Variabilidade dos meios na comunicação
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Teoria de comunicação criada pelo professor Iran P. Moreira Necho em meados dos anos 90 (na obra "A Short Essay on Post Modern Rhetoric" que pretende dar significado ao fenômeno do canal de comunicação entre transmissor (comunicador) e receptor (platéia).
A Teoria foi condensada na Lei da Variabilidade, segundo a qual: “A atenção é aproximadamente proporcional à variabilidade do meio empregado”
A teoria nasceu como uma crítica a Aristóteles. Sendo que, para este último, um orador persuade em razão de três motivos: a) autoridade, imagem do orador; b) emoção; c) verossimilhança. Às três razões de persuasão, o Prof. Moreira Necho acresceu a "variabilidade do meio empregado".
Segundo Moreira Necho, a "Tríade Aristotélica da Persuasão" é incompleta, uma vez que o "canal de comunicação", ligado diretamente ao fenômeno da atenção é superior e necessário aos 3 itens.
Logo, quanto maior a variação do meio utilizado para a comunicação, quer seja oral, visual ou lógico, maior será o nível de atenção alcançado e, consequentemente, a eficácia da comunicação.
Entre os diversos fundamentos para sua teoria, podemos citar alguns exemplos práticos, baseados em situações de "alta variação" (causadora de atenção) e "baixa variação" (causadora de letargia, dispersora):
I) Sonora: "O canto do cisne negro” x "Pomp and circumstance”. A primeira música, com baixa variação de velocidade, intensidade e ritmo, induziriam a um estado letargico, aferível cientificamente. A segunda, pelo contrário, elevaria a psique a um estado de alerta verificável.
II) Visual: a) Leitura de textos impressos x leitura de textos multimídia em computadores. De acordo com a maioria das teorias acerca de metodologia científica de estudos, o grau de atenção/retenção decai após cerca de 1 hora de leitura (para um jovem). Segundo o Prof. Moreira Necho, isso se daria em razão da invariabilidade do meio de comunicação (visual) ao longo do tempo. Quanto à leitura em multimídia, de acordo com a teoria, o grau de retenção seria diretamente proporcional à variabilidade visual (cores, ângulos, fonte) da informação lida.
III) Física: a) Pessoas em ambiente de luz constante e som constante tendem a manifestar cansaço físico normal. Seria o caso de um estudante em seu quarto, numa sexta-feira, as 22:00. b) A variabilidade de luzes, cores e som pode induzir a mente a um estado de atenção "anormal". Seria o caso desse mesmo estudante, até as 3:00 da manhã numa discoteca.
[editar] Nascimento da Teoria
Segundo o próprio Moreira Necho, a teoria nasceu de questões não explicadas até então pelas teorias tradicionais de comunicação, em especial quanto à Tríade Aristotélica da Persuasão, segundo a qual a persuasão de uma platéia se daria com base em: Autoridade, Emoção e Verossimilhança.
Exemplo histórico
"...ora, o que explicaria, v.g., o fenômeno Adolf Hitler? Emoção, pode-se até concordar com tal quesito. Mas e quanto à autoridade? E quanto à verossimilhança? Como aceitar que um povo extremamente intelectual como o alemão se deixasse persuadir por um simples cabo de exército sem estudos (ausência de autoridade), e com teorias totalmente desacreditáveis, mesmo para a época (verossimilhança). Afirmar que todo um povo se deixou levar pelo passionalismo seria tão ininteligente quanto anti-científico. Por óbvio, tratou-se de uma hipnose em massa..." (in "A Short Essay on Post Modern Rhetoric")
Exemplo prático
"... como explicar a alteração psíquica comprovada entre ouvintes submetidos a discursos de língua estrangeira (desconhecida do ouvinte)? Por óbvio trata-se da existência de um fenômeno físico sobre a mente das massas, capaz de induzi-las a um estado artificial de atenção e até, possivelmente, a um estado próximo da hipnose..."
Um segundo exemplo diz respeito à chamada mensagem subliminar que, segundo a hipótese levantada por sua definição, poderia induzir as massas a comportamentos próximo de um "controle mental". Segundo o Prof. Moreira Necho, a mensagem subliminar nada mais é do que uma aplicação direta do enunciado de sua teoria.
[editar] Conseqüencias da aceitação da Teoria
Se aceita a Teoria da Variabilidade dos Meios de Comunicação, poderemos chegar a diversas conseqüencias, em especial no campo da ética da comunicação. Entre elas:
a) até que ponto a propaganda exerce um papel alienador?
b) até que ponto comunicações artificialmente "variantes" não trazem um objetivo subliminar e, portanto, hipnótico?
c) de que modo seria possível evitar a influência alienadora da mídia e frear os interesses das grandes corporações em termos de desejo de "controle de comportamento das massas"?