Cláudia Abreu
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Cláudia Abreu (foto de Savaman/flickr) | |
Nascimento | 12 de outubro de 1970 Rio de Janeiro |
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Nacionalidade | Brasileira |
Ocupação | Atriz |
Cláudia Abreu (Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1970) é uma atriz brasileira de cinema, teatro e televisão. Casada com o cineasta José Henrique Fonseca, com quem tem uma filha, Maria.
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[editar] Carreira
Cláudia Abreu, iniciou sua carreira no Tablado, tradicional companhia de teatro fundada por Maria Clara Machado em 1951, no Rio de Janeiro. Em seu mais de meio século de história, o Tablado foi responsável pela formação de vários nomes do teatro, da televisão e do cinema brasileiros, tais como Fernanda Torres, Selton Mello, Leonardo Brício, Miguel Falabella e outros mais velhos, como Louise Cardoso, Sérgio Viotti, Cláudio Corrêa e Castro, Ivan de Albuquerque e Rosita Tomaz Lopez.
Cláudia Abreu chega ao Tablado por meio de seu tio Ovídio que, apesar de não ser ator de carreira, encenava peças pela companhia como uma espécie de 'segunda profissão'. Na época, não era fácil juntar-se à companhia. O tio, no entanto, consegue uma vaga para os irmãos mais velhos de Cláudia, que não demonstram, porém, interesse pela oportunidade. Cláudia aceita a oferta por curiosidade, e passa a fazer o curso como uma espécie de atividade extracurricular. Para sua surpresa, começam a surgir várias oportunidades de testes para comerciais, convites para grupos de teatro infantil e outros trabalhos. Aos quize anos, a jovem atriz é chamada para um teste de novela na Rede Globo. Em suas próprias palavras, o retorno foi imediato — quando percebeu, já era atriz profissional.
De sua experiência no Tablado, Cláudia destaca a chance de interpretar o papel principal em O Despertar da Primavera, que estimulou seu interesse pelo teatro. Graças a essa montagem, ela acabou sendo convidada para seu primeiro trabalho na televisão, que a catapultou para o conhecimento do grande público e, eventualmente, para o estrelato.
Como homenagem ao seu início no Tablado, Claudia Abreu produziu e estrelou a peça clássica de Maria Clara Machado, Pluft, o Fantasminha. Ex-aluna dedicada, é hoje ativa militante pela conservação e revitalização da companhia, participando de campanhas ao lado de outros nomes de peso na dramaturgia nacional.
[editar] Televisão, cinema e teatro
Considerada um dos maiores talentos de sua geração, Cláudia Abreu tem procurado diversificar sua carreira entre televisão, cinema e teatro. Assim, depois de oito anos participando de novelas da Rede Globo quase que anualmente (de 1986 a 1994), a atriz entrou em seu primeiro 'período sabático', com participações pontuais e bissextas nas minisséries A Vida Como Ela É, A Comédia da Vida Privada e Labirinto.
Nesse período, Cláudia pôde se dedicar ao cinema. O ano de 1997 é particularmente prolífico em sua carreira. Após uma marcante participação no média metragem Absinto, em 1992, Tieta é lançado, em fins de 1996. Ao lado de Sônia Braga e Marília Pêra, Cláudia interpreta o papel de 'Lenora' na produção de Cacá Diegues. No ano seguinte, mais três títulos chegam aos cinemas: O Que é Isso, Companheiro?, sobre o seqüestro do embaixador americano durante o período da ditadura no Brasil, e onde Cláudia faz o papel da guerrilheira Renée, ao lado de Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres e o americano Alan Arkin; A Guerra de Canudos, em que faz o papel principal de Luzia; e Ed Mort, como Cibele, papel que lhe rendeu o prêmio da Lente de Cristal, no Festival de Miami. Nessa época, e paralelamente ao cinema, Cláudia voltou aos palcos, atuando em Noite de Reis, de Shakespeare, e As Três Irmãs, de Tchekov.
Em 1999, seu retorno às grandes produções da televisão vem no papel da escrava branca Olívia, em Força de um Desejo, telenovela de Gilberto Braga e Alcides Nogueira. Em 2001, Cláudia ressurge no cinema com o papel da Baronesa Maria Luísa, em O Xangô de Baker Street, produção de sucesso baseada no romance homônimo de Jô Soares. Uma participação no seriado Os Normais fecha o ano, que se destacou na vida da atriz mais pelo nascimento de Maria Maud, sua filha com o cineasta José Henrique Fonseca.
A maternidade faz Cláudia desacelerar seus compromissos e abre outro período sabático. Importantes, nessa fase, são as filmagens de O Homem do Ano, de José Henrique Fonseca. O filme, emblemático para o casal, teve roteiro premiado de Rubem Fonseca, sogro de Cláudia.
Em 2002, o período sabático é brevemente interrompido com uma participação no divertido O Quinto dos Infernos, no papel da imperatriz Amélia de Leuchtenberg, segunda esposa do imperador brasileiro Dom Pedro I. Nessa fase, Cláudia também filmou O Caminho das Nuvens, um road movie brasileiro sobre uma família de nordestinos que, de bicicleta, atravessa toda a distância até o Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor.
No ano seguinte, são lançados O Homem do Ano' e O Caminho das Nuvens, e Cláudia retorna à televisão em Celebridade, no papel da pérfida Laura Prudente da Costa, Nêmesis e arquiinimiga da mocinha Maria Clara Diniz (vivida por Malu Mader, sua grande amiga na vida real). Primeira vilã na carreira da atriz, Laura, a despeito de suas vilanias, foi um estrondoso sucesso de público. O humor ácido, pontuadas pelo tempo seguro e perfeito de Cláudia, tornaram a personagem extremamente popular e querida.
Em 2004, a autora Glória Perez convidou a atriz para estrelar sua novela das oito, América, no papel da imigrante Sol. Na época, Cláudia recusou a oferta e argumentou que a produção de uma novela absorve demais a vida de um ator, e que ela não poderia se ausentar tanto tempo da rotina e da vida em família, ao lado do marido e principalmente da filha, Maria, então com apenas quatro anos. Com um ritmo mais suave, o cinema voltou a ser opção nessa fase. Cláudia aceita o convite para substituir a atriz francesa Clara Bellar na produção de Os Desafinados, de Walter Lima Jr., e começa a filmar, no Rio e em Nova York, ao lado de Rodrigo Santoro, Ângelo Paes Leme e outros. A história marca a trejetória de um grupo de cinco músicos nos tumultuados anos sessenta e setenta, sua luta pelo sucesso e seus dramas pessoais.
Novamente revigorada pelo hiato televisivo, Cláudia retorna à tevê em outra grande produção da Rede Globo, Belíssima, de Sílvio de Abreu, no papel de Vitória, ex-menina de rua, que se casa com o milionário Pedro Assumpção (Henri Castelli), e com quem vai viver na Grécia, enfrentando grande oposição por parte da avó megera do rapaz, Bia Falcão (Fernanda Montenegro).
[editar] Musas
Sempre que questionada sobre seus papéis, Cláudia afirma não ter a preocupação de ser a protagonista. Como atriz, diz acreditar em bons papéis - complexos, multifacetados e desafiadores, ainda que secundários. Essa parece ter sido, de fato, sua experiência de vida e carreira. Papéis interessantes ganharam viço e destaque com sua interpretação segura, elevando a atriz à categoria de musa. Três merecem especial destaque:
Clara - Como a moça pobre e ambiciosa de Barriga de aluguel, que 'vende' seu útero para o casal de protagonistas poder finalmente ter um filho, Cláudia soube tirar proveito do texto polêmico de Glória Perez e fazer o público torcer pela personagem, em seu arrependimento e luta para manter o bebê ao seu lado.
Heloísa - No papel de Heloísa, a emblemática jovem fútil de classe média alta que se torna guerrilheira no período da ditadura, em Anos Rebeldes, Cláudia tornou-se musa de fato e de direito do movimento dos caras-pintadas, por ocasião da campanha pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. A força da personagem, sua trajetória dramática e fim trágico são um marco da televisão brasileira, paradigma de qualidade e excelência.
Laura Prudente da Costa - A vilã má, inescrupulosa e charmosamente sarcástica de Celebridade foi a musa de 2003—2004. Loura, linda e fria, serviu de modelo para uma série de outras vilãs criadas na sua seqüência. Cláudia foi sucesso de crítica e público, carinhosamente lembrada como a Cachorra, que tornou a novela de Gilberto Braga outro marco da teledramaturgia brasileira.
[editar] Cinema
- Tieta do Agreste (1996)
- O Que É Isso Companheiro? (1997)
- Guerra de Canudos (1997)
- Ed Mort (1997)
- O Xangô de Baker Street (2001)
- O Homem do Ano (2003)
- O Caminho das Nuvens (2003)
[editar] Televisão
- 2005 - Belíssima como Vitória
- 2003 - Celebridade como Laura Prudente da Costa
- 2002 - O Quinto dos Infernos como Imperatriz Amélia
- 1999 - Força de um Desejo como Olivia
- 1998 - Labirinto como Liliane
- 1994 - Pátria Minha como Alice
- 1992 - Anos Rebeldes como Heloísa Andrade Brito
- 1990 - Barriga de Aluguel como Clara Ribeiro
- 1989 - Que Rei Sou Eu? como Princesa Juliette
- 1988 - Fera Radical como Ana Paula Flores
- 1987 - O Outro como Zezinha
- 1986 - Hipertensão como Luzia
[editar] Peças de teatro
- O Despertar da Primavera
- Um Certo Hamlet
- Noite de Reis
- As Três Irmãs
- Pluft, o Fantasminha