Antipapa Clemente VII
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Este artigo é sobre o Antipapa Clemente VII do Século XIV. Para ler sobre o papa do Século XVI consulte Papa Clemente VII
Clemente VII (1342 - 16 de Setembro 1394), nascido Roberto de Genebra, foi um Antipapa sedeado em Avinhão, o primeiro do Grande Cisma do Ocidente.
Clemente VII era filho de Amadeu III, Conde de Genebra, e foi destinado à vida eclesiástica desde jovem. Em 1361 foi nomeado Bispo de Thérouanne e em 1368 Arcebispo de Cambrai, tendo sido feito cardeal em 1371. Durante a sua carreira inicial na Igreja, Clemente VII foi legado dos papas de Avinhão.
Em 1377, o Papa Gregório XI decidiu, por intervenção de Santa Catarina de Siena, deslocar a sede do papado de novo para Roma. No ano seguinte o papa morreu e foi substituído por Urbano VI. Esta escolha foi influenciada pela população de Roma, que queria assegurar com a eleição de um italiano a permanência do papado na cidade. A maioria dos cardeais de origem francesa discordava desta escolha e detestava o novo papa pela sua personalidade conflituosa. Como resposta, quatro meses após a eleição de Urbano VI, os cardeais franceses reuniram-se em Anagni e realizaram novo conclave. Desta reunião saíu a proclamação de Roberto de Genebra como Papa, sob o nome de Clemente VII. Para concretizar o cisma, Clemente VII excomungou e foi excomungado por Urbano VI e fixou residência em Avinhão.
Ao contrário do seu opositor, Clemente VII era um diplomata experiente em manobras políticas e soube alcançar apoios para a sua causa. Se mostrou particularmente ardiloso quando se valeu da crença do Santo Sudário para incentivar a fé católica e, ao mesmo tempo, gerar recursos para sua Igreja. A porção de tecido que é conhecida como sudário de Turim aparece pela primeira vez em 1357, quando a viúva de Geoffroy de Charny, um templário francês, a exibiu na Igreja de Lirey.
Henrique de Poitiers, arcebispo de Troyes, apoiado mais tarde pelo rei Carlos VI de França, declarou o sudário como uma impostura e proibiu a sua adoração. Em 1389 o bispo Pierre d’Arcis (sucessor de Henrique) denunciou a suposta relíquia como uma fraude fabricada por um pintor talentoso, numa carta a Clemente VII. D’Arcis menciona que até então tem sido bem sucedido em esconder o pano e revela que a verdade lhe fora confessada pelo próprio artista, que não é identificado. O bispo de Troyes não foi ouvido visto que Clemente VII declarou a relíquia sagrada e ofereceu indulgências a quem peregrinasse para ver o sudário.
O cisma da Igreja Católica estava longe de ser resolvido quando Clemente VII morreu em 1394. Foi sucedido pelo antipapa Benedito XIII.