Judiaria
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Os judeus, apareceram no território português ainda antes do período da romanização.
No Al-andaluz, foi mantido um hábito, proveniente já das comunidades muçulmanas, que consistia em separar dentro da mesma localidade, os habitantes pelo seu credo religioso, apesar da relativa tolerância religiosa existente.
Esses locais ou zonas onde viviam os judeus, foram designados por Judiarias.
As primeiras judiarias em Portugal, foram a do Porto e a de Santarém (Álcáçova). Foi durante o reinado de D. Pedro I, que foram editados os primeiros diplomas legislativos, que obrigavam compulsivamente a separação entre judeus e cristãos, ou seja, a obrigatoriedade da existência de judiarias. A partir dessa época, todos os judeus deviam recolher-se nas judiarias durante a noite e as mulheres cristãs eram proibidas de ali entrar. Estas medidas foram mais nítidas nas grandes cidades pois nas povoações mais pequenas o diploma régio era quase que ignorado.
O termo deixou de existir oficialmente após as conversões forçadas de 1497, mas continuou a povoar o imaginário popular. Com o advento da introdução da Inquisição em Portugal, na primeira metade do século XVI, a propaganda antisemita inquisitorial haveria de transformar radicalmente o sentido da palavra, distorcendo-o até aos nossos dias.