Privacy Policy Cookie Policy Terms and Conditions Igreja Adventista do Sétimo Dia - Wikipédia

Igreja Adventista do Sétimo Dia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) é uma denominação religiosa, classificada de adventista.

Foi fundada a partir do Movimento Millerita da década de 1840. Hoje está entre as principais denominações do mundo, estando presente em quase todas as nações do globo.

O termo adventista refere-se à crença no advento, ou seja, a segunda vinda de Jesus à Terra.

O termo sétimo dia é uma referência à crença do sétimo dia da semana como sendo o dia da semana que Deus estabeleceu para o descanso físico e espiritual do homem.

Índice

[editar] Origem

A IASD é originária do Movimento Millerita, que foi parte do Segundo Grande Despertar ocorrido na década de 1840 no Oeste dos Estados Unidos, que na época consistia das áreas próximas aos montes Apalaches.

William Miller (1782 - 1849), um agricultor, converteu-se à Igreja Batista e começou a estudar intensamente a Bíblia sob um ponto de vista que misturava o literal e o alegórico. Miller observou que as profecias bíblicas, principalmente do Livro de Daniel teriam sido cumpridas ao longo da história, seguindo uma certa precisão cronológica. Baseados nesses princípios estabeleceu que a volta de Jesus Cristo à terra ocorreria por volta de 22 de Outubro de 1844.

Miller começou a pregar a volta iminente de Cristo e ajuntou um bom número de adeptos, mas na data nada ocorreu, gerando O Grande Desapontamento. Enquanto a maioria dos Milleritas acabaram por desanimar, vários grupos tentaram racionalizar o evento e apresentar explicações alternativas. Um desses grupos foi liderado pelo capitão aposentado Joseph Bates e pelo casal James e Ellen G.White.

Joseph Bates foi convencido sobre a guarda do Sábado como o sétimo dia Sagrado, através de contato com os Batistas do Sétimo Dia, através de Rachel Oakes. Bates organizou conferencias sabatistas em New Hampshire a partir de 1846.

Em 1848, a jovem senhora Ellen G. White clamou ter uma visão e seu marido começou a publicar suas revelações. O movimento começou a crescer e Ellen escreveria mais de 5.000 artigos e 40 livros, sendo uma das autoras em língua inglesa que mais foi traduzida.

Embora o nome “Adventista do Sétimo Dia” tenha sido escolhido em 1860, a denominação oficialmente foi organizada em 21 de maio de 1863, quando o movimento já se compunha de cerca de 125 igrejas e 3.500 membros.

[editar] Expansão

A IASD se concentrou na América do Norte até 1874, quando J.N. Andrews foi enviado para a Suíça como primeiro missionário oficial além-mar. A África teve seu primeiro contato com o adventismo em 1879, quando o Dr. H. P. Ribton, um recém-convertido na Itália, mudou-se para o Egito e abriu uma escola, mas o projeto foi encerrado quando houve uma revolução nas redondezas da escola. O primeiro país não-protestante a ser atingido foi a Rússia em 1889 com a chegada de um ministro.

Em 20 de outubro de 1890 a escuna Pitcairn aportou em São Francisco, Califórnia e logo se ocupou em levar missionários para as Ilhas do Pacífico. Os adventistas do sétimo dia entraram em países não-cristãos pela primeira vez em 1894 – Costa Dourada, (Gana), África Ocidental, e Matabeleland, África do Sul. Neste mesmo ano missionários foram enviados à América do Sul, e em 1896 havia também representantes no Japão.

A IASD tem apresentando um crescimento notável na América do Sul e África com atuação reconhecida na área de saúde. Nos Estados Unidos a denominação apresentou crescimento líquido de 11% no período de 1990 a 2001, segundo estudo da City University of New York (American Religious Identification Survey, ARIS 1990-2001), indo de 668000 a 724000. Atualmente apresenta naquela localidade 908450 membros (crescimento de 25% em 5 anos).

Em um século e meio, a Igreja Adventista do Sétimo Dia cresceu de um grupo de pessoas de várias denominações que estudavam a Bíblia, para uma comunidade mundial, totalizando em 2006 mais de 15 milhões de membros e outros 6 milhões de simpatizantes espalhados em 208 países do globo

[editar] O Adventismo no Brasil

No Brasil o adventismo chegou em 1884 através de publicações que chegaram pelo porto de Itajaí com destino a cidade de Brusque, no interior de Santa Catarina. Em maio de 1893 chegou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que introduziu formalmente através da Colportagem os primeiros contatos com a população. Em abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em Piracicaba, SP, sendo Guilherme Stein Jr o primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal, a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de Gaspar, em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no Rio de Janeiro e em Santa Maria do Jetibá, no Espírito Santo, todas no mesmo ano.

Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em Taquari, RS (atual Casa Publicadora Brasileira [1] localizada em Tatuí-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e se expandiu em todos os estados. A primeira Escola Adventista no Brasil surgiu em 1896 na cidade de Curitiba. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de cinco mil alunos que tem no Centro Universitário Adventista de São Paulo, sua matriz educacional. O UNASP [2] como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, no Capão Redondo, SP e hoje conta com três campi: na cidade de São Paulo, em Engenheiro Coelho e Hortolândia.

Em 1960, surge o primeiro Clube de Desbravadores (departamento juvenil da IASD) na cidade de Ribeirão Preto.

No Brasil são 1.350.000 membros da IASD em 2005 sob a coordenação de seis Uniões que administram as Associações e Missões. As instituições da IASD do Brasil e sete paises latino americanos formam a Divisão Sul Americana com sede em Brasília, DF.

[editar] Adventismo em Portugal

O primeiro contacto da igreja Adventista em Portugal foi através Clarence Rentfro que em 1904 pisou solo português como pioneiro da Igreja Adventista em território lusitano, desembarcando do navio Madalena no dia 26 de Setembro.

Foi com a senhora Lucy Portugal, viúva do actor António Portugal, que o seu trabalho começou a ter êxito. Com efeito, foi na casa desta senhora, Rua dos Industriais, nº9, 2º que se realizou a primeira escola sabatina (trata-se de um programa de estudo semanal continuado em que os membros têm oportunidade de estudar um mesmo tema durante a semana e discuti-lo posteriormente no Sábado).

A partir de 13 de Agosto de 1906, alugou-se uma sala de culto na Rua de S. Bernardo à Estrela, nº 120, 1º. A 21 de Setembro de 1906, tiveram lugar os primeiros baptismos na praia de Carcavelos feitos pelo pastor Ernesto Schwantes, recentemente chegado do Brasil, e a 8 de Dezembro do mesmo ano mais duas pessoas foram baptizadas no mesmo local.

A imprensa nacional não tardou a fazer eco do aparecimento da Igreja Adventista. Em 28 de Março, de 1907, o jornal O Século, publicava na primeira página e com continuação na página seguinte, um extenso artigo intitulado “Uma Nova Religião em Lisboa - o que é a Igreja Adventista do Sétimo Dia – Deve Guardar-se o Sábado – Cristo vai chegar sobre as Nuvens do Céu”. O artigo é ilustrado com uma foto do Pr. Rentfro. Transmitia uma mensagem muito positiva do povo Adventista e das suas doutrinas.

No número 15 de Abril, o semanário Ilustração Portuguesa publicou também com várias fotos, um artigo intitulado “Nova Religião em Portugal – A Igreja Adventista”. Nesse mesmo ano de 1907, publicava-se o primeiro livro adventista “O Preceptor da Bíblia no Lar”.

A igreja começara entretanto a sua expansão. Em 1906, Ernesto Schwantes iniciara a sua actividade no Porto. Em 1910 chegava a Portugal o pastor Paul Meyer. Clarence Rentfro substituira um ano antes Ernesto Schwantes (regressado ao Brasil) na região do Porto. As cidades de Portalegre, Tomar e Coimbra conheciam a mensagem adventista.

Hoje existem cerca de 9 mil membros baptizados. Porém, adicionando os jovens e crianças (a Igreja Adventista do Sétimo Dia defende o baptismo somente após tomada de consciência e de maturidade sobre a decisão que é individual) e os inscritos na Escola Sabatina, chegaram aos 15 mil crentes.

[editar] Estrutura e forma de administração

[editar] Estrutura

A IASD é administrada por uma forma de administração democrática que mistura elementos hierárquicos (ou episcopais) e presbiterianos. Todos os oficiais da igreja são eleitos a partir dos níveis mais básicos da igreja em nível sucessivo e nenhum cargo é permanente, embora possa haver reeleição.

A igreja local é o nível fundamental da estrutura organizacional e constitui na face pública da igreja. Todo adventista batizado é membro de uma igreja local e tem poder de voto naquela igreja. Um número de cargos existem na igreja local, e são exercidos em geral (com exceção do pastor local) de forma voluntária. Os cargos que necessitam de ordenação (consagração através da imposição das mãos) incluem o pastor, ancião ou presbítero, e diácono, bem como o cargo de tesoureiro e secretário da igreja, além de outros departamentos associados (chamados de ministérios) atendendo a necessidades distintas da igreja: Diaconisas, Jovens,Música, Escola Sabatina (similar à Escola Bíblica Dominical), Mulheres, Crianças e Adolescentes, ADRA local, Desbravadores, etc. Todos estes cargos, com exceção do de pastor são apontados por voto de uma comissão de nomeação apontada plenariamente pela igreja ou através da Comissão Administrativa da Igreja, que também tem sua composição a partir da membresia local.

Logo acima da igreja local na estrutura está a Associação, Missão ou Campo local. A Associação é uma organização de igrejas em um estado, ou parte dele que nomeia pastores, administra e é proprietária dos bens e imóveis da igreja naquela região, além de organizar a arrecadação de dízimos e ofertas tanto para o pagamento dos pastores e demais funcionários do campo, como também para enviar parte destes recursos para ajudar no custeio de projetos de evangelização. A Associação também é responsável por nomear e ordenar os pastores. Sua eleição se dá por assembléia de representantes nomeados nas igrejas.

Acima da Associação ou Missão está a União, que congrega várias associações de uma área geográfica. O conjunto de diversas Uniões em um conjunto de países ou mesmo em um Continente é chamado de Divisão.

O nível mais alto de administração da estrutura eclesiástica na IASD é a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia que consiste de 13 divisões. A Associação Geral é a autoridade final da igreja no delineamento de prioridades e metas, administração de projetos missionários e de instituições. A mesma é chefiada por um presidente e por 7 vices-presidentes. Atualmente o presidente é Jan Paulsen. Cargos mais elevados não implicam em preeminência teológica ou espiritual, e os mesmos encargos teológicos pertencem a qualquer pastor em qualquer lugar do mundo. A Associação Geral tem seu escritório em Silver Springs, Maryland, EUA.

Cada organização, deste modo, é governada por uma reunião de Conferência Geral, que ocorre em intervalos pré-estabelecidos. São nelas que decisões gerais, incluindo a escolha de cargos são feitas. O presidente da Associação Geral é eleito a cada 5 anos. Delegados dessa Conferência geral são eleitos por organizações dos níveis mais básicos.

[editar] Parâmetros e manuais administrativos

Na Conferência Geral também é votado e atualizado o Manual da Igreja, que contém diretrizes para cada nível de administração da igreja, bem como procedimentos específicos para lidar com situações desde a admissão do novo membro, batismo, ritos e casos onde há o desligamento de membros da igreja. Também estabelece parâmetros de funcionamento das organizações da igreja dentro do contexto da pregação do evangelho. As relações entre os funcionários da igreja (chamados de obreiros) são contempladas pelas praxes administrativas da organização, em nível geral, porém com adaptações por cada Divisão.

[editar] Instituições

[editar] Publicações

A publicação e distribuição de literatura foram os fatores mais importantes no crescimento do Movimento Adventista. O Adventist Review and Sabbath Herald (atual Adventist Review), o principal periódico da igreja, foi fundado em Paris, Maine, em 1850; a Youth Instructor em Rochester, Nova York, em 1852; e a Signs of the Times em Oakland, Califórnia, em 1874. A primeira casa publicadora denominacional em Battle Creek, Michigan, começou a funcionar em 1855 e foi legalmente incorporada em 1861 com o nome de Associação de Publicações dos Adventistas do Sétimo Dia.

No Brasil, a Casa Publicadora Brasileira é a editora oficial da igreja adventista.

Atualmente o principal meio de divulgação das publicações adventistas é a colportagem.

[editar] Organismos sociais

O Instituto de Reforma de Saúde, mais tarde conhecido como Sanatório de Battle Creek, abriu suas portas em 1866, e a sociedade de trabalho missionário foi organizada a nível de estados em 1870. A primeira escola da rede mundial de ensino da Igreja foi estabelecida em 1872, e em 1877 deu-se início à associação de Escolas Sabatinas. Em 1903 o escritório central da denominação mudou-se de Battle Creek, Michigan, para Washington, DC, e em 1989 para Silver Spring, Maryland.

A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais(ADRA), é uma organização não governamental de âmbito mundial presente em mais de 120 países entre os quais o Brasil.

Adra é uma agência internacional de desenvolvimento e ajuda humanitária. Ela focaliza primariamente a sustentação, com projetos de desenvolvimento a médio-prazo.

[editar] Instituições de saúde

Existe uma ênfase da IASD na reforma de saúde, abstinência do álcool e fumo. A igreja organiza periodicamente cursos "Como Deixar de Fumar em 5 dias", de abordagem comportamental ao vício tabágico através de palestras por profissionais de saúde, sem caráter proselitista. Sobre este aspecto, a forte ênfase sobre saúde e hábitos alimentares foi objeto de estudo pelo Governo dos Estados Unidos, através do NIH, que constatou entre adventistas do estado da Califórnia uma sobrevida maior em 7 anos em relação a população em geral.1, 2.

Atualmente existem no mundo 532 instituições de saúde adventistas. Um dos hospitais brasileiros, o Hospital Adventista Silvestre é referido ser o primeiro hospital a ter realizado transplante de pâncreas no mundo.

[editar] Educação adventista

A IASD mantém um sistema unificado de educação protestante no mundo. Operam 5700 unidades de educação básica, ensino médio e universitário, incluindo faculdades, seminários e escolas médicas em cerca de 145 países. Este sistema envolve 66.000 professores e 1.257.000 estudantes (dados de 2005)[3]. O sistema tem clara definição por ensino religioso agregado, defesa do criacionismo, porém aceita estudantes de todas as religiões.

Sites de Universidades Adventistas

Nos Estados Unidos

[editar] Crenças

Um grupo de várias denominações no início do século XIX acreditava que Jesus Cristo retornaria à Terra no dia 22 de outubro de 1844 (que posteriormente ficou conhecido como o O Dia do Grande Desapontamento), e que após aquela data a porta da salvação estaria fechada. Mas após revisarem os livros proféticos (especialmente Daniel e Apocalipse)), alguns dos que posteriormente formariam a Igreja Adventista do Sétimo Dia constataram que Jesus estaria desde aquela data purificando o Santuário Celestial, e que aqueles que aceitarem a mensagem da salvação, não sofrerão a segunda morte (a morte eterna do ser humano, um completo estado de inexistência), e que Jesus vai voltar novamente à Terra em breve de forma visível e gloriosa, aniquilando os ímpios e resgatando os justos.

[editar] Desenvolvimento das crenças da Igreja Adventista

O desenvolvimento de crenças da igreja adventista se deu de forma paulatina e contínua. Os mesmos não possuiam um corpo doutrinário definido inicialmente, embora houvessem estabelecido o princípio da "Bíblia como única regra de fé e prática" (sola scriptura). Talvez algo de significância para exemplificar isto seja o fato que somente 2 anos após o Dia do Grande Desapontamento, a guarda do Sábado iniciou entre os seus primeiros líderes e somente 4 anos após aconteceu a primeira grande reunião dos "adventistas guardadores do Sábado", em 20-21 de abril em Rocky Hill, Connecticut. Em 1859 foi estabelecido o sistema de dízimos e ofertas. Apenas em 1863 (19 anos depois) começou a haver um entendimento sobre reforma de saúde, abstinência do álcool e fumo e distinção entre animais limpos e imundos, de acordo com Levítico 11. E, somente após 1888 vemos claramente a crença na justificação pela fé como forma de salvação, e definição do papel da Lei e da Graça de Deus na vida cristã.

Em 1889 ocorreu a primeira publicação dos "Princípios Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia" no Anuário da organização, e consistia em 28 artigos que eram uma revisão e expansão das declarações de Uriah Smith em 1872. Em 1931 a declaração de crenças fundamentais foi reeditada por 3 razões principais: 1) A ausência de novas declarações após 1914 dava a falsa impressão que a IASD não tinha doutrinas especificadas ou definidas para as outras denominações; 2) Uma requisição formal da Divisão Africana por uma declaração que especificasse melhor a governos quais são as crenças da IASD. Esta declaração permaneceu até 1980. Em 1946 a Associação Geral votou que nenhuma revisão das declarações de crenças fundamentais deveria ser feita, a não ser em uma reunião da Associação Geral. Em 1980 foi a primeira vez em que foram votadas em uma reunião da Associação Geral as crenças fundamentais da IASD.

Quanto a doutrina da Trindade, que só apareceu nos anuários a partir de 1931 e votada oficialmente em 1980, os principais líderes pioneiros da igreja sempre foram contrários. Eles escreveram a esse respeito em um dos principais veículos adventistas da época - The Review and Herald (Clique aqui e veja a imagem e tradução dos originais impressos).

J.N. Lougborough clamava que a doutrina da Trindade foi trazida para a igreja católica no mesmo tempo em que a adoração de imagens, e a que era a celebração da guarda do domingo que não é mais do que a doutrina dos persas remodelada. Adventist Review 5 de Novembro de 1861

J.B.Frisbie seguiu o mesmo pensament de Lougborough dizendo que a Trindade era um louvor à guarda do domingo. The Advent Review 4 de Abril de 1854

James White disse que a doutrina da Trindade acaba com a personalidade de Deus e de seu Filho Jesus Cristo. The Advent Review 11 de Dezembro de 1855. Disse ainda que os grandes reformadores se tivessem continuado, não deixariam nenhum vestígio das falsas doutrinas, inclusive a Trindade. Advent Review 7 de Fevereiro 1856

J.N. Andrews incluiu a crença na Trindade entre as doutrinas espúrias que compunham o vinho de Babilônia. Adventist Review 6 de Março de 1855.

D.W.Hull disse que essa doutrina foi invenção do "homem do pecado" am referêcia a IITessalonissences 2. Adventist Review 10 de Novembro de 1859.

William White, filho da Sra. White era contrário a essa doutrina e dizia que muitas pessoas se utilizavam dos escritos de sua mãe com interpretações errôneas. [Carta original de 1935]

São muitas declarações por todo o tempo em que estiveram na liderança e com o apoio de Ellen White, pois quanto a esta, não encontramos nenhuma reprovação, bem diferente ao que aconteceu durante a chamada "crise panteísta" descrita abaixo.

[editar] No que crêem os adventistas do sétimo dia?

Os adventistas do sétimo dia possuem hoje 28 CRENÇAS FUNDAMENTAIS que podem ser resumidas da seguinte forma: crença na Bíblia; na Trindade

“Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos.”

“Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens...”;

Pecado original;conflito entre Cristo e Satanás; Vida humana, Morte e Ressurreição de Cristo; justificação pela fé; que a Igreja é a comunidade una e visível dos crentes; que Deus escolheu um povo remanescente para testificar o Evangelho; na reforma de saúde; nas práticas do Batismo por imersão e da Santa Ceia; continuidade dos dons espirituais, sobretudo o da profecia; validade da Lei de Deus (Dez Mandamentos, que inclui a guarda do Sábado); vinda eminente de Cristo, a ressurreição dos mortos, e o Juízo Final e uma nova Terra.

Existem alguns grupos minoritários, em sua grande maioria sem ligação com a organização estabelecida, que possuem crenças distintas onde não há crença na Trindade. Entendem estes que o Espírito Santo é o Espírito de Deus, o Pai e/ou o Espírito do Senhor Jesus, o filho, sem uma identidade pessoal distinta ou uma terceira pessoa que junto com Deus e Jesus formariam a Trindade. Jesus, segundo eles, embora seja compartilhante da natureza divina, seria originário de Deus, o Pai.

[editar] 28º crença

Com 2/3 dos votos a favor, foi definida na última conferência mundial, finalizada no dia 10 de julho de 2005, afirmando que, quando o crente aceita Jesus Cristo como o seu Salvador pessoal, o mesmo se torna vitorioso em Cristo sobre as forças do mal (incluindo aqui espíritos malignos), não importando o seu passado. Assim, o mesmo pode crescer espiritualmente sob a influência do Espírito Santo. Se fez necessária tal afirmação de fé, apesar de implícita na doutrina, devido a alguns fatos:

  • Na Índia, mesmo quando batizado na Igreja Adventista, alguns crentes continuam a acreditar no banho purificador em algum rio sagrado, como o Ganges, no dia em que tal rio não está infestado de demônios;
  • Na África, alguns crentes continuam a acreditar na força da macumba e/ou de feitiços contra a sua pessoa;
  • Em regiões do Pacífico, a crença animalista (da presença de espíritos nos elementos da natureza) coloca em dúvida constante daqueles que entram em contato com o Evangelho sobre o poder de Cristo na vida diária;e,
  • Na Europa e na América do Norte, aparentemente, tais superstições não vigoram na vida do novo crente adventista.

[editar] Relação Igreja x Estado

Os adventistas do sétimo dia apoiam enfaticamente a separação entre a igreja e o estado. Promovem em todo o mundo simpósios neste assunto. Nos Estados Unidos publicam uma revista especializada em liberdade religiosa, chamada Liberty.

[editar] Situação de não-combatentes

Por definição, os adventistas rejeitam o porte de armas e o serviço militar em atividades onde tenham que portar armas. No entanto, aceitam e se voluntariam para atividades assistenciais em caso de guerra e de saúde (enfermagem, motoristas de ambulância, etc). Durante a segunda guerra mundial, vários adventistas alemães foram executados em campos de concentração ou mandados para manicômios por se recusarem a portar armas.

[editar] Papel da mulher na organização eclesiástica

Em comum com várias igrejas cristãs conservadoras, a questão da ordenação de mulheres é ativamente debatida dentro da IASD. O papel especial de Ellen G. White dentro da denominação é prova da importância e contribuição das mesmas para o desenvolvimento da igreja, segundo visão geral. No entanto, embora elas tenham sido aprovadas para serem ordenadas ao ancionato (ver acima) por muitos anos, nenhuma é oficialmente elegível com pastora. Esta decisão é grandemente baseada no texto of 1 Coríntios 14:34-37 quando São Paulo teria apresentado como ordenança de Deus que as mulheres deveriam permanecer quietas na igreja, e serem submissas, bem como o texto de 1 Timóteo 2:12 no qual é dito que nenhuma mulher deveria ensinar ou ter autoridade sobre homem, devendo permanecer calada. Como em outras denominações, o debate se concentra nas seguintes questões:

  • Se estas instruçoes se referiam à igreja do I século ou a todas as eras;
  • Se eram instruções para a região Mediterrânea, ou todas as culturas.
  • Se estas passagens bíblias teriam sido realmente escritas por S. Paulo ou outros, e atribuídas a S. Paulo.

A Divisão Norte-Americana da IASD propôs na Assembléia da Conferência Geral de 1995 em Utrecht, Holanda, que cada divisão deveria decidir independentemente se as mulheres poderiam ou não serem ordenadas ao pastorado. A proposta foi rejeitada por um placar de 1481 a 673. Apesar disso, algumas congregações e mesmo Associações ordenam pastoras em seus quadros.

Localmente a participação da mulher na IASD é intensa em vários segmentos e aprovada pela Associação Geral. Uma das vice-presidentes escolhidas na última Conferência Geral (2005) é uma mulher. No entanto, o cargo de presidente da Associação Geral é exclusivo a um pastor ordenado, o que, no momento exclui as mulheres adventistas da possibilidade deste cargo.

[editar] Estilo de vida adventista

[editar] Música sacra

Assim como a musicoterapia define terapias através da música, entende-se que há música para cada situação. Na adoração, no templo, a música deve ser solene, inspiradora, suave e calma, elevando nossos sentidos à presença sublime do Criador. Um dos pontos expressivos dos Adventistas é o trabalho desenvolvido com a música sacra, reconhecidos pelas várias denominações cristãs. Em seus colégios internos são desenvolvidos vários projetos musicais.

[editar] Corais e conjuntos

Existem vários coros e conjuntos compostos por membros das denominações os quais realizam trabalhos não só evangelísticas, como também sociais. Vários conjuntos musicais alcançaram renome nacional como o Grupo Cantar-Te, o Conjunto Prisma, Coral Jovem do Rio de Janeiro, Coral Jovem de Curitiba, Quarteto Arautos do Rei, Coral do Projeto Volta, Ministério Nova Luz entre outros.

[editar] Crises, divergências e outras controvérsias doutrinárias

[editar] Controvérsias doutrinárias

Existem em geral várias declarações isoladas de membros ou periódicos que são tomadas para provar o ponto de vista que os Adventistas do Sétimo Dia seriam uma seita ou culto. Houve uma evolução da IASD de culto para igreja cristã protestante. Alguns dos críticos incluem as declarações a seguir elencadas, porque a Igreja Adventista do Sétimo Dia, embora afirme crer apenas na Bíblia como fonte autorizada em questões de fé, seu conjunto de crenças oficiais impõe o oposto. Algumas das críticas incluem1

  • Que os escritos de Ellen G. White seriam considerados no mesmo nível de autoridade que a Bíblia: Inspirados por Deus e infalíveis. Embora a Conferência Bíblica da IASD, de 1919, houvesse estabelecido, de forma coerente, que a inspiração dela foi verbal e não escrita, e essa mesma Conferência tenha firmado entendimento de que os escritos Ellen G. White não são autoridade teológica final em assuntos doutrinários, e que a Bíblia é a única regra de fé e de prática, a IASD oficialmente, e atualmente, estabeleceu, em sua crença No 18, a existência do Dom Profético e o papel de Ellen G. White como "contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja", . Além disso, também creem que o Dom de Profecia é extensível a qualquer crente dentro dos dons espirituais, muito embora não pratiquem ou promovam rotineiramente este dom.
  • Que as doutrinas adventistas são baseadas nos escritos de Ellen G. White: As 28 doutrinas da IASD foram estabelecidas unicamente com base na Bíblia. Os escritos de Ellen G. White nunca estabeleceram doutrina na igreja. De fato, as visões que ela relatou ter recebido sobre algum ponto doutrinário somente apareciam depois de um ponto já ter sido estudado dentro da igreja.
  • Que o sacrifício de Cristo não foi finalizado na cruz: Os adventistas crêem que Jesus Cristo é o intercessor de todos os crentes no Santuário Celestial, diante de Deus o Pai. Isto embora esteja dentro do contexto de crenças adventistas e na visão dos mesmos do livro de Hebreus no Novo Testamento, não implica de nenhuma forma que o sacrifício vicário de Cristo seria incompleto ou insuficiente.

A igreja adventista teve algumas crises e dissidências, de relevância para a sua história. As principais foram:

  • 1906 - Crise Panteísta: Vários líderes foram expulsos da denominação por acreditarem em Deus como uma essência impessoal que permearia todo o universo.
  • 1914 - Cisma Reformista: Por divergências locais da liderança adventista na Alemanha, foi estabelecido de maneira contrária aos princípios do não-porte de armas e da atividade no dia de Sábado para os membros da igreja da alemanha. Os membros que não concordaram com esta conduta da igreja local, expondo abertamente suas opiniões foram expulsos de suas congregações. Após o término da guerra, a Conferência Geral tentou estabelecer um consenso entre partes, porém o segmento que havia sido expulso formou um movimento dissidente que se tornaria a igreja adventista da reforma. Esta sofreu uma dissidência interna em 1951. Compartilham a maioria absoluta das doutrinas da igreja adventista do sétimo dia, inclusive a Trindade, porém consideram a IASD como babilônia.
  • 1929 - Ramo Davidiano: o búlgaro-americano Victor Houteff publicou "O Cajado do Pastor" (The Shepeherd Rod) contendo novas profecias e intepretações que foram rejeitadas pela IASD. Seus seguidores, que nunca foram muitos, mantiveram na maior parte membresia na IASD. Todavia alguns grupos mais radicais constituíram denominações independentes, como a Igreja Adventista do Ramo Davidiano, que liderada por David Koresh, foi palco do massacre em Waco, Texas, em 1993, depois de 51 dias de cerco pela polícia.
  • 1932 - Movimento Pentecostal no Brasil: A igreja adventista já havia rejeitado na virada do século XIX a corrente carismática que deu origem às igrejas pentecostais. Entretanto, o pastor adventista brasileiro JOÃO AUGUSTO DA SILVEIRA, no dia 24 DE JANEIRO DE 1932 em Paulista, Pernambuco, referiu ter apresentado o Dom de Línguas como crido pelas igrejas pentecostais. Foi fundador da Igreja Adventista da Promessa, que em linhas gerais tem como discordância da IASD o Dom Profético (não acreditam em Ellen G. White) e no entendimento sobre o batismo do Espírito Santo.
  • Década de 1970 - Crise Liberal: O surgimento de forum de discussões universitários fez brotar publicações independentes dentro da igreja, com a revista Adventist Today e Spectrum. Esta última abrigou (e abriga até hoje) uma corrente progressista, que questiona o método histórico-crítico de interpretação das profecias bíblicas, bem como o papel de Ellen G. White dentro da igreja adventista. Alguns eminentes teólogos da igreja, como Desmond Ford (professor do Seminário Teológico Adventista na Austrália), criticaram a doutrina do santuário da forma como ela é estabelecida pela Igreja. Ele continua como membro da Igreja, embora suas credenciais de professor e pastor tenham sido retiradas. Outro pastor, Walter T. Rea, foi cortado da igreja por não acreditar no dom profético como crido pela IASD através da pessoa de Ellen G. White, questionando seu método de produção literária, que, segundo pesquisa elaborada com rigor técnico, estava todo fundamentado em plágio das obras de outros autores.
  • Década de 1990-dias atuais - Crise Fundamentalista: Alguns membros, como reação aos liberais da revista Spectrum, adotaram uma visão radicalmente oposta a estes, revendo pontos doutrinários modificados por líderes ecumênicos ao longo das décadas posteriores à morte dos pioneiros, inclusive Ellen G. White. Entre eles, destacam-se a crença na Trindade e na natureza realmente humana (pós-queda) de Cristo. Embora a liderança afirme hoje que a Igreja Adventista não tinha adotado posição formal sobre pontos como a Trindade e a Natureza Humana de Cristo até 1931, isso não corresponde a verdade, pois os anuários conhecidos como Yearbooks e outras publicações ano após ano reafirmaram o antitrinitarianismo e a crença na natureza pós-lapsariana do Filho de Deus encarnado pelos adventistas pioneiros. Existem variantes deste fenômeno antitrinitarianista e pós-lapsariano em vários países, que se apresentam: 1) Nos EUA, através de Ministérios Independentes e Igrejas congregacionalistas; 2) Em países como o Brasil, através dos chamados "grupos dissidentes" assim rolutados pela Administração, e pela organização de igrejas independententes, que se denominam "adventistas leigos" ou, mais recentemente, "adventistas bereanos".

[editar] Atual crise doutrinária no Brasil

Como reflexo direto do movimento fundamentalista iniciado nos Estados Unidos, têm surgido vários grupos de pessoas divergentes da crença consensual adventista atual. Em termos gerais há algumas características comuns:

  • 1) Forte apelo crítico a Igreja Adventista do Sétimo Dia, em especial à organização da IASD;
  • 2) Crença anti-trinitariana, embora não haja consenso pleno de quem ou o que seria o Espírito Santo (se o espírito de Deus, ou se o próprio Jesus Cristo);
  • 3) Ênfase pós-lapsariana sobre a Natureza de Cristo;
  • 4) Proselitismo ativo nas igrejas adventistas estabelecidas;
  • 5) Estímulo a um sistema congregacionalista de administração eclesiástica.

Existem outros pontos onde aparentemente não há consenso pleno, sendo verificada diversidade de opiniões, dentre os quais pode-se destacar:

  • 1) O uso do nome Yeshua (do original aramaico), ao invés da forma latinizada Jesus;
  • 2) O batismo em nome do Filho de Deus, ao invés do uso da fórmula batismal encontrada em Mat 28:19, por se tratar de um acréscimo feito ao texto sagrado, segundo informa a Bíblia de Jerusalém;
  • 3) O papel de Ellen G. White, e dos seus escritos, com opiniões variando da aceitação parcial à negação plena. Em geral, todos os grupos se auto-denominam "adventistas leigos", como uma contra-posição aos cargos eclesiásticos e teólogos estabelecidos da IASD. A maior parte da argumentação destes grupos pode ser encontrada nos sites geridos por Ennis Meier e Robson Ramos. Versao Moderna.

No final da década de 1990, já havia um bom número de adventistas que questionavam a moralidade administrativa da igreja, sendo que muitos foram expulsos por contestarem a Administração, formando grupos que se auto-denominaram de "adventistas leigos". Esses tais "leigos" rapidamente aderiram à bandeira doutrinária do anti-Trinitarismo.

Esse movimento Anti-Trinitário tem base histórica e teológica nas pesquisas de Ennis Meier, um brasileiro/americano que morava próximo da Conferência Geral em Silver Spring MD, EUA. Ennis é o editor do website Alvorada.Us, onde relata como descobriu nos Arquivos da Conferência Geral os antigos anuários da Igreja (Year Books), que provam mudanças radicais na doutrina da IASD. Mudanças relativamente recentes e por certo posteriores à morte de Ellen White, tida como profetisa da igreja. Ver Year Books.

Esses livros oficiais da igreja, os "Year Books", e o pensamento dos pioneiros da igreja mostrados no Alvorada.Us comprovam uma mudança de um extremo ao outro, na política doutrinária da igreja. Veja notícia da APaC e também da Universidade Adventista de São Paulo.

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