Cláudio do Amaral Gurgel
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cláudio Gurgel do Amaral foi um proprietário rural e funcionário colonial brasileiro.
Foi uma personagem notável da história da cidade do Rio de Janeiro, que doou em 20 de junho de 1699 à Irmandade erigida sob a invocação de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (na ermida construída por Caminha em 1671) terras de sua propriedade que abrangiam o referido outeiro, onde deveria ser levantado o templo (entre 1714 e 1739).
Era irmão de Francisco do Amaral Gurgel, sendo filhos do coronel José Nunes do Amaral e de Mécia de Arão Gurgel: portanto, neto paterno de Francisco do Amaral, de Parati, e neto materno de Toussaint Gurgel, pirata francês preso em Cabo Frio fixado no Rio pelo casamento. Segundo Vivalco Coaraci, historiador do Rio, o Dr. Cláudio prestou serviços militares, foi provedor da Fazenda sob o mando do governador Sebastião de Castro Caldas. Tinha extensas terras, caráter truculento, era rixento e desordeiro, envolvendo-se em motins e lutas muitas vezes sangrentas.
Era irmão de frei Antônio de Santa Clara e de Bento do Amaral da Silva assassino do provedor Pedro de Sousa Pereira, o Moço, crime em 1687 do qual participaram João Velho Barreto, João Batista do Amaral e outros. Foi por outro crime enviado preso a Lisboa, apesar da proteção da família, da qual o desembargador Rodrigues de Castro dizia, no Conselho Ultramarino: «esta familia dos Amarais se tem feito temer em todo o Brasil pelos horrores das mortes e violências com que vinga a mais leve ofensa.»
Para fugir à justiça secular, Cláudio tomou ordens sacras mesmo em idade avançada, o que não impediu que morresse assassinado com outro parceiro padre, na porta de sua chácara, já iniciado o século XVIII. Tinha um filho José Gurgel do Amaral, célebre criminoso, degolado em alto cadafalso na Bahia em 1722, pois foi preso nas Minas Gerais pelo assassinato de João Manuel de Melo na igreja de Campo Grande, com a cumplicidade de um José Pacheco.