Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro
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A Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, mais conhecida simplesmente como Igreja da Glória, ergue-se no alto do outeiro da Glória, no bairro de mesmo nome, na cidade do Rio de Janeiro.
É considerada uma das jóias da arquitetura colonial brasileira e um dos mais característicos monumentos do Rio. Dada a sua localização elevada é facilmente visível do Aterro do Flamengo e arredores.
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[editar] História
[editar] Arquitetura e decoração
A Igreja da Glória tem origem numa pequena ermida do século XVII construída em um terreno doado à Irmandade da Glória em 1699 pelo Dr. Cláudio do Amaral Gurgel. Acredita-se que a atual igreja foi construída entre 1714 e 1739, com projeto atribuído ao tenente-coronel português José Cardoso Ramalho. A planta da igreja é composta por dois octógonos, o que lhe dá a forma de um "8". Os espaços curvos - especialmente elípticos - são uma forma típica do barroco e estréiam na arquitetura do Rio nesta igreja. Um dos octógonos é ocupado pela nave curva da igreja, enquanto o outro é ocupado pela sacristia. O interior da nave transmite uma sensação de monumentalidade, graças às pilastras de cantaria e ao teto abobadado.
As partes baixas da nave estão cobertas com magníficos painéis de azulejos brancos-azuis lisboetas, feitos entre 1735 e 1740 na oficina de Mestre Valentim de Almeida, com temas bíblicos, recentemente restaurados. A sacristia também está forrada de azulejos, mas com temas profanos (cenas de caça). A igreja tem três bons altares de feição rococó, datados da transição entre o século XVIII e o XIX, talhados talvez por Inácio Ferreira Pinto. Sobre o arco-cruzeiro da capela-mór se encontra o escudo da Família Imperial Brasileira.
O exterior da Igreja da Glória tem um perfil característico, com os dois corpos octogonais precedidos por uma torre quadrangular coroada com uma cúpula de forma acebolada. O primeiro piso da torre tem uma galilé - espaço abobadado - por onde se entra na igreja através de um portal com um medalhão representando a Virgem e o Menino. Este portal e dois outros estão esculpidos em pedra de lióz e foram trazidos de Lisboa na segunda metade do século XVIII.
[editar] Capela Imperial
Após sua chegada ao Rio de Janeiro em 1808, a Família Real Portuguesa tomou especial predileção pela Igrejinha da Glória. Na igreja foi batizada em 1819 a primeira filha de D. Pedro I e D. Leopoldina, a princesa Maria da Glória, futura Rainha D. Maria II de Portugal. A partir daí todos os membros da Família Imperial foram batizados na Igreja da Glória, incluindo D. Pedro II e a Princesa Isabel. Em 1839, D. Pedro II otorgou o título de "Imperial" à Irmandade, conhecida, a partir de então, como Imperial Irmandade da Nossa Senhora da Glória do Outeiro.
[editar] Relevância estética
É uma das primeiras - senão a primeira - das igrejas coloniais brasileiras com planta elíptica barroca, seguida depois pela Igreja de São Pedro dos Clérigos, no Rio de Janeiro (demolida no século XX) e em igrejas setecentistas de Minas Gerais, como São Pedro de Mariana e Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Ouro Preto.