmentando-se em várias correntes políticas, cada uma delas ligadas a partidos ou movimentos diversos. Tal polarização política dos estudantes resultaria naquilo que ficou conhecido como o Conflito da Rua Maria Antônia.

Na Rua Maria Antônia ficavam frente a frente os edifícios da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e alguns prédios do Mackenzie. Os estudantes das duas instituições, ao longo do processo de polarização dos estudantes, caracterizaram-se, genericamente, como defensores de posições políticas conflitantes: os alunos da USP em geral identificavam-se como esquerdistas, muitos dos quais defendendo uma revolução socialista no país. Por outro lado, os estudantes do Mackenzie em geral estavam associados às idéias de direita e normalmente defendiam a idéia de que houve uma "revolução democrática" no Golpe militar de 1964.

O estranhamento entre os estudantes, devido ao intenso antagonismo de suas idéias políticas, acabou levando a um conflito explícito e violento entre eles. Houve apedrejamento dos edifícios, conflito físico entre alunos e interferência da polícia. Ainda que não tenha sido um episódio partilhado e testemunhado por todos os alunos de ambas as instituições, o conflito, ocorrido em 1968 (considerado reflexo, no Brasil, da movimentação estudantil que ocorria em todo o mundo, como os protestos em Paris e Praga) foi tomado como símbolo, celebrado especialmente pela esquerda, do movimento estudantil.

A reação pública foi negativa e o governo militar preocupou-se com as conseqüências de manter aquele número de instituições de ensino reunidas. Em uma política de alienação estudantil (no sentido de afastar as comunidades discentes dos centros político-financeiros), as obras de construção da Cidade Universitária (no então ainda distante bairro do Butantã) foram aceleradas e uma das primeiras unidades transferidas foi justamente a FFCL. Na mesma década, outras unidades como a Escola Politécnica e a FAU também tiveram suas sedes alteradas para aquele local.

Regime militar

Durante a década de 1970 e parte da de 80, alguns críticos acreditam que a USP tenha passado por um esvaziamento intelectual, tanto do ponto de vista da produção do conhecimento quanto do da qualidade dos recursos humanos. Durante as décadas anteriores, a universidade serviu de palco para a discussão de um novo projeto de país, reunindo diversos intelectuais de esquerda (como Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Bóris Fausto, Antonio Candido entre outros) em suas várias unidades (mas especialmente na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras). Com a limitação das liberdades democráticas promovida pelo Regime Militar brasileiro (que passava por seus anos mais rígidos), uma grande quantidade de professores da USP são cassados (e muitos deles são obrigados a sair do país), assim como uma parte dos alunos envolve-se com a resistência (política e armada) à ditadura, o que gerou afastamentos compulsórios de suas faculdades.

Tal situação levou a uma menor produção de conhecimento, ainda que certos avanços, especialmente do ponto de vista tecnológico (que chegou a ser financiado pelo governo) tenham sido obtidos. Promoveu-se também um aumento sistemático do número total de vagas de graduação, incentivado pelo governo do Estado. Este fato é apontado por alguns críticos como uma resposta ao movimento estudantil anterior à sua politização, quando ele mobilizava-se apenas pelas questões educacionais.

O vazio causado pelo afastamento dos professores e alunos perseguidos pelo Regime Militar interrompeu-se com a campanha de anistia política, já no início dos anos 80. Em diversas unidades da USP, a volta de professores cassados foi celebrada, embora muitos deles tenham sido recontratados em condições precárias (antigos professores catedráticos assumiram cargos de auxiliares de ensino).

Expansão de unidades

Paralelamente ao esvaziamento intelectual decorrente da repressão política, ocorreu na USP nas décadas de 1960, 70 e 80 um processo de fragmentação de suas unidades: foram criadas novas faculdades e novos institutos, o que resultou em novos cursos de graduação, novas linhas de pesquisa e programas de pós-graduação. A dissolução da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras costuma ser apontada como um símbolo paradigmático deste processo.

Originalmente pensada como o núcleo acadêmico da universidade, reunindo em si os vários campos do conhecimento puro, a FFCL, com o tempo, viu seus departamentos ganharem autonomia e se transformarem em unidades plenas (autônomas e administrativamente separadas de sua unidade original). O Instituto de Física foi o primeiro departamento a desvincular-se da FFCL, seguido igualmente de outros departamentos ligados às ciências exatas e biológicas. Desta forma, com a permanência apenas dos cursos ligados às humanidades, ocorreu uma reforma interna na unidade e ela passou a se chamar Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Recentemente (no ano de 2005) surge na Zona Leste de São Paulo a chamada USP Leste, um novo campus no qual se instalou a Escola de Artes, Ciências e Humanidades, com cursos que fogem à tradição universitária brasileira e visam à diversificação das áreas consolidadas da instituição.

Em 21 de março de 2006 a USP aprovou a incorporação da Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil) e passou com isso a ter uma unidade no Vale do Paraíba, com cerca de 1.600 alunos no total, sendo 1.200 na graduação.

Reitores

[editar] Estrutura

Cidade universitária Armando de Salles Oliveira, campus da USP na capital do Estado de São Paulo. Em destaque na foto, a Praça do Relógio
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Cidade universitária Armando de Salles Oliveira, campus da USP na capital do Estado de São Paulo. Em destaque na foto, a Praça do Relógio

Atualmente a USP é formada por 36 unidades de pesquisa e ensino, 24 das quais se localizam em São Paulo, cidade que abriga também a reitoria, um centro de práticas esportivas (CEPEUSP, o maior da América Latina), 4 museus, 2 hospitais (HU e HRACF) , o Centro Universitário "Maria Antônia" e diversos órgãos especializados da universidade. Além disso, se vinculam ou a ela se subordinam, para fins de ensino, pesquisa e extensão, diversos outros órgãos públicos do estado. Recentemente, a USP expandiu-se para um novo local em São Paulo, o que ficou conhecido como USP Leste (a Cidade Universitária localiza-se na Zona Oeste do município), que iniciou suas atividades de graduação e extensão em 2005.

Organização

A USP, assim como a maior parte das universidades latino-americanas, corresponde à idéia de "universidade" como um conjunto de escolas, institutos e faculdades autônomas, cada um deles responsável por uma área do conhecimento (as já citadas 36 unidades de ensino, pesquisa e extensão). A USP, assim como a maioria das universidades brasileiras, confere autonomia a suas unidades de ensino, pesquisa e extensão no que concerne à organização didática e definição curricular de cada um dos cursos, o que resulta muitas vezes em uma considerada excessiva fragmentação do ensino e da pesquisa e da desconexão entre o conhecimento produzido em cada uma das unidades.

Cada unidade está dividida em departamentos. Um departamento normalmente é responsável por um dos cursos oferecidos pela unidade ou por uma linha de pesquisa específica. No caso de unidades com apenas um ou dois cursos, os departamentos não ficam responsáveis pela totalidade do curso, mas por uma parte dele. Devido à já citada fragmentação e descentralização da universidade, é comum ver departamentos com perfis semelhantes em unidades diferentes, o que gera críticas quanto à eficácia dos investimentos públicos e duplicação de esforços.

Administração

A estrutura administrativa da USP tem na Reitoria o seu órgão central, assim como no Reitor a figura principal da Uninversidade. Subordinadàs à Reitoria estão as quatro Pró-Reitorias, órgãos especializados em cada um dos campos de atuação da universidade:

  • Pró-Reitoria de Graduação (PRG);
  • Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG);
  • Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP);
  • Pró-Reitoria de Cultura e Extensão (PRC).

Nos últimos anos tem se discutido a criação de uma Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, assunto que segundo os críticos sempre foi considerado secundário para os dirigentes da Universidade.

Números da universidade

São apresentados a seguir dados do Anuário Estatístico da USP - 2004 (relatório anual elaborado pela Reitoria sobre as atividades da Universidade). Fonte: [2]

  • População

Em 2004 a USP possuía 75 962 estudantes: 44 696 alunos de graduação, 24 312 de pós-graduação (divididos em 12 284 alunos de mestrado e 12 028 de doutorado) e 6 954 na categoria de alunos especiais (cursando apenas uma ou mais disciplinas e não todo o curso). Cerca de 54% dos alunos são do sexo masculino e 46% do feminino. Estavam concluindo seus cursos 11 045 alunos. Serviam à universidade 14 905 funcionários e 4 953 professores (dos quais 3 873 dedicam-se à docência e à pesquisa em tempo integral e 4 717 são doutores).

[editar] Graduação

A USP oferece atualmente 210 cursos de graduação, cada um deles subordinado a uma determinada unidade (com exceção de alguns cursos interunidades, por exemplo, o curso de Infomática Biomédica, que é oferecido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto em conjunto com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto). No primeiro semestre de 2004 foram oferecidas 3 225 disciplinas (a unidade básica de ensino na USP).

Os cursos de graduação são classificados pela FUVEST em três grandes áreas: os de humanidades, os de ciências biológicas e os de ciências exatas.

Ciências biológicas



Ciências exatas



Humanidades



[editar] Unidades universitárias

Unidades de ensino
Edifício dos cursos História e Geografia.
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Edifício dos cursos História e Geografia.
Edifício do Instituto de Psicologia
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Edifício do Instituto de Psicologia
Edifício do Biênio na Escola Politécnica
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Edifício do Biênio na Escola Politécnica
Edifício do Museu de Arte Contemporânea
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Edifício do Museu de Arte Contemporânea

[editar] Órgãos de integração

Unidades Especializadas
Hospitais
Museus

[editar] Órgãos complementares

Unidades auxiliares
Orgãos de extensão
Museus

[editar] Autarquias vinculadas ou associadas à USP

Fundações ligadas à USP

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas

Bandeira do Estado de São Paulo
Universidades estaduais do estado de São Paulo (em ordem alfabética)
Universidades de São Paulo | São Paulo

Universidade de Campinas | Universidade de São Paulo | Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

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