Integralismo Lusitano
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Integralismo Lusitano (IL) designou, durante a I República, um agrupamento sócio-político tradicionalista anticonservador, antiparlamentar, municipalista, sindicalista, descentralista, nacionalista, católico e monárquico, formado em Coimbra em 1914. Desligaram-se da obediência ao exilado D. Manuel em 1920 na sequência da tentativa frustrada de restauração do trono em Monsanto (Lisboa) e no Norte. Porque D. Manuel não respondeu ao apelo restauracionista que lhe foi feito e se recusou a reorganizar as forças restauracionistas, o IL reconheceu como legítimo herdeiro ao trono português o neto de D. Miguel I, Duarte Nuno de Bragança.
Teve como reputados dirigentes António Sardinha, Alberto de Monsaraz, José Adriano Pequito Rebelo, José Hipólito Vaz Raposo, Luís de Almeida Braga ou Francisco Rolão Preto (mais tarde uma figura destacada no combate ao Estado Novo, tanto como dirigente do «Movimento Nacional-Sindicalista» como na qualidade de chefe do Gabinete de Imprensa da candidatura de Humberto Delgado à presidência da República).
A organização política do IL manteve-se activa durante o Sidonismo, nas revoltas de Monsanto e Monarquia do Norte, e na preparação do movimento militar de 28 de Maio de 1926, tendo vindo a dissolver-se enquanto organismo político na sequência da morte sem descêndencia de D. Manuel II, em 1932, quando se deu a fusão de todos os organismos monárquicos em torno de Dom Duarte Nuno.
Os integralistas foram opositores declarados à Segunda República («Estado Novo» de Oliveira Salazar). Desde a sua dissolução enquanto organismo político e até à actualidade, o Integralismo Lusitano tem sido sobretudo uma escola de pensamento ou de ideias monárquicas. Em 10 de Junho de 2002, um grupo de herdeiros reconhecidos do Integralismo Lusitano apresentou a seguinte definição do seu ideário:
"1. Uma concepção geral do mundo e da vida (uma filosofia) coincidente com o que se pode chamar Humanismo Cristão (visão do Homem na sua totalidade, como pessoa e comunidade de pessoas livres, chamado a uma perfeição que, embora relativa, é imortal, mediante o processo hierárquico que o faz subir da esfera económica à política e desta à religiosa).
"2. Uma visão geral da Política como realidade e idealidade do Homem na sua multiplicidade (homem social; homem comunitário; homem no mundo, responsável pela criação), enquanto propriamente humano, ou seja, considerado na sua essência mesma, teoricamente desligado quer da esfera económica, quer da religiosa; embora capaz de subordinar a Economia e de se abrir à Religião. Nessa visão do Homem, sobressai o ser histórico, como Tradição.
"3. Uma visão geral do Povo Português como nação concretamente vinculada a um território mas capaz de se cumprir em qualquer parte da Terra, segundo uma intenção universalista vivida como serviço à humanidade em geral.
"4. A defesa de uma constituição natural e histórica da Nação Portuguesa, fundamentada na dignidade da pessoa humana e na subordinação do indivíduo à comunidade, num sistema de instituições organicamente encabeçadas pela Instituição Real.
ass.
Henrique Barrilaro Ruas (1921 - 2003)
Teresa Maria Martins de Carvalho
Fernando da Costa Quintais
António Maria Oliveira Pinheiro Torres
Maria do Carmo de Almeida Braga
José Manuel Alves Quintas
Frei Francisco Martins de Carvalho O. P.
(fonte: http://www.lusitana.org/il_quem_somos.htm)
Lema: Nos liberi sumus, Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt
[editar] Ver também
- Ação Integralista Brasileira: movimento integralista no Brasil.
- Integralismo: uma corrente política tradicionalista