Capitania de Porto Seguro
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A Capitania de Porto Seguro, na divisão administrativa do Brasil em capitanias hereditárias, feita por ordem do rei D. João III, coube ao donatário Pero do Campo Tourinho.
A carta de candidatura de Pero do Campo foi assinada em 27 de Maio de 1534. A capitania era constituída por 50 léguas de costa entre os rios Mucuri e Poxim. Eduardo Tourinho diz que «na extensão de suas 50 léguas, estendia-se da margem sul do rio Grande, Jequitinhonha ou Belmonte, à margem norte do rio Doce.» «Começarão na parte onde se acabarão as 50 léguas de que tenho feito mercê a Jorge de Figueiredo Correia na dita costa do Brasil», dizia o Rei.
Tinha solo de ótima qualidade para o cultivo da cana, muitos rios e muita madeira pau-brasil. Eduardo Tourinho, autor baiano que do donatário guarda o nome (um Pero de Campos Tourinho, neto do Donatário, mais tarde foi deão da sé da Bahia), explica: «nos limites com Ilheus tinha muita ibirapitanga (pau-brasil), e no rio Caravelas muito nimbo, aqueles búzios miudinhos que em Angola se transformavam em dinheiro e que daqui iam em barricas para o resgate de escravos.»
Outro fator de colonização do litoral brasileiro foi a ação catequizadora das ordens religiosas. Os franciscanos foram os primeiros a estabelecer contacto com a terra e já na expedição de Pedro Álvares Cabral vieram oito religiosos desta ordem, chefiados pelo Pe. Frei Henrique de Coimbra, que seguiram para a Índia.
Por volta de 1516, chegavam a Porto Seguro dois missionários da Província de São Francisco de Portugal, que desenvolveram a catequese entre os Tupiniquins e a assistência religiosa aos colonos, soldados e degradados portugueses. Foram eles que construíram a primeira igreja no país, dedicada a São Francisco de Assis e localizada no Outeiro da Glória, na parte alta da cidade, da qual hoje nem sobram as ruínas - só o outeiro...
De Porto Seguro partiram, no século XVI, várias entradas de desbravamento do sertão, embora não tenham chegado a criar povoações. Dentre as mais notáveis destacam-se a de Francisco Bruza de Espinosa (1553), que acompanhava o padre jesuíta João de Azpilcueta Navarro. Supostamente explorou a bacia do Jequitinhonha, as cabeceiras dos rios Pardo e das Velhas, alcançando o rio São Francisco; a de Martim de Carvalho (1567) subiu o rio Jequitinhonha, chegando à serra de Itacambira, onde descobriu areias auríferas; a de Sebastião Fernandes Tourinho (1572) explorou o vale do rio Doce, tendo, possivelmente, chegado até a atual Diamantina, e a de Antônio Dias Adorno (1574, partindo de Salvador por mar, penetrou no rio Caravelas e por terra chegou ao vale do rio Mucuri, alcançando terras do atual Estado de Minas Gerais.
Em meados do século XVIII foram incorporadas à Coroa a capitania de Ilhéus (1754), a de Porto Seguro (1761), a capitania de Itaparica e a capitania do Paraguaçu que, juntamente com a que pertenceu a Francisco Pereira Coutinho e fora incorporada, em 1548, para criação da sede do Governo Geral, formaram a grande Capitania da Bahia, cujo território correspondia, praticamente, aos atuais Estados da Bahia e Sergipe.
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