Opiliones
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Opiliones | ||||||||
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Phalangium opilio |
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Classificação científica | ||||||||
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Os opiliões são invertebrados de oito patas que pertencem a ordem Opiliones, que é a terceira em termos de diversidade da Classe Arachnida, Subfilo Chelicerata, Filo Arthropoda, compreendendo mais de 6.300 espécies descritas em todo o mundo até o ano de 2005. O nome Opiliones, cunhado por Sundevall em 1833, foi baseado no gênero Opilio Herbst, 1798. Opilio é uma palavra latina, usado por Vergílio nas Bucólicas e significa "pastor de ovelhas". O nome se refere ao comportamento de inspeção do segundo par de patas (veja abaixo). Os opiliões são também conhecidos como aranha-alho, aranha-bode, aranha-cafofa, aranha-de-chão, bodum, fede-fede, giramundo, temenjoá ou tabijuá.
Índice |
[editar] Morfologia
Os opiliões são inofensivos e caracterizam-se pelas patas articuladas excepcionalmente longas em relação com o resto do corpo. Apesar das semelhanças superficiais com as aranhas, com as quais são geralmente confundidos, estes aracnídeos representam um grupo distinto. O corpo está divido em prossoma e opistossoma que encontram-se fundidos em toda a sua largura, formando uma estrutura ovalada ou arredondada sem separação visível dos dois tagmas. Em contrapartida, as aranhas apresentam o prossoma e opistossoma bem distintos. O prossoma dos opiliões porta um par de olhos medianos (raramente ausentes) e lateralmente um par de aberturas das glândulas odoríferas (ou de cheiro). Essas glândulas secretam um líquido de cheiro característico quando o animal é perturbado. Os estigmas traqueais e abertura genital, que pode ser coberta por uma placa ou não, ficam na porção ventral do opistossoma. As fêmeas adultas possuem ovipositor e os machos adultos um longo pênis ou espermatopositor. Além de algus grupos de ácaros, os opiliões são os únicos aracnídeos a possuirem ovipositor/pênis.
Os seis pares de apêndices, como em todos os aracnídeos, são prossomáticos. Os opiliões possuem um par de quelíceras com três segmentos e pedipalpos com seis segmentos: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia e tarso. Os pedipalpos primariamente são órgãos sensoriais, porém em Laniatores estes são raptoriais, com robustos espinhos, para agarrar e despedaçar o alimento. Os quatro pares de apêndices ambulatoriais podem ser bastante alongados e possuem sete segmentos: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso. O segundo par costuma ser mais alongado e com maior segmentação tarsal que os demais, e é usado para funções sensoriais,, e não para locomoção como se fosse uma antena, por isso é chamada de pata anteniforme.
[editar] Biologia
[editar] Habitat e Microhabitat
Os opiliões habitam quase todas as regiões zoogeográficas e são comuns tanto nos trópicos como nas zonas temperadas. Não são encontrados apenas em florestas, mas também em regiões mais secas como o Cerrado brasileiro, a Savana venezuelana e o Chaco argentino-boliviano. Existem opiliões que vivem em grandes altitudes nos Andes e no Himalaia. A maioria vive em ambientes úmidos, habitando locais escuros, debaixo de pedras e troncos, e podem viver também no extrato arbóreo, debaixo do foliço, musgos e matéria orgânica em decomposição e em cavernas ou abrigos semelhantes.
[editar] Alimentação
Os opiliões são predadores e se alimentam de pequenos invertebrados, incluindo outros opiliões (sempre já mortos). Outros são saprófagos. Também existem os que sugam sucos vegetais.A maioria das espécies é omnívora. Eles manipulam os alimentos com o auxílio dos pedipalpos e quelíceras.
[editar] Comportamento
A maioria dos opiliões tem hábitos noturnos. Eles usam o segundo par de pernas, que são mais longas que as demais, para inspecionar o ambiente, o alimento e a água. Os opiliões não segregam seda, não constroem teias e não possuem glândulas de veneno. Embora não apresentem glândulas de veneno, possuem glândulas odoríferas (de "mau cheiro") para defesa. O líquido secretado por essas glândulas, embora tóxico para pequenos animais, é inofensivo para os humanos. Quando ameaçados também podem fingir de morto ou perder uma pata que continua se movendo após ser destacada do corpo devido à presença de marcapassos em um dos segmentos da pata, que enviam sinais periódicos, através dos nervos, para os músculos da pata contraírem. Existe a hipótese que esse comportamento poderia distrair a atenção do predador durante a fuga do opilião.
[editar] Classificação
Subordem Cyphophthalmi Simon, 1879
- Stylocelloidea Hansen & Sørensen, 1904
- Stylocellidae Hansen & Sørensen, 1904
- Ogoveoidea Shear, 1980
- Ogoveidae Shear, 1980
- Neogoveidae Shear, 1980
- Sironoidea Simon, 1879
- Pettalidae Shear, 1980
- Sironidae Simon, 1879
- Troglosironidae Shear, 1993
Subordem Eupnoi Hansen & Sørensen, 1904
- Caddoidea Banks, 1892
- Caddidae Banks, 1892
- Phalangioidea Latreille, 1802
- Monoscutidae Forster, 1948
- Neopilionidae Lawrence, 1931
- Sclerosomatidae Simon, 1879
- Stygophalangiidae Oudemans, 1933
- Phalangiidae Latreille, 1802
Subordem Dyspnoi Hansen & Sørensen, 1904
- Ischyropsalidoidea Simon, 1879
- Ceratolasmatidae Shear, 1986
- Ischyropsalididae Simon, 1879
- Sabaconidae Dresco, 1970
- Nemastomatoidea Simon, 1872
- Dicranolasmatidae Simon, 1879
- Nemastomatidae Simon, 1872
- †Nemastomoididae Petrunkevitch, 1955
- Nipponopsalididae Martens, 1976
- Troguloidea Sundevall, 1833
- Trogulidae Sundevall, 1833
Subordem Laniatores Thorell, 1876
- Infraordem Insidiatores Loman, 1902
- Cladonychiidae Hadži, 1935
- Pentanychidae Briggs, 1971
- Synthetonychidae Forster, 1954
- Travuniidae Absolon & Kratochvil, 1932
- Triaenonychidae Sørensen, 1886
- Infraordem Grassatores Kury, 2002
- Agoristenidae Šilhavý, 1973
- Assamiidae Sørensen, 1886
- Biantidae Thorell, 1889
- Cosmetidae Koch, 1839
- Cranaidae Roewer, 1913
- Epedanidae Sørensen, 1886
- Escadabiidae Kury & Pérez, 2003
- Fissiphaliidae Martens, 1988
- Gonyleptidae Sundevall, 1833
- Guasiniidae Gonzalez-Sponga, 1997
- Icaleptidae Kury & Pérez, 2002
- Manaosbiidae Roewer, 1943
- Minuidae Sørensen, 1932
- Oncopodidae Thorell, 1876
- Phalangodidae Simon, 1879
- Podoctidae Roewer, 1912
- Samoidae Sørensen, 1886
- Stygnidae Simon, 1879
- Stygnommatidae Roewer, 1923
- Stygnopsidae Sørensen, 1932
- Zalmoxidae Sørensen, 1886