Vouzela (freguesia)
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Brasão | Bandeira |
Gentílico | Vouzelense |
Concelho | Vouzela |
Área | 5,17 km² |
População | 1 485 hab. (2001) |
Densidade | 287,2 hab./km² |
Freguesias de Portugal |
Vouzela é uma freguesia portuguesa do concelho de Vouzela, com 5,17 km² de área e 1 485 habitantes (2001). Densidade: 287,2 h/km². Sede concelhia de doze freguesias, com a extensão de 189 km², é uma população que ronda os 13.200 habitantes. Vouzela está situada em pleno coração da Subregião de Dão-Lafões.
Índice |
[editar] Geografia
Situada no topo norte do concelho com o mesmo nome do qual é sede, Vouzela surge como vila encantada por entre as brumas das manhãs de Outono. Descendo a encosta norte da Serra do Caramulo já a encontramos aos pés do Monte da Senhora do Castelo e do Gamardo espraiando-se até ao Vouga, emoldurada pelo exuberante verde das florestas e, aqui e ali, casas de quinta, ora brancas, ora de um cinzento velho e granítico.
A vila é pequena mas airosa: servida por boas vias de comunicação, ligada por camionagem a todo o concelho, possuindo transportes rápidos para os grandes centros e dotada de todas as infra-estruturas que tornam a vida cómoda e calma.
As sua várias casas quinhentistas, a atestar seu passado valor, harmonizam-se com construções modernas surgidas em zonas novas e espalhadas por toda a vila.
Junto à vila há paisagens maravilhosas a impressionar o visitante: a estrada que nos leva à foz do Rio Zela, tem um aspecto caracteristicamente alpino, com a esplêndida piscina natural que o Vouga ali nos proporciona. E o Monte do castelo onde se localiza o magnífico Parque de Campismo, com todas as infra-estruturas que lhe proporcionam umas excelentes férias, para onde se vai numa estrada sinuosa de uns três quilómetros, permite-nos lançar a vista para um quadro estupendo, a conquistar o turista mais viajado, que dirá jamais ter visto igual beleza de tantos contrastes harmoniosos.
[editar] História
As primeiras referências à povoação remontam à segunda metade do século XI (1083) e, no entanto, há testemunhos de uma muito maior antiguidade: do castro da Senhora do Castelo, embora ainda não tivesse sido escavado, conserva-se a muralha e aparecem à superfície fragmentos de cerâmica castreja e romana. A existência de duas sepulturas antropomórficas, nas suas imediações, prova que continuou a ser habitado na Alta Idade Média.
A Igreja matriz, Monumento nacional desde 1922 é um templo que impressiona pela simplicidade austera do romântico a que foram acrescentados alguns belos pormenores de um gótico em ascensão. No interior, dos séculos XVIII e XIX, ressalta uma imagem de Cristo crucificado. Esta imagem é uma reconstituição fiel do original de Diogo Pires-o-Velho corroído pelo tempo. Digna de nota é também a bela imagem de Nossa Senhora do Rosário, de madeira policromada que, de expressão serena, nos recebe na calma obscuridade do templo onde sobressai apenas a esparsa luz reflectida na talha barroca dos altares.
Um outro edifício, a Casa da cavalaria, tem sido alvo de algumas considerações a que não é estranha uma personagem que é um dos símbolos desta terra: D. Duarte de Almeida, o Decepado de Toro.
Vouzela foi, desde tempos muito remotos, uma terra muito importante. Dos romanos sabe-se que por aqui fizeram passar o seu tráfego através da ligação viária para todo o império. Entroncamento de duas importantes vias, que a ligavam à civitas e à região do litoral.
A transacção de antiguidades, por exemplo, constitui já um ex-libris do concelho. A zona Industrial do Monte cavalo em expansão, mostra o dinamismo de uma terra que faz assentar nos alicerces do passado o seu futuro.
[editar] Património Cultural
[editar] Trajes Tradicionais
A época do ano (Inverno/Verão), a ocasião (trabalho/festa) e principalmente a situação económica das famílias, determinava o trajar do homem e da mulher. As diferenças verificadas no trajar dos vários grupos sociais são dadas, fundamentalmente, pela qualidade dos tecidos, pelos modelos e pelos adereços. Enquanto no trajar masculino a diferença é feita pelos tecidos, uma vez que os modelos se mantinham semelhantes, no trajar feminino é feita não só pelos tecidos mas também pelos modelos e adereços.
Para ocasiões de trabalho, a mulher vestia modelos simples e de mais usos. Para ocasiões de festa vestia as melhores peças em tecidos e modelos dependendo da sua situação económica. Os tecidos utilizados na confecção dos trajes eram de fabrico caseiro e industrial, como exemplo temos o linho, a estopa, o burel, o pano cru, a seda entre muitos outros. Em geral o traje feminino é composto pela capucha, a saia, o saiote, o avental, a camisa, a cinta, o lenço de cabeça, meias e tamancos. O traje masculino é composto pela capucha, a calça de burel, o colete, a camisa, as ceroulas, a cinta, meias, tamancas, tamancos de burel, a carapuça e a boina.
A capucha merece um destaque especial uma vez que era uma peça comum a todos os trajes, sobretudo femininos. Era e continua a ser usada nas freguesias mais serranas onde os Invernos são mais rigorosos e justificam o seu uso quase diário. A capucha era indispensável por ter múltiplas funções, tornando-se muito prática. A capucha de trabalho era de burel castanho ou tingido de preto sendo o principal abrigo da mulher e do homem que andavam à chuva, vento frio e neve. Para além de agasalho, esta peça de vestuário, auxiliava a mulher no seu trabalho, pois nela trazia molhos de lenha, frutos, feijões e hortaliça. Muitas vezes servia para deitar a criança, no campo enquanto a mãe trabalhava. Em dias de festa continuava a usar-se a capucha feita de tecidos mais finos como por exemplo de burel novo.
[editar] Festas Feiras e Romarias
- Festa da Nossa Senhora do Castelo, no dia 15 de Agosto;
- Festas do Castelo, na 1ª quinzena de Agosto;
- Festa de São Frei Gil, no dia 14 de Maio - Feriado Municipal;
- Feira Mensal, na 1ª quarta-feira do mês.
[editar] Património Natural
- Na periferia da freguesia das Donas encontram-se as “Orcas da Albagueira” e a “Inscultura da Pedra da Gata” do período Neolítico como índicios da civilização castreja temos a “Citania do Crasto” e a da “Ribamá”;
- Em Vouzela atravessando a Alameda, encontramo-nos no bem cuidado jardim, que no início de Agosto, serve de palco ás tradicionais Festas do castelo. Os seus enormes plátanos e tílias convidam ao descanso;
- Podemos ainda na Senhora do castelo, mergulhar no verde das matas que a envolvem e nas piscinas do parque de campismo que ali se situa..
[editar] Património Histórico
- A Igreja da Misericórdia, do século XVIII, com a sua bela frontaria em azulejo;
- A Igreja Matriz de Vouzela, de estilo românico;
- A Casa das Ameias à espera de um merecido restauro;
- Domus Municipallis, edifício do século XVI, com o seu característico arco e varandas, onde hoje funciona a Biblioteca Municipal;
- A Capela do século XVII dedicada a São Frei Gil em frente, e, em volte, algumas das mais belas casas de Vouzela;
- O belo e antigo casario onde se destaca a casa dos Távoras, dá acesso ás margens do Rio Zela e à fonte da Nogueira que, segundo a tradição foi mandada construir pelo Infante D. Luís, filho do rei D. Manuel I que bêbedo daquela água a considerou merecedora de tal benefício;
- A ponte ferroviária que hoje proporciona um belo passeio pedestre pela zona envolvente do Zela e, do outro lado, a mais modesta mas não a menos airosa ponte romana;
- O edifício do antigo tribunal que, depois de um bem conseguido restauro e ampliação, acolheu dignamente os actuais Paços do Concelho.
- Edifício do Museu Municipal de Vouzela
- Pelourinho de Vouzela
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