Wojciech Has
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Wojciech Jerzy Has (Cracóvia, 1 de Abril de 1925 - Lodz, 3 de Outubro de 2000) foi um realizador de cinema Polaco, argumentista e produtor.
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[editar] Juventude e estudos
Durante a ocupação alemã da Polónia, durante a Segunda Guerra Mundial, Has estudou em Cracóvia numa escola comercial e, depois, na Academia de Belas Artes de Cracóvia, até que esta foi dissolvida em 1943, voltando a este estabelecimento de ensino quando a guerra acabou e a escola foi reconstruída. Em 1946, terminou um curso de cinema que durou um ano e começou a produzir documentários e filmes educativos no Estúdio de Documentários de Varsóvia. Na década de 1950 passou a trabalhar na mais conceituada escola de cinema da Polónia - a Escola Nacional de Filmes de Lodz.
[editar] Realizador de cinema
Em 1947, Has fez a sua primeira média-metragem, Harmonia, e começou a realizar longas metragens em 1957. Em 1974 começou a trabalhar como professor do departamento dirigente da Escola Nacional de Filmes de Lodz. Ao longo da sua longa e prolífica carreira, dirigiu alguns filmes notáveis como O manuscrito encontrado em Saragoça, Lalka (traduzido para inglês como "A Boneca"), Sanatorium pod klepsydra (que pode ser traduzido como O sanatório da clepsidra).
Desde cedo na sua carreira que Has ganhou a reputação de um individualista que evitava quaisquer compromissos políticos na sua forma de realizar. Produziu a maior parte da sua filmografia no período em que a Escola Polaca de Cinema estava no seu auge. Contudo, o seu trabalho possuía o seu próprio estilo, independente dos temas policiais que dominavam a corrente. Em praticamente todos os seus filmes, Has cria ambientes herméticos, em que os problemas e o enredo relacionado com os protagonistas tomavam sempre uma importância secundária se comparados com o universo particular por ele criado.
"Se Wojciech Has fosse um pintor, teria sido, com certeza, um surrealista", escreveu o crítico polaco Aleksander Jackiewicz. "Teria redesenhado objectos antigos com todos os seus acessórios reais, mas justapostos de formas totalmente inéditas."
A obra de Has é geralmente associada à pintura surrealista, na crítica polaca. Isto justifica-se pela sua poética marcadamente onírica e pelo uso que dá à imagem dos objectos, tal como nos quadros surrealistas. Foi ainda autor de alguns dramas psicológicos, como Jak byc kochana (traduzido em inglês como "Como ser amado") e Pozegnania (traduzido em inglês como "Adeus") sobre pessoas com injúrias físicas que têm dificuldade em voltar à vida activa. Na sua obra, mostra o seu fascínio pelos marginalizados e por aqueles que se mostram incapazes de encontrar o seu lugar na realidade.
Duas correntes mantêm-se evidentes na produção de Has: por um lado, o seu cinema de análise psicológica e, por outro, os filmes de formas visionárias onde o tema da viagem é constante.
[editar] Últimos anos
De 1987 a 1989, Has foi director artístico dos Estúdios de cinema Rondo e membro do Comité de Cinema do Estado da Polónia. Em 1989-1990 foi deão do Conselho Directivo da Academia Estatal de Cinema, Televisão e Teatro, em Lodz. Em 1990, tornou-se o reitor da escola, mantendo-se neste posto durante seis anos. Era também o director executivo e conselheiro-chefe do Estúdio Indeks, uma escola afiliada.