História do Irão
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A história do Irã começa com o Império Persa, uma sucessão de Estados que controlaram o Planalto Iraniano ao longo do tempo, desde a dinastia aquemênida, fundada por Ciro, o Grande, no século VI a.C.
Para a história do Irã anterior a 1935, ver o artigo Império Persa.
[editar] A fundação da dinastia Pahlavi
Entre 1921 e 1925, Reza Khan, um oficial do exército persa, logrou derrubar a dinastia Qajar e tomar o poder, fundando a dinastia Pahlavi e alterando seu nome para Reza Xá Pahlavi. Em 1935, o xá solicitou formalmente à comunidade internacional que passasse a empregar o termo Irã, que é como os persas designam o seu país desde o período sassânida, para designar a Pérsia (ver o artigo Pérsia acerca do nome do país).
[editar] O Irã na Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial atinge o Irã em 1941 com a ocupação do país por tropas britânicas e soviéticas. O xá, que simpatizava com o nazismo, abdica em favor do filho, Mohammad Reza Pahlevi. A ocupação estrangeira termina em 1946, com a saída dos últimos soldados soviéticos.
[editar] Saída do Reino Unido
O intenso nacionalismo leva o país em 1953 a conflitos com os interesses do Reino Unido, em conseqüência da decisão do Parlamento iraniano, sob o primeiro-ministro Mohammad Mussadeq, de nacionalizar as companhias petrolíferas estrangeiras, quase todas britânicas. O Irã rompe relações diplomáticas com o Reino Unido.
A URSS apóia o Irã e começa a comprar seu petróleo para compensar o boicote decretado pelos países ocidentais.
A crise atinge o ápice em agosto de 1953, com a deposição de Mussadeq por um golpe militar realizado com a ajuda do serviço secreto do Reino Unido e dos EUA. O xá Reza Pahlevi, que havia fugido do país, retorna e assume poderes ditatoriais. Mussadeq é preso.
[editar] Era Pahlevi
Mohamed Reza Xá Pahlevi procurou modernizar rapidamente o país, através de sua chamada "Revolução Branca" .
Em 1963 uma campanha de modernidade incluiu a reforma agrária e o direito de voto às mulheres, mas a ditadura e o grande poderio militar exerceram influência singular na queda de seu governo.
Foi a oposição teocrática, constituída principalmente pelos grupos xiitas, que viabilizaram a revolução de 1979, cujo líder foi o Aiatolá Khomeini e como resultado da ação, obrigou o xá a se exilar.
Antes, porém, os laços militares com os EUA aprofundam-se em 1971, quando os norte-americanos concedem ao Irã crédito para a compra de armas no valor de US$ 1 bilhão. A aliança com o Ocidente não impede o governo iraniano de assumir o controle da indústria petrolífera nem de aderir ao embargo decretado pela OPEP em 1973.
[editar] Revolução islâmica
Em 1978 ocorre a revolução islâmica, as diversas correntes de oposição ao xá (esquerdistas, liberais e muçulmanas tradicionalistas) unem-se sob a liderança do aiatolá Ruhollah Khomeini, exilado na França. O governo não consegue controlar a insurreição e, em janeiro de 1979, o xá Reza Pahlevi foge do país.
O poder é transferido ao primeiro-ministro Shapur Bakhtiar. As Forças Armadas aderem aos revoltosos. Khomeini regressa triunfalmente a Teerã, capital, em 1º de fevereiro de 1979 e, dez dias depois, assume o poder, com a renúncia e fuga de Bakhtiar.
Em 1º de abril, o Irã é declarado oficialmente uma República Islâmica, cuja autoridade suprema é um chefe religioso (o próprio Khomeini). Para a chefia executiva do governo é eleito presidente da República, em janeiro de 1980, Abolhasan Bani-Sadr, um dos líderes da oposição laica ao governo do xá. Os chefes da polícia política do xá (a Savak) são executados.
[editar] Invasão da Embaixada americana em Teerã
Em 4 de novembro de 1979, um grupo de militantes islâmicos ocuparam a Embaixada dos EUA em Teerã e tomou 64 norte-americanos como reféns. O governo iraniano apoiou a ocupação da embaixada e fez várias exigências, entre as quais a extradição do xá, que na ocasião estava nos EUA. O governo norte-americano congelou os bens iranianos no país. Em abril de 1980, os EUA empreenderam uma fracassada incursão militar em território iraniano.
O impasse não se resolveu nem mesmo com a morte do xá, em 27 de julho de 1980, no Egito. Os reféns norte-americanos foram libertados somente em janeiro de 1981, depois de um acordo para a devolução dos bens do Irã nos EUA.
[editar] Guerra Irã e Iraque
(Ver artigo principal Guerra Irã-Iraque)
Nessa época, o país entra em guerra com o Iraque, cujo governo havia ocupado áreas em litígio às margens do Rio Chatt El-Arab.
A guerra provoca grande destruição nas duas nações. Só termina em 1988, e as fronteiras, objeto da disputa permaneceram inalteradas. Estima-se que morreram 400 mil iranianos e 300 mil iraquianos.
[editar] A instabilidade política
A Revolução Islâmica logo degenera numa luta pelo poder em que se confrontam os aiatolás , partidários da instalação de um regime teocrático, e as forças civis, defensoras da separação entre o Estado e a religião.
Em julho de 1981 ocorrem combates entre a Guarda Revolucionária, milícia ligada aos aiatolás, e os Combatentes do Povo (mujahedin), de esquerda. O presidente Bani-Sadr, que se havia aliado aos mujahedin, é destituído pelo Parlamento e se exila na França. Os mujahedin tentam uma insurreição e são esmagados num conflito em que morrem 13 mil pessoas.
Os rebeldes reagem com uma campanha terrorista na qual são assassinadas altas autoridades. Em 1983, a repressão atinge o Partido Comunista (Tudeh), com o qual o regime de Khomeini convivia pacificamente. Os principais dirigentes comunistas são presos e o partido é declarado ilegal.
[editar] A instabilidade econômica
Os problemas econômicos, agravados pela queda do preço do petróleo, trazem à tona as divergências entre os aiatolás. A ala mais moderada - os chamados "pragmáticos" os quais pregam o abandono da política isolacionista e a aproximação com o Ocidente, visando obter recursos para desenvolver o país. A corrente radical opõe-se às influências externas. O predomínio dos radicais expressa-se na sentença de morte decretada pelo aiatolá Khomeini, em 20 de fevereiro de 1989, contra o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, cujo livro Versos Satânicos é julgado ofensivo ao Islã.
[editar] Fim da era Khomeini
Com a morte de Khomeini, em 3 de junho de 1989, houve favorecimento dos pragmáticos. Um líder religioso moderado, Ali Hashemi Rafsanjani, é eleito presidente. Entra em choque com Ali Khamenei, aiatolá radical escolhido por Khomeini para sucedê-lo. Apoiado por uma Assembléia de Sábios, Khamenei mostra força ao renovar, em 1990, a sentença de morte contra Rushdie. Rafsanjani, de sua parte, fecha contratos para investimentos alemães, franceses e ingleses. Rafsanjani é reeleito presidente em 13 de junho de 1993, com 63% dos votos, e promete manter a abertura para o exterior, principalmente na área econômica.
[editar] Acusação americana de terrorismo
Em 1995 há um agravamento da crise econômica e do confronto com os EUA, motivado pela possibilidade de o Irã fabricar uma bomba nuclear usando tecnologia russa. Em março do mesmo ano, os americanos suspendem um contrato petrolífero firmado com o Irã pela empresa Conoco e impõem severo embargo comercial ao país, depois de acusar o governo de Rafsanjani de apoiar o terrorismo internacional e de insistir na tentativa de desenvolver armas nucleares. Os iranianos desafiam o embargo, mas sua economia sofre efeitos cada vez mais pesados. Explodem violentos protestos contra a alta dos preços nos arredores de Teerã, duramente reprimidos pela guarda da revolução.
Um novo episódio em julho de 1996, o Congresso norte-americano aprova uma lei de sanções a empresas que investirem mais de US$ 40 milhões anuais no Irã ou na Líbia, países acusados de terrorismo.
[editar] Acusação alemã ao terrorismo iraniano
Em abril de 1997, a Suprema Corte de Berlim responsabiliza a cúpula dirigente do Irã pelo assassinato de quatro oposicionistas curdos iranianos na cidade em 1992. Sendo esta a primeira vez que um tribunal ocidental acusa o governo iraniano de envolvimento direto no terrorismo internacional.
[editar] Renovação do parlamento iraniano
Em março e abril de 1996 é renovado o Parlamento iraniano. A Sociedade do Clero Combativo (SCC), de direita, perde a maioria absoluta. Cresce a representação dos Servidores da Construção do Irã (SCI), mais liberal e apoiada pelo presidente Rafsanjani. Em julho, no entanto, o líder da SCC, Ali Akbar Nateq Nouri, é reeleito presidente do Parlamento, derrotando o candidato do SCI.
Na eleição presidencial de 23 de maio de 1997, pela primeira vez desde a revolução de 1979, os eleitores podem escolher entre um candidato da linha dura e um moderado. Vence o moderado Sayed Mohammad Khatami, derrotando Ali Nateq Nouri, o candidato do clero.
Khatami, de 54 anos, elege-se com o apoio das mulheres, dos intelectuais e dos jovens atraídos por promessas de abrandar os rigorosos códigos sociais vigentes no país. Ele assume o cargo em agosto, substituindo Rafsanjani.
Khatami foi reeleito em 2001, mas seus esforços em prol de reformas governamentais sempre tiveram o entrave do Conselho Religioso, o que ocasiona um processo de rejeição ao seu governo.
Nas últimas eleições para a presidência do país, foi eleito Mahmoud Ahmadinejad, ex-prefeito de Teerã e ultra-conservador, até então desconhecido. Ahmadinejad tomou posse em agosto de 2005, tendo sua eleição grande respaldo de líderes religiosos.
No início de 2006, o país se vê em situação diplomática complicada, devido às ações do Conselho de Segurança da ONU na produção local de enriquecimento de urânio.
[editar] Programa Nuclear do Irã
O atual programa nuclear iraniano está sob suspeita de produção de bomba atômica, enriquecimento de urânio. A União Européia está querendo levar o Irã para o Conselho de Segurança da ONU, mas Rússia e China, os dois países no qual a União Européia está querendo convencer a levar o país ao Conselho. Recentemente, a Rússia vendeu mísseis ao Irã.