GLRP
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A G.·.L.·.R.·.P.·. - Grande Loja Regular de Portugal foi criada em 29 de Junho de 1991 pela Grande Loja Nacional Francesa pelo seu decreto nº 762, tendo-se constituído como associação de direito civil português em 15 de Julho de 1991 perante o Notário Público do 3º Cartório de Lisboa.
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[editar] Moral e Ética Maçónicas
A Maçonaria, em Portugal, através da G.·.L.·.R.·.P.·. - Grande Loja Regular de Portugal, privilegia e continua a aprofundar a compreensão dos princípios maçónicos, base de uma moral e ética maçónica e contribui para a sua vivência, quer no processo de avaliação dos candidatos que devem ser livres e de bons costumes, quer na procura de exemplo das boas práticas dos seus membros (graças ao seu trabalho no aperfeiçoamento individual e colectivo).
A grande regra de moral é expressa na primeira condição exigida para que um candidato possa aspirar a ser “recebido maçon”: tem de ser livre e de bons costumes. O candidato deve passar por este crivo. Só pode aspirar à iniciação se o seu percurso e perfil, na vida profana, pré-maçónica, for julgado conformado com a prática de bons costumes.
No enunciado desta condição de admissão, aparentemente singela, cabem afinal todos os requisitos de comportamento moral que o “maçon” fica vinculado a observar durante toda a sua vida maçónica, sob pena de exclusão. O facto de a Maçonaria, especificamente em Portugal, através da G.·.L.·.R.·.P.·. - Grande Loja Regular de Portugal, sujeitar a admissibilidade no seu seio à condição essencial, sine qua non, da verificação de que o candidato seja de bons costumes, realça a importância que a Ordem confere à qualidade moral dos seus membros.
A sã moralidade dos “maçons” é elevada, por via dessa exigência, à natureza de grande e universal pilar estruturante da Maçonaria. Com efeito, se coexistem Obediências que assumem diferentes tendências religiosas e filosóficas, não há notícia de que alguma Obediência exista que se afaste expressamente da exigência de que os seus membros sejam tidos como de bons costumes. Os bons costumes são sempre passaporte necessário para a passagem “entre Colunas”.
A expressão “bons costumes” corresponde a um conceito indeterminado, que é bitola adequada para a qualificação de quaisquer actos ou comportamentos, como “bons” ou como “maus”, conformes ou não com a moral sã, segundo os valores adoptados numa certa cultura social e em cada momento histórico. Essa expressão maçónica remete afinal o problema da ética ou moral dos “maçons” para os padrões e para os problemas filosóficos e metodológicos da ética e da moral em geral, tal como os mesmos se colocam em cada sociedade, para quaisquer homens.
Não é este o local próprio para abordar a imensa produção dos filósofos, desde os clássicos gregos, sobre o bem e o mal. Limitamo-nos aqui a reter desse pensamento dois princípios que continuam a concorrer na cultura ocidental para dilucidar os comportamentos e actos que se conformam com os padrões da moral:
- A “regra de ouro” de extracção judaico-cristã:
- “não faças aos outros o que não gostarias que os outros te fizessem”, ou "faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem".
- O “imperativo categórico” racionalmente deduzido por Kant Século XVIII:
- "Age de modo que os princípios sobre que se baseiam as tuas acções possam, por tua vontade, valer simultaneamente como princípio de uma legislação universal";
As posteriores correntes utilitaristas Bentham e Stuart Mill, Século XIX, pensaram o conteúdo moral numa perspectiva mais pragmática, como dependente da relação entre as quantidades totais de prazer/desprazer ou de utilidade/desvantagem que podem decorrer dos actos ou comportamentos dos homens. Deixando de lado as alucinantes lucubrações de Nietzsche que busca a genealogia das ideias morais no ressentimento dos fracos e vencidos, na vontade de poder e força das aristocracias e na sua construção do “super-homem”, dir-se-á que mais recentemente, a partir do fim da segunda Guerra Mundial, as discussões filosóficas sobre o bem e o mal se deslocaram claramente para os domínios da liberdade e dos direitos do homem, como valores fundamentais “em si”.
É certamente nesta perspectiva que hoje se deve colocar a questão moral; mas isso não afasta a validade dos dois princípios que acima destacámos e que podem continuar a valer como fórmulas sintéticas para encontrar os caminhos do bem.
[editar] A moral e a ética
A moral e a ética na Maçonaria não apresenta qualquer especialidade teórica ou metodológica em relação à moral e à ética em geral. Mas, num plano pragmático e institucional, a circunstância já referida de a Maçonaria, especificamente em Portugal, através da G.·.L.·.R.·.P.·. - Grande Loja Regular de Portugal, ter adoptado como grande e universal pilar estruturante a qualidade moral dos seus membros, acarreta para todos os maçons uma obrigação reforçada de conformarem a sua vida e todos os seus actos com padrões morais exigentes. Reforçamos que se acentua pelo fim, que a Ordem assume como seu, de procurar o permanente aperfeiçoamento do homem e de toda a humanidade, pela sabedoria, com força e com beleza.
[editar] Bons costumes
E ainda que os padrões morais não sejam mais objectivos nem menos voláteis para o maçon do que para os outros homens, a obrigação que o "maçon" assume, quando da sua iniciação, de ser um homem de "bons costumes" que se aproximou da maçonaria para alcançar o seu aperfeiçoamento pessoal, colocam-no perante o dever constante de, em todas as vertentes da sua vida, procurar escolher o caminho mais recto. Ele tem a obrigação de procurar ser moralmente exemplar, já que só a sua exemplaridade lhe permite contribuir para o cumprimento da obrigação a que também se vinculou de alcançar o aperfeiçoamento progressivo de toda a humanidade.
[editar] Ideal de paz
O maçon tem de pôr em prática um ideal de paz. A isso o obriga a 3.ª regra da nossa Constituição da G.·.L.·.R.·.P.·.. Não pode, ou pelo menos não deve, fomentar litígios, nem pode nem deve pactuar com procedimentos que possam conduzir a guerras ou a conflitos, devendo sempre manter o equilíbrio indispensável ao perfeito controle de si próprio, nem pode cultivar os excessos nem deixar-se dominar pelas paixões, como lhe é imposto pela Regra 12.ª.
[editar] Aperfeiçoamento pessoal
Tem a obrigação, imposta pela regra 4.ª da mesma Constituição, de avaliar sempre se os seus actos, ou os seus projectos, se conformam com a imperativo do seu aperfeiçoamento.
[editar] Fraternidade
Tem de ser tolerante e fraterno, com os seus irmãos em especial, e em geral com todos os outros homens, fomentando a harmonia, a fraternidade, a ajuda recíproca. A isso o obriga a regra 6.ª A fraternidade implica igualdade; por isso, porque entre maçons não há distinções, não pode orientar a sua vida e os seus actos pela preocupação de alcançar especiais benefícios ou particulares distinções.
[editar] Lealdade
Tem de ser honrado e leal. São-lhe defesos todos os actos e comportamentos que se dirijam, ou que possa conduzir, a prejuízos para terceiros. Tem de cumprir, com honra, todos os seus compromissos. A isso o obriga especialmente a regra 9.ª.
[editar] Realização pelo trabalho
Cumpre-lhe considerar todo o trabalho como um dever e um valor maior, julgando o trabalho – de qualquer espécie, braçal ou intelectual – como o único modo de realização pelo qual o homem se ilustra, contribui para o avanço da humanidade e se pode apresenta como exemplo a seguir. Enfim, a vida do maçon, tem de ser impoluta. Esse é o preço, e a honra, de se ser maçon, seja qual for a Obediência Maçónica em que trabalhe.
Em Portugal, a maçonaria regular, através da 'G.·.L.·.R.·.P.·. - Grande Loja Regular de Portugal, preocupa-se e quer continuar a aprofundar a compreensão e a prática da moral e ética maçónicas.
[editar] Grão-Mestres da GLRP
- Fernando Teixeira - 1º Grão-Mestre da G.·.L.·.R.·.P.·.
- José Medeiros - 2º Grão-Mestre da G.·.L.·.R.·.P.·.
- António Marques Miguel - 3º Grão-Mestre da G.·.L.·.R.·.P.·.
- Almiro Gaspar Marques - 4º Grão-Mestre da G.·.L.·.R.·.P.·.