Segunda Guerra Sino-Japonesa
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Em 25 de novembro de 1936, os governos alemão e japonês haviam assinado um Pacto Anti-Komintern,com o objetivo explícito de lutar contra a infiltração comunista em seus próprios países. No fundo, porém, esse pacto, ao qual a Itália aderiu mais tarde, era um primeiro passo para a elaboração de uma política comum entre as três potências, ampliando o Eixo Roma-Berlim.Para Hitler, era o ínicio de uma política anti-soviética que, em seu entender, levaria finalmente à conquista das terras a leste, necessárias ao espaço vital do povo alemão, conforme ele assinalara em Mein Kampf. Para os japoneses, o Pacto Anti-Komintern visava forçar Stalin a uma posição de expectativa, deixando o Japão ampla liberdade de agir no Extremo Oriente.
Desde a ocupação da Manchúria, a tensão entre a China e o Japão não cessara de se agravar. No dia 7 de julho de 1937, um incidente entre tropas dos dois países deflagrou a guerra, desejada ardentemente pelo partido militarista nipônico. O exército japonês, longamente adestrado, iniciou a ofensiva. Antes de terminar o ano, as importantes cidades de Pequim, Changai e Nanquim haviam caído em poder dos invasores.
A agressão japonesa encontrara, mais uma vez, uma conjuntura favorável no plano internacional. O Exército Vermelho fora praticamente decapitado pelo sangrento expurgo de Stalin estava realizando em seu corpo de oficiais, e que se iniciara com o fuzilamento do Marechal Tukhachevsky (Mikhail Nikolaivitch, 1893-1937) e de outros generais de projeção. Não havia, pois, condições para uma intervenção soviética. A Grã-Bretanha, por sua vez, estava absorvida pelos problemas europeus criados com a Guerra Civil Espanhola. Restavam os Estados Unidos, onde o President Roosevelt (Franklin Delano, 1882-1945) adotou uma atitude firmemente pró-chinesa, sem contudo chegar ao extremo de um conflito armado com o Japão.
Chiang Kai-chek, que governava a China, encontrou-se sozinho diante da agressão. No ano anterior, concluíra uma trégua com o lider comunista, Mao Tsé-tung, a fim de unirem suas forças contra o inimigo comum. Para enfrentar os japoneses, Chiang dispunha. além de uma China unida, de subsídios e armamentos ofertados pela Grã-Bretanha e Estados Unidos.
A superioridade militar nipônica era porém inicontestável. Aviação e artilharia mais eficazes, soldados melhor treinados e comando mais capacitado,deram ao Japão a iniciativa das operações, forçando os chineses a uma estratégia puramente defensiva. No princípio de 1939, todo o nordeste da China, principal região industrial do país, estava nas ~mãos dos japoneses, assim como alguns importantes pontos no sul: Cantão (próxima à possessão britânica de Hong-Kong e a ilha de Hainan, ao largo da Indochina. A grande ilha de Formosa já era um domínio japonês desde a guerra de 1894-1895, travada contra a China.
Com o correr do tempo, contudo, a guerra sino-japonesa transformou-se num grave problema militar para os chefes nipônicos. A vastidão do território chinês, a obstinada resistencia de Chiang Kai-chek e as péssimas vias de comunicação do interior, entravaram consideravelmente a estratégia japonêsa. As imensas massa humanas da China formavam um manancial inesgotável de soldados, a o oposição da população aos conquistadores não podia ser desprezada. Os militares japonêses, que haviam iniciado a guerra com objetivos limitados, pretendendo apenas ocupar as províncias chinesas mais importantes, viram-se envolvidos numa infindável luta de desgaste, sem poder esperar por resultados decisivos. A guerra com a China tornou-se, assim, um verdadeiro cancro, a consumir homens e materiais de um país já por si tão pobre em matérias-primas, essenciais à produção bélica.
Cumpre observar que os japoneses desenvolviam intesa propaganda junto aos povos conquistados, anunciando-se como os libertadores da Ásia de um secular domínio branco.Poucos formam os chineses que aceitaram essa Nova Ordem imposta pelo Japão; mesmo assim, foi possível aos nipônicos instaurarem em Changai, desde agosto de 1939, um governo-títere dirigido por Wang Ching-wei (1884-1944, antigo discípulo de Sun Yat-sen. Chiang Kai-chek, forçado constantemente a recuar, estabelecera seu governo em Chungking, cidade do interior, prócima da fronteira com a Birmânia.