Perífrase
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Em termos gerais, perífrase significa qualquer sintagma ou expressão mais desenvolvida (e mais ou menos óbvia ou directa) que substitui outra, o que inclui, por exemplo, uma definição de dicionário ou um verbete de enciclopédia. Contudo, o termo é mais utilizado para identificar uma figura de estilo retórico que também substitui uma expressão curta e directa por outra mais extensa e carregada de maior ou menor simbolismo, estando, neste caso, intimamente relacionada com a antonomásia. Quando Olavo Bilac escrevia "a última flor do Lácio", querendo referir-se à "Língua portuguesa" estava a utilizar este recurso estilístico. Consiste, portanto, em especificar determinadas características, mais ou menos objectivas, do objecto que se quer nomear indirectamente. O seu uso pode justificar-se por diversas razões, como a não repetição da mesma palavra em frases próximas ou na mesma frase; para engrandecer o assunto tratado (neste caso, ligada à hipérbole) ou, pelo contrário, para lhe não darmos demasiado importância ("uma pessoa menos favorecida pela beleza" por "pessoa feia" - e, neste caso, ligada ao eufemismo).
Exemplos:
"O país do futebol acredita em seus filhos." (a expressão "país do futebol" retoma o termo Brasil)
"A dama do teatro brasileiro foi indicada para o Oscar." (a "dama do teatro brasileiro" retoma Fernanda Montenegro)
"O autor de Quincas Borba é conhecido como o Bruxo do Cosme Velho." (o "Bruxo do Cosme Velho" retoma Machado de Assis)
"Portadores do mal-de-lázaro são brutalmente discriminados por quase todo mundo." (o mal-de-lázaro etoma Lepra)
Obs.: Exemplos retirados do livro Gramática em Textos de Leila Lauar Sarmento, Editora Moderna.