Música psicadélica
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A música psicadélica como é conhecida em Portugal ou música psicodélica como é conhecida no Brasil, pode ser inspirada pela utilização de drogas que alteram o estado de espírito, tais como a cannabis, a mescalina, o ecstasy e particularmente o LSD. As principais características do estilo incluíam músicas instrumentais muito longas e efeitos sonoros especiais.
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[editar] História
[editar] Nos anos 60
Nos Estados Unidos esse som era característica particular da música da Costa Oeste, tendo na sua vanguarda bandas como os Beach Boys, Grateful Dead, Quicksilver Messenger Service, Vanilla Fudge, Tommy James and the Shondells e Jefferson Airplane. Jimi Hendrix e os Doors ajudaram a popularizar o Acid rock, um estilo parecido com o psicodélico. Também existiam bandas menos conhecidas noutras regiões, tais como os “13th Floor Elevators” e os “Bubble Puppy”, assim como os Third Bardo de Nova Iorque, banda que voltou à cena esporadicamente nos anos 90. Os The Byrds também contribuíram para o movimento psicodélico com “Eight miles high” uma música com harmonias vocais ímpares e longos solos de guitarra de Roger McGuinn que diz ter sido inspirado por raga e John Coltrane. Esse estilo chegou também à música negra, com o nome de “psychedelic soul”, produzindo êxitos como, “Ball of confusion” e “Psychedelic shack”” dos The Temptations e “Reflections” por The Supremes, tendo acabado por aí.
Na Inglaterra, apesar de a “revolução psicodélica” ter ocorrido mais tarde, o impacto não foi menor. Músicos consagrados, como Eric Burdon, The Who e os Beatles, produziram um grande número de músicas psicodélicas. No caso dos Beatles, é particularmente o caso de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que incluía a faixa “Lucy in the Sky with Diamonds”, que teria as iniciais “LSD”, embora John Lennon, o autor sempre dissesse tratar-se de uma coincidência e que o nome da música era baseado num desenho feito pelo seu filho. Os Beatles gravaram ainda em “Blue jay way”, outra música psicodélica.
A música dos Beach Boys tornou-se mais psicodélica devido ao aumento do uso de drogas por parte de Brian Wilson, compositor, produtor e orquestrador do grupo. Álbuns como “Pet sounds” e “SMiLE”, de Wilson, nunca editado, mostram essa crescente experiência. A música dos Cream e dos Pink Floyd (no seu início) é também representativa do movimento psicodélico na Inglaterra. A Joe Meek, produtor independente, é atribuída a invenção do phasing sound, notavelmente mostrado pela primeira vez no êxito dos Status Quo (banda) intitulado “Pictures of matchstick men” mas também ouvido em “See Emily play”, “The lemon pipers” e “Green tambourines” dos Pink Floyd, em “Silver machine” dos Hawkwind, “Ican see for miles” e “pictures of Lily” dos Who, em “Strawberry fields forever” dos Beatles e “We love you” dos Rolling Stones, sendo esses os melhores exemplos do rock psicodélico inglês.
Um bom número de bandas que foram pioneiras do rock psicodélico abandonaram o estilo no fim da década de 60. Um ambiente político hostil e a entrega do underground às anfetaminas, à heroína e à cocaína, fizeram com que a música se tornasse cada vez mais pesada. Ao mesmo tempo, Bob Dylan gravava “John Wesley Harding” e The Band, “Music from the big pink”, álbuns que se voltaram para as raízes, o que foi seguido por muitas bandas dos dois lados do Atlântico, tendo inclusivamente Eric Clapton citado “Music from the big pink” como sendo a primeira razão para ter abandonado os Cream.
Os músicos e bandas que continuaram com a psicodélia tornaram-se os criadores do rock progressivo nos anos 70, que mantendo o gosto pelos sons estranhos e longíssimos solos, adicionaram influências do jazz e da música clássica à nova mistura. O Yes é um exemplo dessas bandas, que se formou a partir de três grupos do rock psicodélico, os “Syn” donde saiu Chris Squire, “Tomorrow”, donde saiu Steve Howe e “Mabel Greer’s Toy Shop” donde veio Jon Anderson. O King Crimson também apresenta elementos psicodélicos, mas o Gong é o maior representante da psicodelia no rock progressivo, principalmente em seus discos iniciais - a trilogia "radio gnome invisible" é o maior exemplo.
[editar] Bandas mais recentes
Os Phish, formados no início da década de 80, tocavam música psicodélica com forte influência de jazz com grande destreza técnica utilizavam melodias elaboradas e complexos arranjos rítmicos. A meio dos anos 80 os Paisley Underground fizeram um tribute ao Byrds incorporando o psicodélico em ritmos folk. Os The Bangles foram o grupo de maior sucesso a emergir deste movimento, juntamente com os Green on Red e os Dream Syndicate.
Mais recentemente o grupo Kula Shaker mesclaram música índia/indiana e britpop a influências psicodélicas no seu álbum “Peasants, Pigs and Astronauts”. Banda como os Ozric Tentacles e os Gorky’s Zygotic Mynci continuam a tocar música psicodélica numa tradição que remonta aos anos 60 via Steve Hillage, Gong e seus projectos paralelos.
Bandas inglesas como os Anomie e My Bloody Valentine são exemplos da psicodelia inglesa de garagem, citando os Pink Floyd e os Hawkwind como as suas influências musicais. Algumas bandas de música electrónica ou influenciada por esta e agora chamada de “música ambiente” ou trance, seriam bandas psicodélicas entre 1966 e 1990, tais como, Aphex Twin ou Orbital. Kyuss e seus sucessores também carregaram a bandeira do rock psicodélico até aos nossos dias. Os Smashing Pumpkins fundiram o rock psicodélico com o heavy metal tornando-se numa banda de sucesso the rock alternativo nos anos 90. Formando-se a partir do noise underground japonês os Acid Mother Temple misturaram a o som subtil e relaxante de Blue Cheer é psicodelismo óbvio de Grateful Dead.
Superando todas essas pequenas bandas, atualmente o cenário psicodélico mundial é ocupado pelo criativo grupo Anglo-Brasileiro The Mecenas.