Segunda Guerra Púnica
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luiza eh bonita A segunda guerra púnica decorreu entre 218 a.C. e 204 a.C. e opôs a República de Roma a Cartago. Durante o decurso da guerra, o general cartaginês Aníbal e seu exército atravessam os Alpes com elefantes de guerra e invadiram Itália. Venceram os romanos em várias batalhas, mas não marcharam sobre Roma. Isso possibilitou aos romanos a conquista da Espanha, a destruição de sua base logística e o desembarque na África, levando a guerra ao solo cartaginês. Aníbal, obrigado a retornar a Cartago, foi derrotado por Cipião Africano, em 202 a.C., na batalha de Zama. Severa foi a pena imposta a Cartago, que teve de pagar pesados impostos e também ficava proibida de fazer guerra a outros povos sem ordens do senado romano.
A Guerra começou em decorrência indireta da Primeira Guerra Púnica. Organizando-se rapidamente após a derrota, os cartagineses expandiram seus territórios na África e invadiram a península Ibérica, dominando todo o Sul e o Leste da região, sob o comando do General Amílcar Barca. Para capital da nova colônia, foi fundada a cidade de Nova Cartago, num dos melhores ancoradouros naturais do mundo.
A Península Ibérica era um dos territórios potencialmente mais ricos do Mediterrâneo, pois além de ótimas terras para a agricultura, possuía minas de prata e uma grande reserva de guerreiros Celtiberos, ideais para servirem nas fileiras do desfalcado exército cartaginês.
Todavia, morre o comandante Amílcar Barca, assasinado em batalha contra uma tribo local. Com isto, o comando das tropas passou a seu Filho, Asdrúbal.
Preocupada com a impressionante recuperação da antiga inimiga, Roma pressionou por um tratado, conseguindo que os cartagineses concordassem em conter sua expansão na região na linha do rio Ebro.
Todavia, pouco depois é assassinado o próprio Asdrúbal e, com sua morte, assume o comando do exército o filho de Amilcar, Aníbal Barca.
Este, tão logo assumiu o controle do exército, sitiou barbaramente a cidade de Sagunto, que ficava bem ao sul do Rio Ebro mas era aliada de Roma. Considerando o ataque um ultraje, Roma pediu que Aníbal Barca fosse preso e entregue para julgamento. O Senado cartaginês recusou-se e começou a Segunda Guerra Púnica.
Logo de início, Aníbal atacou diretamente a península Itálica, mas usando uma rota absolutamente inesperada: ao invés de ir por mar, seguiu com seu exército pelo sul da Gália, tentando invadir o território romano pelo Norte. Fez seu exército atravessar o rio Ródano em balsas e chegou ao sopé dos Alpes, velha rota usada pelos invasores celtas do Norte da Itália. Sem contar com o apoio destas tribos que dominavam as passagens da cordilheira, teve de lutar metro a metro para conquistar as escarpas das montanhas que dominavam os vales por onde guiava seus homens. Finalmente, conseguiram atravessar as montanhas e chegar ao vale do Pó, apenas para verem morrer os elefantes que traziam desde a Ibéria. Mas a competência militar de Aníbal e do seu exército compensava o seu cansaço e logo os africanos obtinham uma impressionante série de vitórias no vale do Pó e além, especialmente na batalha do Lago Trasimeno, onde Aníbal fez o seu exército fingir uma debandada para atrair os romanos para uma armadilha, quando o exército cartaginês saiu de vales e montanhas em volta para cercar os romanos, arrasá-los e destruí-los completamente.
Mas Aníbal não dispunha de máquinas de assédio para tomar Roma ou talvez não acreditasse que suas tropas pudessem realizar um ataque direto à capital inimiga. De qualquer forma, tentou uma campanha política para granjear o apoio das cidades italianas submetidas a Roma, a qual não obteve grande sucesso por conta da necessidade de Aníbal determinar o saque de algumas cidades italianas para suprir seu exército.
Entrementes, irritava ao povo romano a política desenvolvida pelo ditador Quinto Fábio Máximo de desgastar periodicamente e esgotar aos poucos as tropas cartaginesas. Por isso, foram eleitos dois cônsules comprometidos politicamente com a idéia de um ataque puro e simples ao exército cartaginês. Para isto, Roma pôs em campo o maior exército de que até então dispusera, que dirigiu-se à Apúlia, no salto da bota italiana, para confrontar o exército de Aníbal, num local cujo nome designaria a batalha pra toda a etenidade: Cannae.
Mas o general cartaginês estudara os métodos romanos e os conhecia muito bem. Sabendo que o ataque seria direto e contra o centro de suas forças, Aníbal as dispôs com a infantaria mais fraca no meio de um pequeno vale, secundada por alas de lanceiros à direita e à esquerda, posicionadas nos declives das colinas. Além disso, colocou a sua excelente cavalaria Númida nos flancos mais extremos da formação. Quando os romanos atacaram, pareciam uma onda irressistível varrendo o exército cartaginês. Na verdade, estavam caindo numa excepcional armadilha: o centro cartaginês, sob pressão romana, recuou progressivamente, enquanto os lanceiros fechavam o exército romano pelos lados e a cavalaria lhes atacava a retaguarda. O resultado foi um massacre. Dizia-se que os romanos ficaram tão imprensados uns contra os outros que sequer podiam sacar as espadas. Esta tática, conhecida como duplo envolvimento, foi estudada como milênios por estrategistas militares e resultou na morte de cerca de 85 mil soldados romanos e na completa destruição de suas melhores tropas.
Por alguma razão desconhecida, Aníbal recusou-se a marchar diretamente sobre Roma, descontentando seu comandante de cavalaria, Maharbal, que o censurou dizendo: "Sabes vencer Aníbal, o que não sabes é aproveitar a vitória". Aníbal insistia na política de dissensão das cidades italianas, conseguindo o apoio de Cápua, a mais importante da Campânia, mas em geral falhando em seu objetivo político.
Neste meio tempo, como decorrência desta monumental derrota, os romanos voltaram à estratégia de Quinto Fábio Máximo, desgastando o exército cartaginês com vários pequenos combates, enquanto reconstruíam suas tropas no norte da Península.
O irmão de Aníbal, Asdrúbal Barca, tentou enviar tropas de reforço através da rota ao sul da Gália, mas ao chegar a Itália seu exército foi inteiramente derrotado e ele próprio morto. Diz-se que sua cabeça foi atirada de uma trincheira romana para posições cartaginesas e que ao vê-la Aníbal teria dito que acabara a última esperança de uma vitória na guerra. Entretanto, os romanos já estavam fortes e sob o comando de Cipião Africano reforçaram suas posições na próprio Península Ibérica, tomando Nova Cartago.
Depois, ainda sob o comando de Cipião, invadiram o Norte da África, e Aníbal foi chamado a defender sua terra natal. Lá, ao invés de lhe dar combate direto, Cipião conseguiu atraí-lo para o combate em uma zona distante e onde os cartagineses não tinham água nem posições que os escorrassem em caso de derrota. Lá finalmente Cipião obteve sua vitória final, em Zama, onde o exército cartaginês foi totalmente derrotado.
Com as províncias ocupadas, seu próprio território sob ocupação inimiga e seu exército arrasado, o Senado Cartaginês, que anos antes se recusara a enviar reforços a Aníbal na Itália, foi obrigado a pedir a rendição.
Terminava a Segunda Guerra Púnica.
[editar] Lista de batalhas
- 218 a.C.
- 217 a.C. Batalha do Lago Trasimeno - Aníbal destrói o exército romano de Gaius Flaminius numa emboscada, matando Gaius.
- 216 a.C.
- Agosto: Batalha de Cannae - Aníbal destrói o exército romano liderado por Lucius Aemilius Paullus e Gaius Terentius Varro naquilo que foi considerada uma das obras-de-arte em estratégia militar.
- Primeira Batalha de Nola - O general romano Marcus Claudius Marcellus contém um ataque de Aníbal.
- 215 a.C. - Segunda Batalha de Nola - Marcellus repulsa novamente um ataque de Aníbal.
- 214 a.C. - Terceira Batalha de Nola - Marcellus trava nova batalha, desta vez inconclusiva, contra Aníbal.
- 212 a.C. -
- Primeira Batalha de Cápua - Aníbal derrota os cônsules Q. Fulvius Flaccus e Appius Claudius, mas o exército romano consegue escapar.
- Batalha do Silarus - Aníbal destrói o exército do pretor M. Centenius Penula.
- Primeira Batalha de Herdónia - Aníbal destrói o exército romano do pretor Gnaeus Fulvius.
- 211 a.C. -
- Batalha de Baetis - Publius e Gnaeus Cornelius Scipio são mortos na batalha com os cartagineses sob o irmão de Aníbal, Asdrúbal.
- Segunda Batalha de Cápua - Aníbal falha em quebrar o cerco da cidade de Roma.
- 210 a.C. -
- Segunda Batalha de Herdónia - Aníbal destrói o exército romano de Fulvius Centumalus, que morre em batalha.
- Batalha de Numistro - Aníbal derrota Marcellus mais uma vez.
- 209 a.C. - Batalha de Asculum - Aníbal derrota novamente Marcellus, numa batalha indecisiva.
- 208 a.C. - Batalha de Baecula - Na Hispânia, os Romanos sob P. Cornelius Scipio, o Novo derrotam Asdrúbal Barca
- 207 a.C. -
- 206 a.C. - Batalha de Ilipa - Cípio destrói as forças cartaginesas que restavam na Hispânia; nesta batalha usou a versão inversa da formação usada por Aníbal na batalha de Canae.
- 204 a.C. - Batalha de Crotona - Aníbal trava uma batalha inconclusiva com o general Sempronius, no Sul da Itália.
- 203 a.C. - Batalha de Bagbrades - Os Romanos sob Cípio derrotam o exército cartaginês de Asdrúbal Gisco e Syphax. Aníbal é chamado a África.
- 202 a.C. - Batalha de Zama (19 de Outubro) - Cipião Africano derrota definitivamente Aníbal no Norte de África, terminando a Segunda Guerra Púnica.