Usuário:Ajpvalente
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"No início, era a palavra. E a palavra estava com Deus, e a palavra era Deus"
Assim disse Humberto Eco na sua magna opera, O Nome da Rosa.
Por este meio, faço estas palavras minhas. Pois o que foi dito irá ser levado pelo vento, mas aquilo que for escrito subsistirá um pouco mais. Cada livro, cada palavra, é um testemunho da pessoa que a escreveu, um desafio ao tempo que tudo leva.
O meu nome é António José Parreira Valente. Pacense de nascimento, lacobrigense por acolhimento, odivelense de sangue, alentejano de alma.
Meritocracista na esperança, comunista no fundo, conservador nas formas, capitalista quando é necessário.
Aqui escrevo e irei escrever, na arrogância de ter esperança de que a minha contribuição perdurará.
Porque o homem é avaliado pelos seus actos, e eu espero ficar na bancada da história, como observador. Pois eu sou não actor, mas apenas um espectador dos espectáculos do mundo. O meu nome não me interessa perdurar. Apenas aquilo que discorri.
Estou a escrever estas linhas com uma certa surpresa que não o devia ser. Estou finalmente a contribuir para o progresso da humanidade, com uma ínfima e praticamente mas nunca insignificantemente porção do conhecimento humano.
No entanto, não me sinto mais realizado, de forma alguma, embora há muito tempo que queria edificar uma acção deste género. Talvez tenha receio. De que, agora que cumpri o que devia, não tenho muito mais que fazer. Não. Não pode ser. Enquanto existir conhecimento humano por preencher, por transmitir, não irei parar. Porque encontrei algo que me complementou. Mais do que eu alguma vez imaginaria, mas com uma torrente de exaltação que, para uma mente racional como a que eu queria ter, não é fonte de surpresa.
O tempo tudo leva. Até estas palavras serão levadas, pois o tempo sobre tudo subsiste. Mas enquanto ficarem, serão o meu testemunho. O meu testemunho imóvel, mas nunca imobilizado.
"Pelo contrário, Watson, você consegue ver tudo. No entanto, falha ao raciocinar sobre aquilo que vê. Tem medo de tirar conclusões." Arthur Conan Doyle, A Granada Azul.