Usuário:Alexexa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O futuro enlouqueceu
Nenhum dos cientistas que se arriscam sabe bem o que acontecerá daqui a algumas décadas, mas muitos deles já têm uma palavra para descrever o que vem por aí: “Singularidade”. A idéia é que as tecnologias de várias áreas evoluem cada vez mais aceleradamente, se integrando e mudando rapidamente a realidade. Em um dado momento - a tal singularidade -, a curva da evolução ficara tão vertical que ultrapassará o limite do próprio gráfico.
O termo “singularidade” foi emprestado da física. Lá, ele designa fenômenos tão extremos que as equações não são mais capazes de descrevê-los, como buracos negros, lugares de densidade infinita, que levam as leis da ciência ao absurdo. A idéia surgiu em 1950, com o matemático John von Neumann, um dos criadores do computador, que disse que as tecnologias poderiam chegar a um ponto além do qual “os assuntos humanos, da forma como conhecemos, não poderiam continuar a existir”. Desde então, a evolução rápida de varias tecnologias é um dos argumentos de que a humanidade pode um dia chegar a esse momento da virada.
Essa evolução parece seguir uma lógica. Um dos primeiros a notar isso foi o engenheiro Gordon Moore, um dos fundadores da Intel, que formulou aquela que ficou conhecida como a “Lei de Moore”. Segundo a tal lei, o número de transistores em um mesmo espaço (e por conseqüência a capacidade de processamento dos chips) dobra a cada 18 meses. Ou seja, é uma progressão geométrica: cada vez o ritmo do avanço fica maior (se no primeiro período de 18 meses, a tal capacidade aumenta de 1 para 2, no vigésimo ela crescerá absurdamente de 524 288 para 1 048 576). Isso significa uma progressão absurda a partir de um ponto, cada vez mais tendida ao infinito.
O IBM PC original (de 1981) funcionava com uma velocidade do clock de 4,77 MHz. Vinte anos depois, os PCs podiam funcionar a 2 GHz, um aumento de desempenho de vinte vezes por década. No mesmo período, a comunicação de dados geograficamente distribuída passou de 56 Kbps (a ARPANET) para 1 Gbps (a comunicação óptica moderna); isso denota que seu desempenho melhorou mais de 125 vezes em cada década; no mesmo espaço de tempo, a taxa de erros passou de 10-5 (0,00001) por bit, para quase zero. Sem levar em consideração, a velocidade de 100 Gbps já alcançada em laboratório em uma única fibra.
A principio, a capacidade dos processadores dobraria a cada 18 meses - a mesma velocidade com que evoluem hoje. Como estarão mais rápidos, passarão a dobrar a cada nove meses, daí a 4,5 meses, e umas gerações depois, lá esta a "Singularidade". Não é só na informática que os especialistas vem esse fenômeno. A nanotecnologia, a genética e a robótica têm evoluído em um ritmo parecido. Assimilamos que hoje, um computador de mil dólares tem a mesma inteligência de um inseto. No futuro, ele se igualara à capacidade de um rato, de um homem, e finalmente, de toda a humanidade.