Pedro de Noronha
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D. Pedro de Noronha (Astúrias, 1379 - Lisboa, 12 de Agosto de 1452) foi bispo de Évora (1419-1423), arcebispo de Lisboa (1424-1452), parente da família real portuguesa e uma das figuras mais poderosas da Corte da primeira metade do século XV.
Pedro de Noronha era filho de D. Afonso, conde de Noronha e de Gijon (sendo assim neto, por bastardia, do rei Henrique II de Castela e sobrinho do rei João I de Castela); por via da mãe, Isabel de Portugal, estava ligado à casa real portuguesa, já que Isabel era também filha bastarda do rei Fernando I de Portugal.
Pedro foi o filho mais velho deste casal, tendo como irmãos mais novos Fernando de Noronha, 2.º Conde de Vila Real, Sancho de Noronha, 1.º Conde de Odemira, e ainda Constança de Noronha, primeira Duquesa de Bragança, através do seu casamento com D. Afonso, primeiro duque daquele título.
Nascido nas Astúrias, só veio para Portugal quando contava com vinte e três anos (1402). Em 11 de Janeiro de 1419, o Papa Martinho V, a instâncias do rei João I de Portugal, seu tio, proveu-o na administração do bispado de Évora. Em 1424, falecendo o arcebispo de Lisboa, D. Diogo Álvares, o mesmo Martinho V elevou-o à cátedra da segunda arquidiocese do país, embora contra a vontade do cabido da Sé, que preferia ver-se sentar no trono arquiepiscopal o chantre da Sé de Coimbra, D. Fernando.
Pelas sua origem na mais alta nobreza, porventura seguindo a carreira não tanto por vocação, mas antes por interesse, o prelado muitas vezes esqueceu as suas obrigações pastorais (mantendo mais ou menos abertamente uma relação com Branca Dias Perestrelo, irmã do donatário da ilha do Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo, que lhe deu vasta prole), delegando os seus poderes em vigários-gerais que encarregava de administrar a diocese: Cristóvão Anes, o chantre da Sé Afonso Anes, e ainda o Prior de Aveiras João de Elvas.
Por tudo isto, foi repreendido por Martinho V, tendo justificado-se diante do concílio provincial reunido em Braga pelo arcebispo D. Fernando da Guerra, em 22 de Dezembro de 1426.
Em 1428, D. João I enviou-o como embaixador à corte de Aragão para negociar o casamento do infante D. Duarte com Leonor de Aragão, irmã de Afonso V de Aragão e quinta filha do rei Fernando de Trastâmara.
A afeição que devotou à rainha levou a que se tornasse um seu apoiante logo após a morte do rei D. Duarte, altura em que esta, designada como regente pelo seu marido, se via forçada pelos Três Estados a ceder o poder ao cunhado, o infante D. Pedro, Duque de Coimbra.
O arcebispo mandou então fortificar o seu Paço, apropinquado ao Castelo de São Jorge, chegando mesmo a querer apoderar-se do Paço da Alcáçova que ali se situava, para fazer valer as pretensões da rainha-viúva à regência; mas como a Câmara de Lisboa reagisse, e mandasse derrubar os cubelos do seu paço, o arcebispo resignou e retirou-se para a vila de Alhandra.
Os agravos entre a Câmara e o arcebispo prosseguiram, redigindo aquela uma série de capítulos onde expunha as más acções cometidas por Pedro de Noronha. Considerando-se injuriado, retirou-se para Castela, tendo o regente D. Pedro sequestrado as suas rendas. Contudo, os seus apoiantes não deixaram de pressionar a Santa Sé, levando a que, pela intervenção de Urbano VI, o regente o deixasse regressa a Lisboa, em 1442.
Em 1445, ordenou que a Igreja de Santa Maria, em Ourém, passasse a colegiada.
Faleceu em Lisboa, estando sepultado na capela do Santíssimo Sacramento da Sé de Lisboa.
Precedido por: Álvaro Afonso |
Bispo de Évora 1419 — 1423 |
Sucedido por: Vasco |
Precedido por: Diogo Álvares de Brito |
Arcebispo de Lisboa 1424 — 1452 |
Sucedido por: Luís Coutinho |