Scrimshaw
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Scrimshaw é uma palavra inglesa de etimologia ainda muito discutida que designa os objectos gravados e pintados feitos em marfim de cachalote. Normalmente, é utilizado dentes e o osso mandibular desse cetáceo. Também se encontra uma infinidade de peças utilitárias e decorativas, tais como caixas, talas para corpetes de vestidos de senhora, dedais, cabos de sinete, punhos de bengala, dados e até carretilhas para recorte da massa tenra.
Esse largo e diversificado conjunto de objectos, que só desde os finais dos anos 50 do Século XX despertou a curiosidade dos investigadores portugueses, constitui a mais autêntica e conhecida manifestação da chamada "arte baleeira" que teve as suas origens no Século XIX, nas frotas de baleação. Inicialmente formadas por marinheiros norte-americanos, mas logo depois, integradas também por numerosos açorianos e até cabo-verdianos. É uma arte feita por marinheiros e a eles destinada, embora, com o decorrer dos tempos, os destinatários deste tipo de peças artísticas se tenham diversificado, atingindo já não apenas familiares, namoradas e amigos dos marinheiros, mas um vasto número de pessoas apreciadoras das actividades marítimas e do artesanato ligado ao mar.
A arte de Scrimshaw correspondia à ocupação nas horas de ócio a bordo e a uma expressão de saudade da familia e da sua terra. As invocações religiosas são menos frequentes ou mais recentes. As técnicas mais utilizadas são a incisão ou a gravação, sendo os entalhes pigmentados. Já no Século XX, surgiram os motivos incrusturados, por vezes em alto-relevo.
Existem no Arquipélago dos Açores várias notáveis colecções da Arte de Scrimshaw, merecendo destaque na cidade da Horta, na Ilha do Faial, o Museu da Arte de Scrimshaw do Café Peter Sport e a Oficina de John van Opstal, nas Lajes do Pico, o Museu dos Beleeiros, e em Santa Cruz das Flores, Museu da Ilha.