Artilharia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Artilharia, arma do exército que faz apoio de fogo através do lançamento de projéteis em trajetória parabólica (indireta) à infantaria e cavalaria podendo também realizar outras missões específicas no teatro de combate.
Índice |
[editar] História
Na Antiguidade, as armas da Artilharia eram as catapultas, capazes de arremessar pedras ou dardos. Armas que disparam projéteis, como a funda e o arco e flecha, são empregadas contra indivíduos. Já o papel da Artilharia é atingir alvos como muralhas ou grupos de indivíduos da Infantaria ou Cavalaria inimiga. A peça de Artilharia mais antiga foi inventada pelos gregos cerca de 400 a.C. e chama-se gastraphetes. É o arco e flecha mais poderoso que pode ser transportado por uma pessoa. Usa método mecânico de retesar a corda. Já o oxibeles, de cerca de 375 a.C., tem sua corda retesada por alavancas.
O aperfeiçoamento do oxibeles traz um desenvolvimento tecnológico importante: a torção de cordas como fonte de energia. Armas empregando a torção passam a ser chamadas de katapeltes, de onde vem a palavra catapulta. A lithobolos, de 335 a.C., é uma catapulta que lança pedras em vez de dardos.
Os romanos aperfeiçoam o arsenal greco-macedônio, com mudanças na disposição dos braços e da torcedura das cordas garantindo maior alcance às catapultas. Os petardos passam a atingir um alvo a 800 m. As catapultas romanas mais comuns são a balista, que dispara pedras, e a scorpio, que arremessa dardos. Uma onagro, do período de 200 a.C., pode disparar uma pedra de 80 kg e precisa de oito homens para ser armada.
A Artilharia desenvolve-se notavelmente com a invenção do trabuco (trebuchet), na China, entre os séculos V a.C. e III a.C. No Ocidente, no século VI d.C., substituiu as catapultas de torção. O trabuco usa a força da gravidade, através de um contrapeso para lançar projéteis de até 1t. Um trabuco de 20 m de altura, construído por pesquisadores ingleses em 1995, lançou um carro de 476 kg, sem motor, a 80 m de distância. Pólvora e canhões – Outra invenção chinesa, a pólvora, é usada na Europa, no século XIV, nos canhões. Os gases da explosão da pólvora colocada num tubo de metal provocam a expulsão do projétil, pedra ou bola de metal, pela boca do canhão.
Em 1537, o matemático italiano Niccolo Tartaglia (1500-1557) descreve a trajetória das balas de canhão, criando a Balística, ciência que estuda o movimento de corpos impelidos no espaço.
Muito pesados, os primeiros canhões são empregados principalmente contra fortalezas e fazem parte da Artilharia de sítio ou de defesa. O uso dos canhões em batalhas se deve, principalmente, ao rei sueco Gustavo Adolfo II (1594-1632). Ele adota canhões menores, mais agéis e em maior número. Outros generais, como Napoleão Bonaparte (1769-1821), formado oficial na Artilharia, também usa canhões em grande quantidade.
O canhão moderno segue o mesmo princípio básico mas é carregado pela culatra, usa munição explosiva e tem o cano raiado, imprimindo maior precisão ao projétil. Com o avanço da metalurgia e da química desde o fim do século passado, o canhão aumenta o seu alcance de 2 para 20 km.
O foguete, inventado pelo inglês sir William Congreve (1772-1828), passa a fazer parte da Artilharia no começo do século XIX. Os mísseis guiados – foguetes com a possibilidade de correção de trajetória – são a sua versão mais moderna.A artilharia em geral se baseia em máquinas de grande calíbre,um exemplo é o canhão,chamado de morteiro(canhão curto que se munícia pela boca.O primeiro a usar máquinas de grande calibre foi Napoleão.
[editar] Armamento da Artilharia
Tradicionalmente a Artilharia empregava como armamento as bocas de fogo de maior calibre. Actualmente, além das tradicionais bocas de fogo, a Artilharia emprega outro tipo de amarmento, sendo de destacar os diversos tipos de misseis:
- Obuses - bocas de fogo para tiro curvo de longo alcance;
- canhões ou peças - bocas de fogo para tiro tenso;
- morteiros pesados - bocas de fogo de grande calibre para tiro curvo de curto e médio alcance;
- foguetes - projécteis autopropulsados, de trajectória pré-estabelecida, normalmente usados contra alvos de superfície;
- mísseis - projectéis autropulsados, de trajectória regulável durante o voo, usados contral alvos aéreos ou de superfície.
[editar] Organização e Emprego
A artilharia é o principal meio de 'apoio de fogo' do exército. Suas unidades e subunidades podem ser dotadas de diversos equipamentos de tiro: canhões, obuses, foguetes ou mísseis. Sua missão é apoiar a arma-base pelo emprego de lançamentos de projéteis em tiro balístico com precisão e rapidez, destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem o êxito da operação.
Até pouco antes da 2ª Guerra Mundial, a artilharia era sobretudo subdividida pelo seu calibre e forma de propulsão, existindo:
- Artilharia Super-Pesada: dotada de obuses de calibre superior a 200 mm;
- Artilharia Pesada: dotada de obuses de calibre superior a 105 mm e infeior a 200 mm;
- Artilharia Ligeira: dotada de canhões ou obuses de calibre igual ou inferior a 105 mm;
- Artilharia Ferroviária ou de Caminho de Ferro: Artilharia Super-Pesada montada em vagões ferroviários;
- Artilharia de Cerco: Artilharia Super-Pesada ou Pesada, de mobilidade reduzida, própria para o bombardeamento de posições fortificadas;
- Artilharia de Posição: Artilharia Super-Pesada ou Pesada fixa, própria para a defesa de posições fortificadas;
- Artilharia de Costa: Artilharia Super-Pesada ou Pesada, própria para o bombardemanto de alvos navais;
- Artilharia a Pé: Artilharia Pesada rebocada por solípedes, cujos serventes se deslocam a pé;
- Artilharia Montada: Artilharia Ligeira rebocada por cavalos, cujos serventes são transportados nos reparos das bocas de fogo ou nos carros de munições;
- Artilharia a Cavalo: Artilharia Ligeira rebocada por cavalos, destinada a apoiar as unidades de cavalaria, cujos serventes dispoêm de um cavalo individual para se deslocarem;
- Artilharia de Montanha: Artilharia Ligeira, cujas bocas de fogo dispôem da capacidade de realizar tiro de ângulo elevado e, algumas, da capacidade de serem transportadas desmontadas em equídeos, próprias para o uso em regiões montanhosas;
- Artilharia a Tractores: Artilharia Pesada ou Ligeira rebocada por meios automóveis.
Actualmente, a Artilharia subdivide-se essencialmente pelo tipo de emprego, nos seguintes tipos:
- Artilharia Anti-Aérea: dotada de bocas de fogo ou de mísseis próprios para a destruição de alvos aéreos;
- Artilharia Costeira: dotada de bocas de fogo pesadas ou de mísseis superfície-superfície para atingir alvos navais;
- Artilharia de Campanha: dotada de obuses de vários calibres, de grande mobilidade, próprios para o acompanhamento de forças terrestres e a destruição de alvos de superfície;
- Artilharia de Saturação de Área: dotada de lança-foguetes múltiplos, destinada a um bombardeamento rápido e intensivo de uma determinada área limitada;
- Artilharia Estratégica: dotada de mísseis superfície-superfície de médio ou longo raio de acção;
- Artilharia Naval: artilharia baseada em navios.