Colégio Pedro II
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O Colégio Pedro II é uma tradicional instituição de ensino público, localizada no Rio de Janeiro, no Brasil. Entre os colégios em atividade no país, é o mais antigo.
Fundado à época do Período regencial brasileiro, integrava um projeto civilizatório mais amplo do Império do Brasil, do qual faziam parte a fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o Arquivo Público do Império, seus contemporâneos. No plano da educação, pretendia-se a formação de uma elite nacional. Desse modo, a instituição deveria ser capaz de formar os quadros políticos e intelectuais para os postos da alta administração, principalmente pública.
Atualmente é uma instituição de ensino federal. Conta com sete unidades escolares, nos bairros do Centro, São Cristóvão, Humaitá, Tijuca, Engenho Novo, Realengo e Niterói.
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[editar] História
[editar] O período Imperial
A instituição foi fundada em decorrência da reorganização do antigo Seminário de São Joaquim, conforme projeto apresentado à Regência de Araújo Lima (1837-1840) pelo então Ministro Bernardo Pereira de Vasconcelos. Inaugurado em 1837, na data de aniversário do Imperador-menino (2 de Dezembro), foi denominado Imperial Colégio de Pedro II. O ato foi oficializado por Decreto Regencial a 20 desse mesmo mês, e as aulas se iniciaram em Março do ano seguinte (1838).
As suas instalações sediavam-se na antiga Rua Larga (atual Av. Marechal Floriano), no Centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, cujas salas de aula funcionam até aos nossos dias.
A maioria dos alunos pertencia à elite econômica e política do país, apesar de haver a previsão para estudantes destituídos de recursos. Imbuído dos valores europeus de civilização e progresso, os alunos do Imperial Colégio saíam com o diploma de Bacharel em Letras, aptos a ingressar nos cursos superiores, em especial os de Direito.
A partir de 1857, a instituição dividiu-se em Internato e Externato, sendo a primeira modalidade instalada no bairro da Tijuca no ano seguinte (1858), onde permaneceu até 1888, quando as suas dependências foram transferidas para o Campo de São Cristóvão (Unidade São Cristóvão).
[editar] O período Republicano
Com a Proclamação da República no país (1889), o nome da instituição foi alterado Instituto Nacional de Instrução Secundária e, logo em seguida, para Ginásio Nacional. Mais tarde, em 1911, voltou a utilizar a sua primitiva designação.
Até à década de 1950, era considerado como Colégio padrão do Brasil, uma vez que o seu programa de ensino era a referência de qualidade e modelo dos programas dos colégios da rede privada, que solicitavam ao Ministério da Educação o reconhecimento de seus próprios certificados, justificando a semelhança de seus currículos com os do Colégio Pedro II.
Devido ao grande número de inscritos para o seu concurso de acesso, significando um aumento crescente na sua demanda, a Instituição necessitou ampliar o seu número de vagas para matrículas. Foram inauguradas, por essa razão, as Seções Norte e Sul (1952) e a Seção Tijuca (1957).
[editar] O colégio na atualidade
A partir de 1979, as antigas Seções passaram a ser denominadas Unidades Escolares (U.E.) tendo, como complemento, o nome do bairro onde estavam instaladas: U.E. Centro (a pioneira), U.E. São Cristóvão (o internato), U.E. Engenho Novo (antiga Seção Norte), U.E. Humaitá (antiga Seção Sul) e U.E. Tijuca (antiga Seção Tijuca), atendendo os atuais Ensino Fundamental (Segundo Segmento) e Ensino Médio.
Em 1984, foi instituído, na U.E. São Cristóvão, o Primeiro Segmento do Ensino Fundamental (1a. a 4a. Séries), informalmente apelidado como "Pedrinho". Esse segmento foi implantado, posteriormente, nas U.E. Humaitá (1985), U.E. Engenho Novo (1986) e U.E. Tijuca (1987). A partir desse processo, as unidades do Primeiro Segmento passaram a ser formalmente denominadas como Unidade I e as do Segundo Segmento (de 5a. a 8a. Séries), como Unidade II (ex.: U.E. São Cristóvão I e U.E. São Cristóvão II, atendendo respectivamente o Primeiro e o Segundo Segmento).
A tradição de excelência em educação da Instituição foi reconhecida pelo Governo Federal Brasileiro, em 1998, quando o Colégio recebeu o Prêmio Qualidade, por seu projeto de Qualidade Total na área de Educação.
No ano seguinte (1999), visando atender a grande demanda pelo Ensino Médio, foi inaugurada uma nova unidade em São Cristóvão (U.E. São Cristóvão III).
Mantendo-se a procura por ensino de qualidade no Município, mesmo tratando-se de instituição federal, inaugurou-se a Unidade Escolar Experimental Realengo (6 de Abril de 2004), fruto de convênio entre a Instituição e a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, que passou a atender, desse modo, a população da Zona Oeste da cidade.
O Colégio mantém atualmente, ainda, convênios com instituições conceituadas, públicas e privadas, como o Observatório Nacional, a Petrobrás, o Museu Nacional (UFRJ) e outras, oferecendo estágios e complementação de estudos aos seus alunos.
[editar] Símbolos
[editar] Hino oficial do Colégio
"Nós levamos nas mãos, o futuro
De uma grande e brilhante Nação
Nosso passo constante e seguro
Rasga estradas de luz na amplidão.
Nós sentimos no peito, o desejo
De crescer, de lutar, de subir
Nós trazemos no olhar o lampejo
De um risonho e fulgente porvir.
Vivemos para o estudo
Soldados da ciência
O livro é nosso escudo
E arma a inteligência.
Por isso sem temer
Foi sempre o nosso lema
Buscarmos no saber
A perfeição suprema.
Estudaram aqui, brasileiros
De um enorme e subido valor
Seu exemplo, segui companheiros
Não deixemos o antigo esplendor.
Alentemos ardente a esperança
De buscar, de alcançar, de manter
No Brasil a maior confiança
Que só pode a ciência trazer.
Vivemos para o estudo
Soldados da ciência
O livro é nosso escudo
E arma a inteligência.
Por isso sem temer
Foi sempre o nosso lema
Buscarmos no saber
A perfeição suprema."
[editar] "Tabuada" (grito de guerra)
- Ao Pedro II, tudo ou nada?
- Tudo!
- Então, como é que é?
- É tabuada!
- 3 x 9, 27
- 3 x 7, 21
- Menos 12, ficam 9
- Menos 8, fica 1.
- Zum, zum, zum,
- Paratimbum,
- Pedro II !
[editar] Professores ilustres
O Colégio Pedro II contou, ao longo de sua história, com professores renomados na História do Brasil, como:
- Abgar Renault
- Afrânio Coutinho (Literatura)
- Aurélio Buarque de Holanda (Língua Portuguesa e Literatura Brasileira)
- José Maria da Silva Paranhos Júnior (Corografia e História do Brasil, nos anos de 1868 e 1869, substituindo Joaquim Manuel de Macedo)
- Carlos de Laet (Língua Portuguesa)
- Capistrano de Abreu (Corografia e História do Brasil)
- Domingos José Gonçalves de Magalhães
- Euclides da Cunha (Lógica)
- Gonçalves Dias (Latim e História)
- Heitor Villa-Lobos (Música e Canto Orfeônico)
- Henrique Maximiano Coelho Neto (Literatura)
- Joaquim Manuel de Macedo (Corografia e História do Brasil)
- José Rodrigues Leite e Oiticica
- Júlio César de Melo e Sousa (Matemática)
- Manuel Bandeira (Língua Portuguesa)
- Manuel Said Ali Ida
- Paulo Rónai (Língua Francesa e Latim)
- Raimundo de Farias Brito (Lógica)
- Salvador de Mendonça (Corografia e História do Brasil)
- Sílvio Romero (Filosofia)
- Therezinha de Castro (História)
- Acir Campos (Física)
- Carlos Potsch (Biologia)
- Jairo Bezerra (Matemática)
- Tito Urbano
- Waldemiro Potsch (Biologia)
dentre outros.
[editar] Alunos ilustres
Do mesmo modo, o Colégio formou dezenas alunos ilustres, como:
- Alceu Amoroso Lima
- Alfredo D'Escragnolle Taunay
- Álvares de Azevedo
- Afonso Henriques de Lima Barreto
- Floriano Peixoto
- Francisco Furquim Werneck de Almeida
- Francisco Pereira Passos
- João Carlos Mayrinck
- Mário Lago
- Oswaldo Cruz
- Pedro Américo Figueiredo Mello
- Pedro Nava
- Raimundo Correia
- Raul Pompéia
- Rodrigues Alves
- Washington Luís Pereira de Sousa
[editar] Curiosidades
- Em seus primórdios, a instituição garantia o privilégio do acesso de seus alunos aos cursos de nível superior, sem que necessitassem se submeter a qualquer exame de admissão.
- Durante noventa anos o Colégio não permitiu o ingresso de estudantes do sexo feminino. A primeira estudante a concluir o curso secundário foi Yvone Monteiro da Silva, em 1927.
- O prédio histórico da U.E. Centro encontra-se tombado pelo Iphan.
- Nele se destaca a cúpula do Torreão, erguida por Francisco José Bethencourt Silva, discípulo de Grandjean de Montigny;
- A U.E. São Cristõvão conta com um Horto Botânico, um Teatro (Teatro Mário Lago) e uma piscina olímpica.
- O Instituto de Educação do Rio de Janeiro, fundado em 5 de Abril de 1880 com o nome de Escola Normal do Município da Corte, funcionou em salas nas dependências do Imperial Colégio de Pedro II até 1888, quando se transferiu para a Escola Central, no Largo de São Francisco. De lá, transferiu-se para as dependências da Escola Técnica Rivadávia Correia e para as da Escola Estácio de Sá (1930), até se estabelecer, pouco depois, definitivamente, nas suas atuais dependências na Rua Mariz e Barros.
[editar] Ligações externas
- Colégio Pedro II
- ADCPII - Associação de Docentes do Colégio Pedro II
- Associação de Pais e Amigos do Colégio Pedro II - Humaitá
- Blog dos Pais de Alunos do Colégio Pedro II
- Sindicato dos Professores do Colégio Pedro II
- Grêmio dos Estudantes do Colégio Pedro II - São Cristovão
- Site sobre as eleições internas de 2003
- Blog do Departamento de Geografia