Parelhas
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Parelhas, município no estado do Rio Grande do Norte (Brasil), localizado na região do Seridó. De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano 2000, sua população é de 19.319 habitantes. Área territorial de 523 km².
[editar] História de Parelhas
O topônimo deste município teve origem numa competição esportiva conhecida como “parelhas”, muito comum na região em meados do século XIX. Por ter suas várzeas planas e extensas a localidade conhecida como Boqueirão, às margens do rio Seridó, tornou-se ponto de encontro tradicional de cavaleiros da época, que disputavam corridas montados em seus cavalos, sempre em duplas ou parelhas, numa espécie de jóquei rústico. O evento atraia habitantes de toda a redondeza e chegou a ser atração domingueira para as corridas, com direito a prêmio e festejos. O local passou a ser conhecido como “boqueirão de parelhas”.
Depois da passagem por aqui, do bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1688, a primeira ocupação do solo parelhense aconteceu em 1700, com o tenente Francisco Fernandes de Souza eu requereu e ganhou um a sesmaria de 3 léguas quadradas incluindo a localidade denominada Boqueirão. Depois, só em meados do século XIX, já com um aglomerado de casas construídas às margens do rio seridó, é que se tem informação mais concreta do povoamento. Foi quando estabeleceu-se epidemia do cólera morbus que, praticamente matou ou pôs debandada a pequena população local. Poucas famílias sobreviveram a doença entre estas estavam, Cosme Luiz, Sebastião Gomes de Oliveira e Félix Gomes. A partir daí os registros históricos são seqüenciados, principalmente a partir de 1856, com a construção da capela de São Sebastião, em agradecimento a uma graça alcançada por Cosme Luiz e Sebastião Gomes (Sebastião Chocalho), que, segundo a história, pediram o fim da epidemia no local e foram atendidos. Neste ano de 1856 ficou oficialmente convencionado a fundação da vila de Parelhas. Dos marcos históricos da época apenas três não conhecidos: a Igreja Matriz de São Sebastião, o cemitério dos coléricos do Boqueirão e outro do povoado Juazeiro. O do Boqueirão infelizmente desapareceu em 2003 quando a Prefeitura construiu sobre ele uma praça pública. Já no Juazeiro o cemitério memorial do coléricos ainda está preservado, com seus muros de pedra e argamassa como também a estrutura do oratório (capela) e que deverá ser restaurado neste final de 2005. este cemitério secular foi construído por Virgínio Vaz de Carvalho, pai do patriarca Bernardino de Sena e Silva. Logo ao terminar a obra Virginio e seu filho Manoel Vaz, contraíram o cólera, vindo a falecer, sendo ali sepultados.
Depois de ganhar a categoria de município, em 1927, Parelhas teve importante participação na política do estado, com a Revolução de 1930, durante o governo do interventor Mario Câmara, que, em 1933 nomeou para prefeito de Parelhas o comerciante e fazendeiro paraibano, Ageu de Castro, líder da facção Liberal ou pelabucho, que entrou em confronto armado com os militantes do Partido Popular, conhecidos no Rio Grande do Norte como Perrepistas. Os Perrepistas eram liderados em Parelhas pelo fazendeiro Florêncio Luciano com o apoio de toda a elite de coronéis daregião. As escaramuças partidárias culminaram com o famoso “tiroteio de 13 de agosto de 1934”, durante um comício realizado na cidade pelos perrepistas. Este episódio foi noticiado na imprensa de quase todo o país. Os efeitos da expansão urbana desordenada e a falta de políticas públicas voltadas para a área de História e Cultura e ainda a influencia da ditadura militar, a partir dos anos 60, fizeram desaparecer praticamente todo o referencial histórico e cultural de Parelhas, entre monumentos e documentários; dificultando sobremaneira o resgate e aprofundamento do Memoria.
Tertuliano Pereira Neto (escritor e historiador parelhense)