História da Itália
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
|
||
Série História de Itália |
||
---|---|---|
Itália na pré-História | ||
Itália pré-romana | ||
Roma Antiga e República Romana | ||
Império Romano | ||
Províncias romanas: Itália, Gália Cisalpina | ||
Renascimento | ||
Dominação Napoleónica | ||
Risorgimento | ||
Itália fascista | ||
Itália republicana | ||
Categoria: História da Itália |
A Itália, é um país da Europa meridional que faz fronteira ao norte com França, Suíça, Áustria e Eslovênia, cujo território principal forma uma península no mar Mediterrâneo e inclui duas grandes ilhas de a Sicília e a Sardenha, sofreu, historicamente, a influência de etruscos, gregos e celtas antes de ser unificada em 262 a.C. pelo domínio romano; Roma continua a ser a capital da Itália até hoje. O nome Itália vêm da Roma antiga. Os romanos chamavam de Itália o sul da península Itálica ou Apenina, que significa "terra de bois" ou "terra de pastos".
Índice |
[editar] Da Pré-história aos Romanos
A Itália influenciou bastante o desenvolvimento cultural e social de toda a Europa mediterrânea, bem como teve muita influência sobre a cultura européia. Importantes culturas e civilizações existitam no país desde tempos pré-históricos. No II milênio, a civilização dos terramares (Pó) já conhecia o bronze; a dos vilanovianos, no II milênio, corresponde à difusão do ferro.
A partir do século VIII a.C., os gregos fundaram colônias na Sicília e na Itália do Sul (Grande Grécia); ao mesmo tempo se instalavam na Itália os etruscos, de origem asiática, que dominaram esta parte do mundo durante séculos. A civilização etrusca conheceu seu apogeu nos séculos VI e V a.C. Enquanto os etruscos se estendiam pelo Norte, os púnicos controlavam a Sicília e a Sardenha. Nos séculos V e IV a.C., os celtas instalaram-se na planície do Pó (Gália Cisalpina). Do século IV ao século II a.C., Roma conquistou progressivamente toda a península, de tal forma que sua história se confunde com a da Itália.
[editar] Roma Antiga
[editar] República Romana
[editar] Império Romano
No século IV, o imperador Constantino transferiu a sede do Império Romano de Roma para Constantinopla (atual Istambul), criando o Império Bizantino e transformando Roma na sede do Cristianismo e do Império do Ocidente. Depois da divisão do Império Romano por Teodósio, em 395 d.C., o Império Romano do Ocidente fez de Milão sua capital. Sobrevieram então as invasões bárbaras. No século V, Roma foi invadida pelas tribos bárbaras dos godos e lombardos.
Alarico apoderou-se de Roma; depois, em 476, Odoacro, rei dos hérulos, depôs o imperador Rômulo Augústulo, pondo fim ao Império Romano do Ocidente, e foi eleito rei da Itália. Em 488, Teodorico, rei dos ostrogodos, invadiu a Itália, conquistou a península inteira (493) e se proclamou soberano absoluto; mas, após sua morte (526), seu reino entrou em decadência. Justiniano I, imperador romano do Oriente, restabeleceu sua autoridade na maior parte da península: Ravena tornou-se capital da Itália. Depois de 568, os lombardos, outro povo germânico, fundaram os ducados de Spoleto e Benevento. No ano 572, os lombardos invadiram a península e assumiram o controle dos enclaves bizantinos, exceto a região sul da província e o exarcado de Ravena, no norte. A partir de então, a Itália teve três capitais: Roma, sede do papado; Ravena, onde ficava o exarco, representante do imperador; Pavia, onde se tinha fixado o rei lombardo.
[editar] Os Lombardos
Depois da morte de Alboim, em 572, ocorreu um vazio no poder que propiciou a união de diferentes grupos sob o comando de um líder regional chamado duce. Os lombardos, como fizeram anteriormente os godos, abraçaram o credo herético denominado arianismo, o que originou contínuos confrontos religiosos com os habitantes nativos do país, majoritariamente católicos. Por fim, a conversão à fé católica do rei lombardo Agilulfo (reinou entre 590-615) trouxe no seu bojo um período de relativa calma. Os lombardos, que pretendiam consolidar seu poder político, começaram a fazer incursões no território papal. Em 754, o papa Estêvão II pediu ajuda aos francos, convertidos à fé católica um século antes.
[editar] Dos Francos à Renascença
Sob a forte liderança de Pepino, o Breve, e posteriormente de seu filho, Carlos Magno, os francos derrotaram os lombardos e depuseram seu último rei. No século VIII, graças à proteção de Pepino e Carlos Magno, constituiu-se o Estado pontifício. Carlos Magno proclamou-se rei dos lombardos.
Em 775, Carlos Magno estabeleceu com o Papa Leão III o acordo que por um lado permitiu a Carlos Magno ser ungido como Imperador do Império Sacro-Romano pelo Pontífice, por outro lado o comprometeu a promover a difusão do cristianismo em seus domínios, respeitando Roma como sede do cristianismo, defendendo-a inclusive das investidas do Império Bizantino; seu domínio na Itália se concentrou no Norte que passou a fazer parte do Império Carolíngio, enquanto ao sul de Roma, os conquistadores árabes da Sicília e o Império Bizantino disputavam o domínio. Em 776, a Lombardia foi conquistada por Carlos Magno, que foi coroado imperador da Lombardia e do Sacro Império Romano-Germânico em 800, pelo Papa Leão III.
A influência carolíngia, entretanto, foi dificultada pelas incursões dos normandos e dos sarracenos (século IX). Após 875, os imperadores renunciaram à defesa da Itália, que, dado o enfraquecimento do papado, caiu na anarquia (século X).
A partir de do século X, as cidades do norte da atual Itália passaram a ficar mais independentes entre si, tornando-se centros econômicos e políticos importantes.
Nos meados do século XI, o papado reagiu, sacudindo o jugo imperial. Os longos conflitos entre o papa e o imperador (1073-1266), dos quais a Itália foi, com freqüência, o principal alvo, debilitaram, na realidade, os dois poderes, enquanto nascia (séculos XI-XII) uma Itália comercial e urbana independente e rica.
No século XII, cidades-estados no norte e centro da Itália apresentavam grande desenvolvimento económico e cultural, ao passo que o sul continuava a ser dominado pelos normandos e a partir de 1176 pelos espanhóis.
A partir do século XIII, o poder, nas cidades, passou às mãos de potentados. Enquanto na Itália do Norte dominavam quatro grandes cidades (Florença, Gênova, Veneza, Milão), a Itália Central estava dividida pelo grande cisma, e a Itália do Sul, pelas lutas entre os angevinos e os aragoneses (séculos XIV-XV). San Marino é um remanescente dessas cidades-estados do norte.
No século XIV, a península foi campo de batalha para os franceses, os espanhóis e os suíços. No final do século XV, a Itália foi invadida pela França e, mais tarde, pelo imperador Carlos V, que subjugou a maior parte do território em 1550. A França, pelo Tratado de Cateau-Cambrésis, renunciou às suas pretensões à parte transalpina (1559), e os espanhóis, herdeiros de Carlos V na Itália, dominaram a península durante dois séculos.
Apesar disso, o século XIV foi uma época de grande desenvolvimento em função da atividade comercial das quatro repúblicas marinaras, Veneza, Génova, Pisa e Amalfi, e da atividade financeira dos banqueiros de Florença. O desenvolvimento econômico e a riqueza da Itália permitiram um grande desenvolvimento cultural e artístico, conhecido como Renascimento, que se irradiou pela Europa.
[editar] Renascimento
O Renascimento é a ponte entre e Idade Média e a Era Moderna. O Saber passou a ser o centro de todas as atenções nesta época. A Itália ofereceu à humanidade nestes séculos contribuições de Homens notáveis em muitos campos do conhecimento, como por exemplo: na Pintura e Escultura: Michelangelo, Raffaello, Tiziano, Tintoretto e Leonardo; na Arquitetura: Brunelleschi; na Física: Leonardo da Vinci, talvez o génio mais eclético da humanidade; nas Ciências Políticas: Maquiavel; nas Ciencias Contábeis: Luca Paciolo.
A Influência da Igreja Católica continuou sendo muito grande, e por muitas vezes, Roma estabeleceu confrontos abertos com as cidades-estado apoiada por potências estrangeiras, como por exemplo, Papa Bórgia, espanhol que favoreceu a influência espanhola na Itália. O país, então dividido entre cidades-estado rivais, passou a sofrer grande inflência espanhola (1559-1700).
O domínio espanhol e austríaco (séculos XVII-XVIII), o desmembramento extremo do país e o deslocamento das vias marítimas em detrimento do Mediterrâneo provocaram o declínio econômico da península. Pouco a pouco, as velhas cidades perderam sua influência em proveito do Reino do Piemonte-Sardenha (casa de Savóia).
[editar] Risorgimento
A oposição dos italianos ao domínio austríaco se manifestou em um sentimento cada vez mais forte em favor da unidade nacional e a independência, cujo primeiro sintoma foi o nascimento de uma rede de sociedades secretas, que desempenharam um papel de vital importância no transcurso das revoluções de 1820, fortemente reprimidas pela Áustria. Formaram-se as sociedades revolucionárias, como os Carbonários e a Jovem Itália.
As insurreições liberais e nacionais não obtiveram resultado em 1820, 1831 e 1848. As novas forças do Risorgimento criaram esperanças de independência dos governos austríaco e francês. Sob a liderança de homens como Cavour (ministro-chefe de Vítor Emanuel II), Vítor Emanuel II, Mazzini e Garibaldi (general e herói italiano), a unificação da Itália foi finalmente conquistada e, em 1861, Vítor Emanuel II foi coroado rei da Itália. A unificação do país, entretanto, foi concluída em 20 de setembo de 1870, quando Roma entrou no reino. Em conseqüência da unificação, a Itália desenvolveu amplamente seus recursos econômicos e militares e criou um império colonial na África (Eritréia, Somália Italiana e Líbia).
Num esforço para juntar-se à Escalada para a África, o premier e ministro dos Assuntos Exteriores italiano, Francesco Crispi, reivindicou (1889) a colônia da Eritréia, mas o malogrado avanço para a Etiópia culminou em uma derrota decisiva (1896) na batalha de Adowa.
Durante a guerra turco-italiana (1911-1912), a Itália conquistou o norte de Trípoli e em 1914 havia ocupado grande parte da Líbia, declarando-a parte integral do país em 1939. A Itália criou um império colonial na África (Eritréia, Somália Italiana e Líbia).
[editar] Fascismo
Depois da Primeira Guerra Mundial, da qual participou ao lado dos Aliados, de 1915 a 1918, a Itália conquistou Trentino e parte do Tirol, e depois Fiume. Em 1922 (marcha sobre Roma), Mussolini instaurou um regime totalitário, o fascismo.
Mussolini, consolidou a unificação italiana com o "Concordato" com a Igreja católica que abriu mão de grande parte de seu território, restringindo o Estado do Vaticano a uma pequena área na Cidade de Roma.
O ditador Mussolini estava determinado a criar um império italiano, invadiu com sucesso a Etiópia (1935), ligando-a à Eritréia e à Somália Italiana para formar a África Oriental Italiana, e a Albânia (1939).
Em junho de 1940, sonhando com a união completa da Itália “irredentista”, Mussolini entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado do Japão e da Alemanha de Hitler, com a qual tinha constituído desde 1936 o Eixo Roma–Berlim. Mas os reveses das potências do Eixo, a perda de seu império no norte da África e o desembarque aliado na Sicília trouxeram a queda e a prisão de Mussolini por ordem do rei (1943); um governo presidido pelo marechal Badoglio assinou o armistício e declarou guerra à Alemanha. O Duce, libertado pelos alemães, constituiu um governo neofascista na Itália do Norte; mas, com o avanço aliado na península, foi detido e executado pelos patriotas antifascistas em abril de 1945.
[editar] A república
Em 1946, depois da abdicação de Vítor Emanuel III e do efêmero reinado de Humberto II, a república parlamentarista foi proclamada na Itália após um plebiscito (2 de junho de 1946). A Assembléia Constituinte redigiu o rascunho da Constituição que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1948. A campanha eleitoral que se seguiu à aprovação da mesma coincidiu com uma intensificação da Guerra Fria e levou a Itália à beira da guerra civil.
O período imediatamente após a guerra foi marcado por um crescimento econômico impressionante e uniforme, mas também por instabilidade política, caracterizada por freqüentes mudanças de governo. A restauração política e econômica do país foi conseguida por De Gasperi, chefe dos democratas-cristãos (1946-1953). Apesar da instabilidade política e de numerosas dificuldades de ordem social, a Itália recuperou-se amplamente no plano econômico e acabou por se tornar membro fundador da Comunidade Econômica Européia (CEE) - atual União Européia - e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), fundada em 4 de abril de 1949. Em 14 de dezembro de 1955, a Itália tornou-se um membro da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em 1963, os elementos moderados do Partido Socialista Italiano (PSI) sob a direção de Nenni, concordaram em fazer parte de um governo de centro-esquerda, fato que não ocorria desde 1947. O democrata-cristão Aldo Moro formou então um governo de coalizão com a participação de quatro partidos e ele mesmo assumiu o cargo de primeiro-ministro.
O Partido Comunista Italiano ajustou-se com sucesso à democracia, mas durante a década de 1970 o terrorismo político, apoiado inclusive pela Máfia, organização criminosa de origem secular, passou a criar grande insegurança, realizando seqüestros e atentados políticos. O mais emblemático foi o sequestro e assassinato do Primeiro Minstro Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, organi titucional e a Itália emprendeu uma operação exemplar para reduzir a corrupção e eliminar zação terrorista de esquerda. Este assassinato provocou uma profunda reformulação política na Itália, onde os governos da república, formados desde 1946, por coalizões dominadas pelos democratas cristãos, evidenciavam sua incompetência, sofrendo acusações de corrupção.
Em 1981, Giovanni Spadolini, líder do Partido Republicano, converteu-se no primeiro-ministro democrata-cristão depois da Segunda Guerra Mundial. As crises do governo de 1983 levaram à formação de um novo governo sob a direção de Bettino Craxi, o primeiro ministro socialista desde a guerra. Em 1984, sob sua direção, o governo firmou um acordo com o Vaticano com o qual a religião católica deixou de ser a oficial do país.
Em 1985, com a vitória dos democratas-cristãos, Francesco Cossiga (1985-1992) foi eleito presidente, sucedendo ao socialista Sandro Pertini. Como primeiro-ministro, manteve-se o socialista Bettino Craxi, até 1987, quando renunciou; sucederam-lhes os democratas-cristãos.
Francesco Cossiga convocou uma reforma contra a Máfia. Este processo foi longo e penososo, provocando inclusive o assassinato do juiz Giovanni Falcone, responsável pela prisão de mafiosos. Em 1988 e 1989, vários brigadistas foram condenados à prisão.
Em 1991, o P.C.I. transformou-se em Partido Democrático de Esquerda. Intensificou-se a luta contra a Máfia. A partir de então data 1992, o país aprofundou com sucesso a "Operação Mãos Limpas", expulsando da vida política e econômica do país personalidades envolvidas com a Máfia e a corrupção.
Nas eleições de 1994 uma coalizão de partidos de direita, a Aliança Liberdade, saiu vitoriosa. A Aliança Liberdade é formada pela Liga Norte (anteriormente chamada Liga Lombarda), a Aliança Nacional e o partido Força Itália, criado pelo magnata da mídia Silvio Berlusconi, que ocupou o cargo de primeiro ministro. Sete meses depois foi forçado a renunciar, havendo sido eleito para o cargo o economista Lamberto Dini, o qual saneou as finanças e governou um ano com ministério técnico. Dini renunciou em janeiro de 1996, sendo sucedido por Antonio Maccanico.
Nas eleições gerais celebradas no início de 1996 foi vencedora a coalizão de centro-esquerda O Olivo, que levou Romano Prodi à presidência do Conselho. Em 13 de maio de 1999, Carlos Azegio Ciampi foi eleito décimo presidente da República da Itália. Ciampi é um político independente que contou, nessas presidenciais, com o apoio da coalizão de centro-esquerda e da oposição de centro-direita liderada por Silvio Berlusconi. Elegeu-se por uma ampla margem de votos no primeiro turno (707 votos de 1.010 eleitores), o que não é comum na Itália. Os analistas atribuem o grande apoio com que contou à sua imagem de economista brilhante e trabalhador e à sua independência política.