Teoria das cores
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As consciência sobre as cores sempre esteve presente no humano, desde o tempo que ele andava em um universo verde atento para um alerta vermelho, fosse fruta, animal ferido ou fêmea no cio. Mas desses, não sobrou nenhuma divugação.
Índice |
[editar] Cor
Cor é como o olho humano interpreta a reemissão da luz vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas eletromagnéticas, e que corresponde à parte do espectro eletromagnético que é visível (380 a 750 nanômetros).
[editar] Luz
A fusão nuclear ocorrida no Sol produz um fluxo maciço de energia. A parte visível pelo olho humano desta energia é chamada de luz. Devido à dualidade onda-partícula, a luz exibe simultaneamente propriedades de ondas e de partículas. A distância entre cada crista de tal onda é chamada de comprimento de onda.
[editar] Espectro visível
Os comprimentos de onda visíveis se encontram entre 380 e 750 nanômetros. Ondas mais curtas abrigam o ultravioleta, os raios-X e os raios gamas. Ondas mais longas contêm o infravermelho, o calor, as microondas e as ondas de rádio e televisão. O aumento de intensidade pode tornar perceptíveis ondas até então invisíveis, tornando os limites do espectro visível algo elástico.
Cor não é um fenômeno físico. Um mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente por diferentes pessoas, ou seja, cor é um fenômeno subjetivo e individual.
[editar] O olho humano
O olho humano é um mecanismo complexo desenvolvido para a percepção de luz e cor. É composto basicamente por uma lente e uma superfície fotossensível dentro de uma câmera, grosseiramente comparando a uma máquina fotográfica.
A córnea e a lente ocular formam uma lente composta cuja função é focar os estímulos luminosos. A íris (parte externa colorida) é fotossensível e comanda a abertura e fechamento da pupila da mesma maneira que um obturador. O interior da íris e da coróide é coberto por um pigmento preto que evita que a luz refletida se espalhe pelo interior dos olhos.
O interior dos olhos e coberta pela retina, uma superfície não maior que uma moeda de um real e da espessura de uma folha de papel. Neste ponto do processo da visão, o olho deixa de se assemelhar a uma máquina fotográfica e passa a agir mais como um scanner. A retina é composta por milhões de células altamente especializadas que captam e processam informação visual a ser interpretada pelo cérebro. A fóvea, no centro visual do olho, é rica em cones, um dos dois tipos de células fotorreceptoras. O outro tipo, o bastonete, se espalha pelo resto da retina. Os cones são responsáveis pela captação da informação luminosa vinda da luz do dia, das cores e do contraste. Os bastonetes são adaptados à luz noturna e à penumbra.
[editar] Os três tipos de cones
Os cones se dividem em três tipos e respondem preferencialmente a comprimentos de ondas diferentes. Temos cones sensíveis aos azuis e violetas, aos verdes e amarelos, e aos vermelhos e laranjas. Aos primeiros se dá o nome de B (blue), aos segundos G (green) e aos últimos R (red).
Os cones são distribuídos de forma desequilibrada sobre a retina. 94% são do tipo R e G, enquanto apenas 6% são do tipo B. Esta aparente distorção é de fato uma adaptação evolutiva. A presença de um terceiro cone é uma característica dos primatas. Os demais mamíferos contam com apenas dois cones. O terceiro cone que desenvolvemos, além da mais informação sobre cores, traz fundamentalmente uma melhoria na percepção de contrastes. Isto trouxe aos primatas uma vantagem competitiva na competição por alimentos e na vida nas copas das árvores.
[editar] História
Das idéias de bípedes sobre cores, a mais antiga que temos notícias vem de Aristóteles. As idéias desse grego hoje costumam ser vistas como pioneiras, belas, ingênuas mas raramente corretas. Ele tem o mérito de ter sido muito perspicaz em um mundo sobre o qual nada sabia, porém suas conclusões apesar de haverem resistido até o fim da idade média não resistiram após isso.
[editar] Aristóteles
Aristóteles, ao pensar sobre o mundo colorido, concluiu que cores eram uma propriedade dos objetos. Assim como peso, material, textura eles tinham cores. E, embriagado pela mágica dos números, disse que eram em número de seis, o vermelho, o verde, azul, amarelo, branco e negro. É uma idéia simples como uma caixa de lápis-cera. Mas está errada.
[editar] Idade média
O estudo de cores sempre foi influenciado por aspectos psicológicos e culturais. O poeta medieval Plínio certa vez teorizou que as três cores básicas seriam o vermelho vivo, o ametista e uma outra que chamou de conchífera. O amarelo foi excluído desta lista por estar associado a mulheres, pois era usado no véu nupcial.
[editar] Leonardo da Vinci
Na renascença quem pensava sobre a natureza das cores eram os pintores. Leon Battista Alberti, um discípulo de Brunelleschi, diria que seriam quatro as mais importantes, o vermelho, verde, azul e o cinza. Essa visão reflete os seus gostos na tela. Alberti é contemporaneo de Leonardo da Vinci, e terá influencia sobre o jovem.
Leonardo da Vinci demonstrará sua perspicácia habitual nessa área. Ele tinha anotações para dois livros distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um só livro entitulado Tratado da pintura e da paisagem. Ele se oporia a Aristóteles ao afirmar que a cor não era uma propriedade dos objetos, mas da luz. Havia uma concordância ao afirmar que todas as outras cores poderiam se formar a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma ainda que o branco e o preto não são cores mas extremos da luz.
Da Vinci foi o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida, pesquisar a visão estereoscópica e mesmo tentou construir um fotômetro.
[editar] Isaac Newton
Newton acreditava na teoria corpuscular da luz tendo grandes desavenças com Huygens seu contemporâneo que acreditava na teoria ondulatória, apesar de Newton estar errado, sua teoria foi mais aceita devido ao seu grande reconhecimento pela gravitação. Newton fez importantes experimentos sobre a decomposição da luz com prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz.
[editar] Século XVIII
Ainda no século XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos pigmentos até chegar aos três básicos para impressão: o vermelho, amarelo e azul.
[editar] Século XIX
No século XIX o poeta Goethe se apaixonou pela questão da cor e passou 30 anos tentando terminar o que considerava sua obra máxima: um tratado sobre as cores que poria abaixo a teoria de Newton.
Ele realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas de uma cor complementar, notou que objetos brancos sempre parecem maiores do que negros.
Também re-interpretou as cores, pigmentos de Le blon, renomeando-os púrpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita precisão das atuais tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impressão industrial.
Porém as observações de Goethe em nada feriam a teoria de Newton, suas explicações para os fenômenos eram muitas vezes errôneas e ele não propunha nenhum método científico para provar suas teses. Sua publicação "A teoria das cores" caiu em descrédito na comunidade científica, não despertou interesse entre os artistas e era deveras complexo para leigos.
Suas observações foram resgatadas no início do século XX, entre os estudiosos da gestalt e sobre pintores abstratos modernos como Paul Klee e Kandinsky.
Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se divide em três matérias com as mesmas características que Goethe propunha para cores: a cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica fisico-química).
O conteúdo é basicamente a teoria de Newton acrescida de observações modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda podem ser encontrados em livros de psicologia, arte e mesmo livros infanto-juvenis que apresentam ilusões de óptica.