Caraísmo
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A palavra Caraíta ( do hebraico קראים - Qaraim ou Bnei Mikra (Seguidores das Escrituras)), designa uma das ramificações do Judaísmo que defende unicamente a autoridade das Escrituras Hebraicas como fonte de Revelação Divina.
O Caraísmo defende a Crença Única e Absoluta em D-us e que sua Revelação Única foi dada através de Moshê (Moisés) na Torá (que não admite adições ou subtrações) e nos profetas da Tanakh. Confiam na Providência divina e esperam a vinda do Messias e a Ressureição dos Mortos. Seguem um calendário baseado no Abib e com ínicio de mês na lua nova vísivel.
Rejeitam o judaísmo rabínico como por exemplo o Talmud e a Mishná (aceitos pelo judaísmo rabínico). Não seguem costumes judaicos rabínicos como o uso de kipá, peiot, tefilin e afins.
[editar] História do Caraísmo
Desde a época do Segundo Templo existiam seitas do Judaísmo que defendiam a autoridade única e exclusiva da Torá escrita, em oposição aos que seguiam também as tradições conhecidas como a Torá oral. Entre as seitas que seguiam unicamente a Torá escrita estavam os tzadokim (saduceus) e os betusianos. Esses opunham-se aos perushim (Fariseus) que defendiam ter D-us lhes revelado com junto a Torá escrita uma Torá oral, que era passada de geração em geração pelos estudiosos, mestres e profetas.
Essas seitas continuaram a existir até depois da destruição do Templo no ano de 70 d.C., mas com a queda de Jerusalém, a autoridade central representada pelo Templo deixou de existir, fortalecendo as comunidades locais e seus centros de estudo (sinagogas), que eram majoritariamente farisaicas. Esses fariseus posteriormente dariam origem ao judaísmo rabínico, compilando suas leis e tradições em sua obra conhecida como Talmud.
O Talmud no entanto não foi aceito por parcela da comunidade judaica, que opôs forte resistência ao judaísmo rabínico. No séc. VIII d.C., Anan ben David organizou os diversos elementos anti-talmúdicos e conseguiu convencer o Califado a estabelecer um segundo exilarcado para aqueles que não seguissem as práticas talmudistas. Os seguidores de Anan foram conhecidos como "ananitas" e posteriormente misturando-se a outras seitas anti-rabínicas constituíram o Caraísmo.
O Caraísmo obteve grande influência, chocando-se contra o Judaísmo Rabínico, mas esse conseguiu sobressair-se no século X com Gaon Saadia. Mas o Caraísmo ainda continuou existindo principalmente na Espanha, Rússia, Egito, Império Bizantino e Israel. Hoje ainda sobrevive em comunidades espalhadas pelo mundo, inclusive em Israel, onde conta com um departamento governamental que cuida dos seus interesses.