João Saldanha
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João Alves Jobin Saldanha (Alegrete, 1917 — Roma, 12 de julho de 1990) foi um jornalista e treinador de futebol brasileiro. Ele levou a Seleção Brasileira a classificar-se para a Copa do Mundo de 1970.
Saldanha nasceu em Alegrete no estado do Rio Grande do Sul, mas mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha catorze anos. Seu apelido era João Sem Medo e jogou futebol profissionalmente por uns poucos anos no clube carioca do Botafogo. Ele estudou jornalismo e se tornou um dos mais destacados escritores de esportes, antes de se tornar comentarista no radio e na televisão. Como um jornalista esportivo, ele freqüentemente criticava jogadores, técnicos e times de futebol, e foi um membro do Partido Comunista Brasileiro.
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[editar] Botafogo
Em 1957, o Botafogo o contratou como seu técnico, apesar de sua total falta de experiência. O clube ganhou o campeonato estadual daquele ano. Em 1969, ele foi convidado a se encarregar da seleção nacional. O Presidente da CBD - Confederação Brasileira de Desportos, João Havelange alegou que o contratou na esperança de que os jornalistas fizessem menos críticas à seleção nacional, tendo um deles como técnico.
[editar] Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970
Na Copa do Mundo de 1966, uma das principais críticas da imprensa era a falta de um time base. Saldanha tentou resolver esse problema e convocou um time formado em sua maioria por jogadores do Santos e do Botafogo, os melhores clubes da época; e os conduziu a 100% de aproveitamento em seis jogos de qualificação (Eliminatórias). De uma frase sua, que teria dito que convocaria somente "feras", surgiu a expressão As feras do Saldanha para designar aquela seleção. Graças ao seu trabalho, a seleção brasileira reconquistaria a auto-estima e a confiança do torcedor, que tinha perdido depois da pífia campanha na Copa do Mundo de 1966.
Apesar das vitórias, Saldanha foi publicamente criticado por Dorival Knipel, o Yustrich, treinador do clube carioca Flamengo. Saldanha respondeu ao confronto brandindo um revólver. Também havia rumores de que não entendia de preparação física, havendo alguns desentendimentos com a comissão técnica sobre a condução dos treinamentos.
Há uma convicção comum entre os brasileiros que Saldanha foi enfim retirado do comando da seleção por causa da sua negativa em selecionar jogadores que eram indicados pessoalmente pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, em particular o atacante Dario Maravilha. Saldanha teria dito: “o presidente cuida de seu ministério, mas quem toma conta daqui sou eu”. O último atrito foi quando o auxiliar-técnico pediu para sair da seleção, dizendo que era impossível trabalhar com Saldanha. Saldanha foi demitido e, depois de uma tentativa de se contratar Dino Sani, ele foi substituído por Mário Zagallo, ex-jogador de futebol e ganhador de duas copas: Copa do Mundo de 1958 e Copa de 1962.
[editar] Jornalismo
Saldanha retornou ao jornalismo depois deste episódio, e continuou a criar algumas das mais famosas citações da história do futebol brasileiro, como: “o futebol brasileiro é uma coisa jogada com música”. Ele morreu em Roma em 1990, onde foi cobrir naquele ano a Copa do Mundo para a TV Manchete. Até hoje não se sabe a razão. Fontes mais seguras dizem que Saldanha morreu de um enfisema pulmonar, devido ao vício tabagista.
Precedido por: Dorival Yustrich |
Treinador da Seleção Brasileira de Futebol 1969 - 1970 |
Sucedido por: Mário Jorge Lobo Zagallo |
[editar] Ligações externas
- Article on Saldanha by journalist Alex Bellos (em inglês)