Daniel Valente Dantas
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Daniel Valente Dantas é um banqueiro brasileiro.
Daniel é formado em engenharia, com pós-graduação em economia na Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, onde foi aluno de Mário Henrique Simonsen, um dos grandes intelectuais brasileiros. Dono de um raciocínio lógico prodigioso, impressionou de imediato os seus professores, levando Simonsen a afirmar que teve em dua vida três bons alunos: "Daniel Dantas, Daniel Dantas e Daniel Dantas".
Findo o mestrado na MIT, Dantas voltou ao Brasil para atuar no mercado financeiro do Rio de Janeiro, onde demonstrou rapidamente ser dotado de um instinto apurado para os negócios. Trabalhou no Bradesco, de onde foi escolhido para administrar a fortuna da família Almeida Braga, dona do Banco Icatu. Após uma gestão extraordinariamente bem sucedida à frente do banco carioca, Daniel fundou a sua própria casa, em 1993, o Opportunity Asset Management, trazendo ao Brasil o que era, na época, um conceito extraordinariamente avançado em gestão de recursos de terceiros. O Opportunity teve uma ascensão impressionante, registrando nos seus primeiros anos níveis de retorno expressivamente elevados em seus investimentos.
Em 1997, Daniel foi escolhido pelo Citibank para gerir os recursos do gigante americano que seriam aplicados no processo de privatização de estatais brasileiras, na área de telecomunicações. Daniel engendrou uma estrutura societária que acomodava certos fundos de pensão brasileiros e o Citibank, bem como o próprio Opportunity, e foi com este grupo que arrematou a Tele Norte-Leste (atual Brasil Telecom), bem como a Telemig e a Amazônia Celular, no leilão de privatização em 1997. Por força das leis que regiam tal processo, os fundos de pensão não poderiam participar diretamente da administração, que deixaram a cargo do Opportunity. Rapidamente, contudo, surgiram inúmeras disputas, supostamente advindas da vontade dos fundos de pensão (Previ, Telos, Valia e outros)de valerem-se dessas companhias para a satisfação de outros interesses, inclusive de caráter político.
Alegadamente com o apoio do governo do PT, o Opportunity foi destituído da gestão dos fundos que administram as companhias, que foi entregue aos fundos de pensão, em comunhão com o Citibank. Foi alardeado na imprensa que o favor do Citibank foi conseguido por pressão do governo Lula junto ao banco americano, bem como por meio de um acordo notavelmente favorável ao Citibank, assinado pelos fundos de pensão sócios da Brasil Telecom.
O caso se transformou em uma das maiores disputas societárias da história econômica do Brasil, e permanece indefinido. Seus desdobramentos transbordaram a esfera comercial e envolvem a imprensa, o governo e o poder judiciário, e deram origem a inúmeras acusações de corrupção contra autoridades públicas. Recentemente, Daniel foi convidado a falar em Comissão Parlamentar de Inquérito e na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. O Partido dos Trabalhadores exigiu a sua inclusão na lista de sugestões para indiciamento por parte do Ministério Público. Devido à imensa polêmica que se criou em torno do caso, de acordo com jornalistas como Josias de Souza, Miriam Leitão e Mino Carta, Daniel Dantas "está envolvido em onze entre dez escândalos" no Brasil.
