Colares (Pará)
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Colares é uma cidade e município do estado do Pará, na microrregião de Salgado, mesorregião do Nordeste Paraense. O município tem cerca de 11 mil habitantes e 613 km² e foi criado em 1961.
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[editar] História
A história do município de Colares está estreitamente vinculada ao processo de configuração original e definitivo do município de Vigia. Nos seus registros históricos, há referência de que o povoado original encontrava-se assentado em território da nação dos índios Tupinambás, a mesma que foi colonizada pelos frades da Ordem Jesuíta, por volta do século XVII, o que veio a resultar na constituição do município de Vigia, no ano de 1693. Dessa forma, Colares manteve-se instalado no mesmo território em que foi fundado como povoado (até então área patrimonial do município de Vigia), a partir do qual, ao longo do tempo, evoluiu até chegar à categoria de Município.
Nos trabalhos escritos por Palma Muniz e Theodoro Braga, encontram-se referências diretas sobre a história de Colares, a partir do ano de 1833, data esta em que o povoado que lhe deu origem foi elevado à categoria de vila. A elevação de Colares à Vila - determinação adotada pelo Conselho de Governo da Província, nas sessões realizadas de 10 a 17 de maio - deu-se em cumprimento à Lei que promovia uma nova organização aos municípios paraenses
Com base nessa Lei, a Vila de Colares foi reconhecida como município, passando a configurar o seu patrimônio territorial com terras desmembradas do município de Vigia.
Com a criação dos Termos e Comarcas da Província do Pará, também em 1833, ficou Município de Colares constituindo o Termo de Vigia, compreendendo, além destes, o lugar conhecido por São Caetano, a Vila Nova d'El Rei, Porto Salvo e Penhalonga.
Na categoria de Termo de Vigia, Colares não conseguiu se manter por muito tempo, pois, embora os mesmos autores não dêem referências maiores de natureza legal, afirmam que foi rebaixada, voltando a ostentar o título de Vila, novamente, em 1883, em cumprimento à Lei Provincial nº 1.152, promulgada em 4 de abril, abandonando sua condição antiga.
Com a proclamação da República, um novo ordenamento administrativo e político foi estabelecido no estado e como resultado, o Governo Provisório, mediante o Decreto nº 119, promulgado no mês de março de 1890, criou o Conselho de Intendência Municipal para Colares.
No ano de 1901, pelas disposições contidas na Lei nº 752, de 25 de fevereiro, o município de Colares foi extinto e seu patrimônio territorial foi anexado novamente ao do município de Vigia.
Convém frisar que Colares, por essa mesma Lei, também perdeu a denominação de Distrito Judiciário. No ano de 1905, com o Decreto nº 1.388, de 21 de julho, foi promovida a divisão da sub-prefeitura de Colares em duas e ficou ratificada a sua condição de área sob influência da Comarca de Vigia.
Em 29 de dezembro de 1961, através da Lei Estadual nº 2.460, Colares voltou a ganhar autonomia como Município ficando, dessa forma, desmembrado do município de Vigia.
Hoje, conta com único distrito que leva o seu nome, constituindo-se a sede municipal.
[editar] Cultura
Quatro festas religiosas movimentam o município de Colares durante o ano. O calendário de festividades inicia no mês de junho, quando, em todo o Município, são realizadas festividades em homenagem a São João, acompanhadas de arraial, leilões e reuniões dançantes, no dia 29 de junho em Mocajatuba festaja-se São Pedro com homenagem dos pescadores da localidade, há uma procissão até a boca do rio com barcos de pesca enfeitados, distribuição de comidas, avoado de peixe, além de apresentações juninas, onde mobiliza-se toda a Comunidade. No mês de julho, na localidade de Jaçarateua, acontece o Círio de São Sebastião. Em dezembro na localidade de Mocajatuba, realiza-se o Círio de São Tomé. Por fim, em dezembro, no segundo domingo, é realizado o Círio de Nossa Senhora do Rosário, na sede do município.
Levando em consideração que o Colares apresenta uma população heterogênea, proveniente de outras regiões do Brasil, o município não apresenta uma identidade cultural, por isso não se tem um conjunto de manifestações populares que possa ser tomado como representativo da cultura do povo daquele município", não há muita variedade entre as manifestações da cultura popular. Assim, as manifestações ficam por conta das festas e folguedos populares típicos do Estado, como o carimbó, que é predominante em todo o município de Colares, especialmente no mês de junho. Boi-bumbás e grupos de pássaros fazem apresentações esporádicas, entretanto, com mais freqüência na quadra junina.
Artesanatos de caráter utilitário, como a produção de cadeiras, canoas e remos, e de caráter artístico, como é o caso de cerâmica, compõem o quadro da produção artesanal local.
A capela do Senhor dos Passos, a Igreja Matriz e a Igreja de São Sebastião, constituem o patrimônio histórico do Município.
Por outro lado, Colares dispõe de uma Biblioteca Pública que é o único equipamento cultural de que o Município dispõe para resguardar e divulgar a cultura local.
[editar] Geografia
O município de Colares pertence à Mesoregião Nordeste Paraense e à Microrregião do Salgado. A sede municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: 00º 55' 38" de latitude Sul e 48º 17' 04" de longitude a Oeste de Greenwich.
[editar] Limites
Ao Norte - Baia de Marajó e município de Vigia A Leste - Município de Vigia Ao Sul - Município de Santo Antonio do Tauá A Oeste - Baia do Marajó
[editar] Solos
Predominam o Latossolo Amarelo distrófico, textura indiscriminada; Areias Quartzosas distróficas; Plintossolo distrófico, textura indiscriminada; Gley Pouco Húmido; solos Aluviais eutróficos e distróficos, textura indiscriminada.
[editar] Vegetação
No município de Colares há a presença de mata secundária, de porte mais ou menos elevado, capoeiras e algumas reminiscências da vegetação do cerrado.
Atualmente, o tipo predominante da cobertura vegetal do município é de Florestas Secundárias, conseqüência dos desmatamentos ocorridos com grande intensidade e extensão, cujo objetivo foi o cultivo de espécies agrícolas de ciclo curto. Com isso, praticamente pouco restou da floresta primitiva que é do subtipo Floresta Densa dos baixos platôs.
No Município, é importante, também, a floresta de mangue (Rhysophora mangle e Avicennia nitida, predominante na Ilha de Colares.
[editar] Patrimônio natural
A alteração da cobertura vegetal, por observação em imagens LANDSAT-TM, do ano de 1986, estava em 99,66%, resultante de grandes queimadas para agropecuária e lenha para padarias, o que leva a aconselhar a urgência na conservação da costa banhada pela Baía de Marajó, onde predomina o ecossistema dos manguezais.
[editar] Topografia
De topografia plana, o Município não tem expressividade altimétrica, sendo quase imperceptível a presença de níveis diferenciados à semelhança de ilhas que lhe são congêneres: Caratateua e Mosqueiro.
[editar] Geologia e relevo
Formada por sedimentos Terciários da Formação Barreiras e Quaternários Recentes e Antigos, o Município de Colares não foge ao contexto da geologia da região Bragantina, apenas com influência maior das Microrregiões do Salgado, nas suas baixadas. Por isso, seu relevo apresenta a singeleza de formas do leste paraense com áreas de tabuleiros aplainados, algumas dissecações nos topos levemente colinosos e presença de baixadas litorâneas inundáveis ao lado dos terraços e várzeas nas margens dos rios. Insere-se na unidade morfoestrutural do Planalto Rebaixado do Baixo Amazonas.
[editar] Hidrografia
O furo da Laura ou Guajará-Miri Vigia é o principal acidente hidrográfico do município, fazendo limite, a leste, com Vigia e, ao sul, com Santo Antonio do Tauá. Para ele convergem vários rios e igarapés (onde se destacam o Tauapará, Itajurá, Mariteua, Fazenda, Maracajá), além do furo Itaqueçaua. Ainda fazendo parte da rede hidrográfica, encontramos o rio Tupinambá e os igarapés Tauandeua, Chácara, Arari, Boca Larga e outros, que deságuam no Oceano Atlântico.
[editar] Clima
O município de Colares apresenta clima equatorial amazônico tipo Am, segundo a classificação de Köpper, com temperaturas relativamente elevadas, com média de 26º C. Entretanto, sua condição de ilha é responsável pela suavização do clima.
Quanto às precipitações abundantes, os seis primeiros meses do ano apresentam cifras elevadas, sobrepujando a 2.500 mm.
Nos primeiros seis meses, também, é acentuada a disponibilidade hídrica, enquanto os demais meses revelam carência de água no solo, principalmente no mês de setembro.