Castelo de Ranhados
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Construção | D. Dinis (1286) | |
Estilo | gótico | |
Conservação | Mau | |
Homologação (IPPAR) |
IIP
(DL 129/77 de 29 de Setembro de 1977)
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Aberto ao público | ||
Site IPPAR | 0909150009 |
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O Castelo de Ranhados, localiza-se na Freguesia de Ranhados, Concelho de Meda, Distrito da Guarda, em Portugal.
Isolado no cume de uma colina, ergue-se em posição dominante sobre a povoação e a confluência do rio Torto e a ribeira da Teja. O topónimo está ligado a esta posição geográfica, em uma elevação entre dois rios, uma vez que o prefixo “ranh” siginifica a cumeada de elevações.
Índice |
[editar] História
[editar] Antecedentes
A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta a um castro proto-histórico, posteriormente romanizado, conforme os testemunhos arquelógicos constituídos por restos cerâmicos, ali recuperados por Adriano Vasco Rodrigues.
[editar] O castelo medieval
A edificação do castelo remonta ao reinado de D. Dinis (1279-1325), quando este outorgou Carta de Foral à povoação (1286), visando incentivar o seu povoamento e defesa. Acredita-se que terão colaborado com as suas obras a Ordem do Templo e a Ordem do Hospital, que possuíam domínios na região, à época.
Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), os domínios da povoação e seu castelo foram doados a dois irmãos Távoras (1381), doação confirmada posteriormente pelo Mestre de Avis em 1384. Alguns autores sustentam que a construção do castelo remonta a este período, argumentando a simplicidade do projeto e a aparente ausência de torre de menagem defendendo o portão de entrada.
Sem que se conheça o seu envolvimento nos principais episódios militares da época, a povoação e seu castelo entraram em declínio. Sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), o soberano passou o Foral Novo à vila (1512), o que se mostrou insuficiente para reverter o quadro de semi-abandono já então vivido.
[editar] Do século XVIII aos nossos dias
No século XVIII a povoação e seus domínios pertenciam à Casa do Infantado, constituindo-se em Reitoria da Apresentação do Padroado Real e em Comenda da Ordem de Cristo.
O progressivo abandono que se acentuou, levou à extinção do Concelho de Ranhados, incorporado ao Concelho de Meda (1836). Nesse período, provavelmente a partir da extinção das Ordens Religiosas (1834), a sua praça de armas passou a ser utilizada como cemitério da vila, função que perdura até aos nossos dias.
O castelo encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 29 de Setembro de 1977.
Em precário estado de conservação, há algumas décadas procedeu-se ao reforço de um dos muros exteriores na qualidade de cemitério, o que o desfigurou parcialmente.
[editar] Características
Castelo de montanha, erguido a cerca de 840 metros acima do nível do mar, apresenta planta ovalada irregular, orgânica, em estilo gótico. As muralhas são reforçadas por duas torres de planta quadrada: uma no ângulo Sudeste, oposta à entrada, e outra, no interior da praça de armas, aparentemente associada a uma segunda porta, de menores dimensões (Porta da Traição), protegida por uma dupla muralha, a Leste. Esta segunda torre apresenta porta em arco apontado e um compartimento [abóbada|abobadado]] encimado por cruzaria de ogivas.
Não se registam vestígios de uma torre de menagem associada à porta principal, o que pode indicar tratar-se de uma fortificação secundária, o que carece de pesquisa arqueológica complementar.
A muralha, desprovida de merlões, era parcialmente percorrida por adarve, a que se acede por escadaria em um dos lados da porta principal.
[editar] Ligações externas
- Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
- Instituto Português de Arqueologia
- Castelo de Ranhados (Pesquisa de Património / IPPAR)