Nestório
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Nestório (380-451), patriarca de Constantinopla. Acreditava que em Cristo há duas naturezas distintas.
Nestório foi um monge que se tornou patriarca de Constantinopla em 428. Ele rejeitava a utilização do termo Theotokos, uma palavra muito usada para referir-se a Maria e que significa literalmente "Mãe de Deus". Esta não foi uma discussão de caráter mariológico, mas sim cristológico, Nestório se opôs ao termo não porque exaltasse a pessoa da Virgem Maria, mas porque abordava a divindade de Cristo de tal maneira que poderia ofuscar sua natureza humana. Para solucionar o problema Nestor sugeriu um novo termo – Cristotokos ("Mãe de Cristo") afirmando com isso que Maria não foi progenitora da divindade mas apenas da humanidade de Cristo. “Para chegar a isto, ele fez de Cristo um homem em quem, a exemplo de gêmeos siameses, a natureza divina e humana estavam combinadas numa união mais mecânica que orgânica.” A discussão promoveu intrigas e manobras políticas que terminaram na convocação do terceiro concílio ecumênico, que ocorreu em Éfeso no dia 7 de junho de 431. A polémica ficou mais uma vez em torno dos alexandrinos e antioquenos, estes apoiavam Nestório enquanto os primeiros se opuseram fortemente. O concílio terminou em 433 com parecer favorável a Alexandria, quando o patriarca de Constantinopla foi exilado e posteriormente transferido para um oásis no deserto do Líbano onde ficou até o fim de sua vida e o termo Theotokos, designado a Virgem Maria, se tornou dogma da igreja, como sinal de ortodoxia, tanto para a igreja do oriente quanto à do ocidente.
Foi excomungado e deposto pelo papa Celestino, em 430. Nestório também era contra o culto de imagens — admitia, apenas, a representação da cruz e de Cristo — condenava a confissão (ver Sacramento) e negava a existência do purgatório.
Foi um escritor fecundo, mas quase todos os seus sermões foram queimados por ordem do imperador Teodósio.