Sebastião de Portugal
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D.Sebastião, rei de Portugal (pintura a óleo atribuída a Cristóvão de Morais, patente no Museu Nacional de Arte Antiga). A representação do rei vestido com armadura e acompanhado por um galgo retomam simbolicamente a imagética imperial do seu bisavô D. Manuel e do seu avô Carlos V da Alemanha.]] |
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Ordem: | 16.º Rei de Portugal |
Cognome(s): | O Desejado |
Início do Reinado: | 11 de Junho de 1557, regência até 20 de Janeiro de 1568 |
Término do Reinado: | 4 de Agosto de 1578 |
Aclamação: | Lisboa, 16 de Junho de 1557 |
Predecessor: | D.João III |
Sucessor: | Cardeal D.Henrique |
Pai: | Príncipe D.João |
Mãe: | Princesa D.Joana |
Data de Nascimento: | 20 de Janeiro de 1554 |
Local de Nascimento: | Lisboa, Palácio da Ribeira |
Data de Falecimento: | 4 de Agosto de 1578 |
Local de Falecimento: | Alcácer Quibir, Marrocos |
Consorte(s): | |
Príncipe Herdeiro: | Cardeal D.Henrique (tio-avô) |
Dinastia: | Avis |
D. Sebastião I (20 de Janeiro de 1554 — 4 de Agosto de 1578), décimo-sexto Rei de Portugal, e sétimo da Dinastia de Avis. Era neto do rei João III, tornou-se herdeiro do trono depois da morte do seu pai, o príncipe João de Portugal duas semanas antes do seu nascimento, e rei com apenas três anos, em 1557. Em virtude de ser um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também memorado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação.
Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro pela sua avó Catarina da Áustria, princesa de Espanha, e depois pelo tio-avô, o Cardeal Henrique de Évora. Neste período Portugal continuou a sua expansão colonial em África e na Ásia, onde se adquiriu Macau em 1557 e Damão em 1559. O jovem rei cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, que passava muito tempo em jejuns e o resto em caçadas. Sebastião desenvolveu uma personalidade mimada e teimosa, dada a sua posição de rei, aliada à convição de que seria o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os Mouros do Norte de África. As lutas que entretanto se verificaram em Marrocos, como a defesa de Mazagão, levavam-no a pensar em futuras acções em África.
Assim que obteve a maioridade, Sebastião começou a preparar a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. Filipe II de Espanha recusou participar naquilo que considerava uma loucura e adiou o casamento de Sebastião com uma das suas filhas para depois da campanha. O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e ignorando os conselhos dos seus generais, Sebastião rumou imediatamente para o interior. Na subsequente batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota humilhante às mãos do sultão Ahmed Mohammed de Fez e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a Sebastião, provavelmente morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre vai ter as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.
Em 1581, Filipe I de Portugal, manda transladar para o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o "sebastianismo", o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa. A dúvida que persiste a mais de 425 anos podia hoje ser resolvida com um simples teste de ADN (DNA).
Ele tornou-se então numa lenda do grande patriota português - o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à do Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha. Ver Sebastianismo.
Durante o subsequente domínio espanhol (1580-1640) da coroa portuguesa, três pretendentes afirmaram ser o Rei D. Sebastião, tendo o último deles - um italiano - sido enforcado em 1619.
Mesmo no século XIX, lavradores Sebastianistas no sertão brasileiro acreditavam que o rei iria regressar para ajuda-los na luta contra a "República ateia Brasileira" (Ver Revolta dos Canudos).
O rei Sebastião foi um rapaz frágil, um resultado de casamentos entre a mesma família desde várias gerações. Por exemplo, ele só tinha quatro bisavós (em vez dos normais 8), e todos eles descendentes do Rei D. João I. Havia casos de demência na família (a sua bisavó foi a rainha Joana, a Louca, de Espanha).
Em conclusão, a Dinastia de Avis, popular entre o povo após ter guiado Portugal à sua época de ouro, acabou por submergir na busca de um sonho: a União Peninsular. As mesmas complicações causadas pela procriação consanguínea causou as mortes das crianças de D. João III e Catarina de Áustria e a loucura e desespero dos seus netos (Sebastião e Carlos), os últimos príncipes de Avis-Habsburgo.
Bibliografía
J. M. Queirós Veloso, D. Sebastião, 1554-1578 (Lisboa, 1935). Ainda hoje a melhora biografía.
Harold B. Johnson, Dois Estudos Polémicos (Tucson, 2004). Argumenta, com boa documentaçao, que Sebastião era abusado sexualmente quando tinha dez anos de idade e tornou-se homossexual mais tarde.
[editar] Ver também
Precedido por: D. João Manuel |
Príncipe herdeiro de Portugal 1554-1557 |
Sucedido por: D. Diogo |
Precedido por: João III |
Rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África 1557 - 1578 |
Sucedido por: Henrique I |