Vaga-lume
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Classificação científica | ||||||||||
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Gêneros | ||||||||||
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"Pousavam faiscando, desapareciam — eram pirilampos erradios que fugiam ao clarão do luar." (Coelho Neto, Treva, p. 75).
Círculo Vicioso Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume: "Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!" Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme: "Pudesse eu copiar-te o transparente lume, Que, da grega coluna à gótica janela, Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela" Mas a lua, fitando o sol com azedume: "Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal, que toda a luz resume"! Mas o sol, inclinando a rútila capela: Pesa-me esta brilhante auréola de nume... Enfara-me esta luz e desmedida umbela... Por que não nasci eu um simples vaga-lume?"... (Machado de Assis)
Vaga-lume ou pirilampo é inseto das famílias Elateridae, Fengodidae ou Lampyridae, muito conhecido por suas emissões luminosas. A espécie mais comum no Brasil é a Lampyris noctiluca - nessa espécie apenas os machos são alados, embora em outras espécies ambos sejam alados; alimentam-se, principalmente, de lesmas e caracóis.
O nome pirilampo tem orígem no grego, pyris (pyros)=calor, luz + lampis=?. Já vaga-lume, certamente, é de origem popular, a referir tanto a natureza luminosa quanto a, por assim dizer, vagante, do inseto.
Inseto coleóptero, seus órgãos fosforescentes localizam-se na parte inferior dos segmentos abdominais. Comumente, de cores pouco vistosas, alguns amarelados ou pardo-claros, com faixas negras, de cabeça grande, arredondada na frente, é capaz de grandes saltos quando colocados de costas. Particularidades observam-se em cada família.
Elaterídeos têm cor variante do castanho escuro ao marrom avermelhado. Na parte anterior do tórax, duas manchas que, quando apagadas, têm coloração alaranjada. Usa-se achar que essas manchas são os olhos do pirilampo. Mas são suas 'lanternas'. Uma terceira lanterna fica no abdome e só entra em atividade quando o inseto está voando. É tão desenvolvida que chega a emitir um facho de luz de quase um metro de diâmetro. Esses vaga-lumes costumam voar muito alto, acima da copa das árvores. A luz que emitem é contínua. Na lanterna torácica, a luz tem uma tonalidade esverdeada. Na lanterna abdominal, é amarelo-alaranjada. O ciclo de vida dos elaterídeos é longo: dois ou mais anos. Os adultos vivem somente no verão, períodos em que se acasalam. Os ovos são postos em madeiras semi-apodrecidas no interior das matas. Após cerca de quinze dias, surgem as primeiras larvas, que passarão quase dois anos comendo outros insetos e crescendo, até se transformarem nas pupas, que irão depois virar os insetos adultos.
Fengodídeos têm ciclo biológico pouco conhecido. As fêmeas sempre têm aspecto larvar. São comumente conhecidas como bondinho elétrico ou trem de ferro. Algumas espécies de fengodídeos emitem luz vermelha, na região da cabeça, e esverdeada no corpo. Outras emitem luz esverdeada em todo corpo. Os machos, alados, têm pontinhos luminosos em posição e número variáveis, todos no abdome. Sabe-se que as larvas gostam de comer gongolos, o popular piolho-de-cobra. E são muito vorazes; sugam toda a parte mole do corpo do bicho, dispensando as partes duras. Emitem luz contínua e vivem no chão, à procura de suas presas.
Lampirídeos têm ciclo biológico longo. Variam muito de cor, do castanho-claro ou escuro ao castanho-amarelado ou avermelhado. As lanternas ficam no ventre e variam de tamanho e disposição. Emitem luz esverdeada intermitente durante as poucas horas do entardecer. Habitam matas, campos e cerrados, preferindo os lugares úmidos e alagadiços como os brejos. Adultos e larvas alimentam-se com freqüência de caramujos. Em algumas espécies as fêmeas também têm aspecto de larvas, que emitem sua luz por órgãos luminescentes situados no abdome.
A fosforescência decorre-lhes de uma reação entre um fermento e outras substâncias químicas. Suas emissões luminosas devem-se a uma substância que ao entrar em contato com o ambiente é oxidada e produz uma molécula energizada que, por sua vez, produz a luz. A enzima luciferase atua sobre o substrato (luciferina), catalizando a sua oxidação, e, assim, estimulando a emissão da luz.
Esse é, pois, o fenômeno denominado bioluminescência, característico dos vaga-lumes.
Sinônimos: vaga-lume, caga-lume, caga-fogo, cudelume, luzecu, luze-luze, lampíride, lampírio, lampiro, lumeeira, lumeeiro, mosca-de-fogo, noctiluz, pirífora, salta-martim, uauá. Desses sinônimos, vários são brasileiros, alguns lusitanos]
[editar] Referências
- FERREIRA, Aurélio. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro (RJ, Brasil: Nova Fronteira, 2000
- MICROSOFT. Enciclopédia Encarta 2001. São Paulo, SP, Brasil): Microsoft do Brasil, 2001.