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Germanos

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História da Alemanha

Os germanos habitavam a região da Europa situada além das fronteiras do Império, entre os rios Reno, Danúbio e Vístula e os mares do Norte e Báltico, denominada Germânia. Eram considerados "bárbaros" pelos romanos (do grego βάρβαροι, bárbaroi = estrangeiros, que não falam a língua grega), pois não possuíam a mesma cultura. Dividiam-se em numerosas tribos.

Índice

[editar] Origens

Mapa da cultura da Idade do Bronze Nórdica, cerca de 1200 a.C.
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Mapa da cultura da Idade do Bronze Nórdica, cerca de 1200 a.C.
Mapa das culturas da Idade do Ferro Pré-Romana relacionadas com a língua proto-germânica, c. 500 a.C.-60 a.C..
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Mapa das culturas da Idade do Ferro Pré-Romana relacionadas com a língua proto-germânica, c. 500 a.C.-60 a.C..

Com respeito às origens étnicas, evidências desenvolvidas por arqueólogos e lingüistas sugerem que um povo ou grupo de povos dividindo um cultura material comum residia no norte da atual Alemanha e sul da Escandinávia durante o final da Idade do Bronze (1000 a.C. - 500 a.C.). Essa cultura é chamada de Idade do Bronze Nórdica e abrange o sul da Escandinávia e o norte da Alemanha. A longa presença de tribos germânicas no sul da Escandinávia (uma língua indo-européia chegou provavelmente por volta de 2000 a.C.)e é também evidenciada pelo fato de que não tem sido encontrados nomes de lugares pré-germanicos na região.

Os lingüistas, trabalhando a partir das historicamente conhecidas línguas germânicas, sugerem que este grupo falava o idioma proto-germânico, um ramo distinto da família de línguas indo-européias. As características culturais da época incluem povoações pequenas e independentes e uma economia fortemente baseada na pecuária.

O deslocamento para o sul foi provavelmente influenciado por uma piora no clima da Escandinávia entre 600 a.C. e 300 a.C.. O clima quente e seco do sul da Escandinávia (2 a 3 graus mais quente que hoje), piorou consideravelmente, o que não apenas modificou dramaticamente a flora, mas também forçou as pessoas a mudar seu modo de vida e abandonar suas povoações.

Por volta dessa época, essa cultura descobriu como extrair ferro das jazidas nos pântanos de turfas. Sua tecnologia para obter minério de ferro deve tê-los ajudado na expansão para novos territórios.

A cultura germânica cresceu para sudeste e para sudoeste, sem paradas repentinas, e pode ser diferenciada da cultura dos celtas que habitavam mais ao sul nas regiões do Danúbio e Alpinas no mesmo período.

[editar] Período histórico

[editar] Primeiros contatos

Os primeiros contatos dos germanos com os romanos ocorreram no ano 113 aC, com derrotas para os romanos. Pouco depois, o general Mario mudou muito o exército e conseguiu algumas importantes vitórias sobre os germanos, de estatura muito superior aos romanos. Júlio César (século I a.C.) escreveu alguma coisa sobre os germanos. Nesse período, as tribos germânicas viviam em aldeias rudimentares, praticando uma economia comunal baseada na agricultura, na pecuária e nas pilhagens. Quando as terras se esgotavam, partiam à procura de outras. As áreas cultiváveis e os bosques eram de uso comum aos habitantes das aldeias. Apenas os rebanhos permaneciam como propriedade particular, constituindo a principal riqueza dos guerreiros.

[editar] A penetração germânica no Império Romano

Ver artigo principal: Invasões bárbaras.

Pode-se distinguir duas grandes fases da penetração dos povos germânicos no Império Romano:

  • Primeira fase - Migrações (até o século V): corresponde ao período em que se os povos bárbaros migraram, de forma lenta e pacifica, para os domínios do Império Romano. O próprio governo romano estabelecia acordos com os povos bárbaros, permitindo-lhes fixar-se dentro das fronteiras do Império. Muitos desses germanos chegaram a ingressar em unidades auxiliares do exército romano, somando forças na defesa das fronteiras de Roma. Alguns chefes bárbaros atingiram, inclusive, postos de comando, estando incumbidos de missões militares especiais no interesse do Império. Assim, com o tempo, ocorreu uma progressiva "germanização" do exercito romano. Este fato começou a gerar inquietação entre os romanos, a ponto de membros da elite de Roma, tomados pelo medo, mostrarem ao imperador que "estavam sendo protegidos por um exército composto por homens da mesma raça que nossos escravos".
No governo de Diocleciano (284/305), soldados germanos passaram a ser regularmente recrutados para servir nas legiões do Império Romano. As autoridades imperiais procuravam rodear as fronteiras de chefes bárbaros aliados, que mantinham a independência, os usos e os costumes, mas defendiam os interesses romanos diante do mundo germânico e eram recompensados com dinheiro e terras.
  • Segunda fase - Invasões (a partir do século V): corresponde ao período em que os povos bárbaros invadiram o Império Romano, por meio de infiltrações ameaçadoras, violentas e brutais. O fator de ordem externa que mais colaborou para desencadear as invasões germânicas foi a chegada, à Europa, dos hunos, que eram guerreiros extremamente ferozes. Povo nômade vindo da Ásia Central, por razões não plenamente esclarecidas, os hunos entraram em conflito com germanos ostrogodos, aniquilando suas estruturas sociais. Fugindo da fúria dos hunos, boa parte dos ostrogodos emigrou em direção ao oeste europeu, para a região ocupada por outro grupo de germanos, os visigodos.

Pouco tempo depois, os próprios visigodos sofreriam ataques hunos sem conseguir deter seu avanço. O chefe dos visigodos solicitou, então, ao imperador romano permissão para penetrar nos domínios do império. Sem prever as conseqüências de seu ato, o imperador Valente autorizou a entrada de milhares de germanos, que, assim, atravessaram o Rio Danúbio. Posteriormente, esses mesmos germanos decidiram avançar em direção ao Mediterrâneo, pilhando e saqueando aldeias e cidades. Inaugurava-se, desse modo, o período das grandes invasões. Pouco a pouco, os diversos povos germânicos foram dominando diferentes regiões do antigo Império Romano e organizando-se nos territórios conquistados. Já por volta do século VII, quase todos os povos germânicos estavam estabelecidos em regiões da Europa.

Por volta do século IV, a Assembléia dos Guerreiros praticamente desaparecera entre os bárbaros, substituída por um Conselho de Nobres. O contacto cada vez maior com o Império levara-os a assimilar bastante a vida económica, a hierarquia social, a disciplina militar e a religião dos romanos (muitos bárbaros haviam-se convertido ao Arianismo, ramo do Cristianismo considerado herético pelo Concílio de Nicéia, realizado em 325). Mesmo assim, as suas comunidades ainda eram bem rudimentares e quase todas desconheciam a escrita.

A partir de fins do século IV, pressionados pelos hunos, povo nômade vindo da Ásia Central, as tribos germânicas migraram em massa e de uma forma não pacífica para o interior do Império Romano do Ocidente. Suevos, alanos, burgúndios, francos, vândalos e visigodos penetraram, saquearam e ocuparam a Gália, a Península Ibérica, a África e a Itália. Anglos, saxões e jutos tomaram a Britânia. Para defenderem Roma dos sucessivos ataques de determinadas tribos, os Imperadores recorriam ao auxílio de outros chefes bárbaros, ficando à sua mercê. As invasões germânicas trouxeram desordem, destruição, fome e pilhagem ao já decadente Império Romano, precipitando a sua desintegração no final do século V.

[editar] Características

Os povos germânicos não estavam organizados socialmente em Estados, mas em comunidades tribais.

A estrutura social básica era a família monogâmica, cujo poder absoluto era confiado ao pai. Depois, vinham os clãs, compostos pela reunião de famílias aparentadas, com ascendentes comuns. Finalmente, vinham as tribos, formadas pelo agrupamento de vários clãs. O órgão publico mais importante de cada tribo era a Assembléia dos Guerreiros, que deliberava sobre assuntos como a declaração de guerra ou de paz, a libertação de prisioneiros, os crimes de traição e a expulsão de membros da tribo.

Nas tribos germânicas, os chefes (reis) exerciam funções religiosas, militares e judiciais. Embora sua autoridade se submetesse à Assembléia, esses chefes assumiam poderes quase absolutos em tempos de guerra. Além disso, tinham o direito de manter uma tropa pessoal (séquito), composta de experientes e fieis guerreiros, que se tornou, com o tempo, cada vez mais numerosa. A partir do século I de nossa era, podem-se distinguir nessa sociedade quatro classes sociais:

  • Nobreza: ocupava postos de direção na tribo;
  • Homens livres: classe composta pelos guerreiros portadores de armas e com direito de expressar suas opiniões nas assembléias;
  • Homens semi-livres: classe constituída por membros de populações vencidas em guerra, excluídas do povo livre pelo fato de não pertencerem aos clãs tribais;
  • Escravos: formados por prisioneiros de guerra, por filhos de escravos e por devedores insolventes.

A base da organização social das tribos era a “sipe”, espécie de clã formada por famílias ligadas por laços de parentesco. Os seus membros protegiam-se mutuamente e a ofensa a um deles atingia toda a sipe, que praticava a vingança colectiva. Na guerra, o exército era recrutado entre os homens da tribo, maiores de 16 anos.

Os germanos não conheciam cidades nem Estado. A mais importante instituição política era a Assembléia dos Guerreiros da tribo, que decidia sobre a guerra, a paz, a libertação dos escravos e escolhia o rei, com função religiosa e militar. Os principais chefes desenvolveram o costume de manter uma "escolta" ou "séquito" de guerreiros, ligados ao líder por um juramento de fidelidade. Em caso de ataques e lutas, eram recompensados com o produto das pilhagens, dando origem a uma nobreza possuidora de terras e escravos.

[editar] Estrutura econômica

Entre as principais atividades econômicas, destacavam-se a agricultura (trigo, cevada, centeio, legumes etc.) e a pecuária (bois, carneiros). A principio, a propriedade da terra pertencia a todo o clã, sendo que seus membros tinham o direito de usufruir determinadas áreas. Entretanto, em função das necessidades coletivas, os bosques, os pastos e a água eram explorados de forma comunitária. Era considerada propriedade individual apenas a casa familiar, pois representava o templo dos deuses domésticos e o lugar e veneração aos antepassados. Embora com produção modesta, os germanos dedicavam-se à indústria metalúrgica, fabricando belas e eficientes armas metálicas (lanças, longas espadas, machados). Produziam, também, objetos cerâmicos e peças de ourivesaria de grande valor.

[editar] Vida cultural

Os germânicos imaginaram o mundo da seguinte forma:

1- COMO uma CIRCUNFERÊNCIA rodeada pelas águas, nas quais vivia a serpente monstruosa Midgard. Por debaixo de Midgard estava o Niflheim, e mais profundo ainda se localizava o país dos mortos que era úmido, glacial, sombrio e cuja entrada era guardada por um cão.

2- com PARTES OU MUNDOS distintos, todos eles sustentados pelo fresno Ygdrasil. O mundo situado mais acima era o de ÁSGARD . o acesso a este mundo se realizava através do Arco-íris, que imaginavam como um ponto estendido de um lado a outro do universo. Ásgard era um recinto amuralhado no qual viviam todos os deuses, e no qual cada deus tinha uma grande mansão (exceto Odin que tinha três): A primeira mansão de Odin era Valaskialf, na que estava a sala do trono. A segunda era Gladsheim, na que estava a sala do Conselho dos deuses. A terceira e mais bela era o Valhala, na que Odin recebia todos os guerreiros mortos heroicamente e compartihava com eles banquetes e jogos de guerra.

No mundo de MÍDGARD habitavam os homens e os elfos (dos quais havia duas classes, que habitavam os elfos da luz no ALFHEIM e os das trevas no SVARTHALFHEIM). No mundo de VANAHEIM viviam os Vanes. Os anões estavam nas regiões subterrâneas chamadas NIFLHEIM em cujas profundidades trabalhavam. Os gigantes viviam ao norte, nas regiões chamadas JOTUNHEIM os gigantes da escarpa e na de ÚTGARD os gigantes das montanhas. Os gigantes do fogo viviam ao sul, no MÚSPEL o país do fogo. O mundo mais profundo era o terrível país de HEL, mundo em perpétua escuridão, onde o gigantesco cão Garm guardava sua entrada, e que estava ocupado pelos mortos. Quanto ao fresno Yggdrasil imaginaram que sua copa chegava ao céu, e suas raízes ao mundo subterrâneo. Junto a sua primeira raiz surgia a fonte Hvergelmir, origem de todos os rios. Junto a sua segunda raiz, que ia ao país dos gigantes, corria a fonte de Mimir que dava a sabedoria a quem dela bebesse. Sob a terceira estava a fonte da mais sábia das Nornas, Urd, e todos os dias as Nornas retiravam água desta fonte para regar o fresno. Sob o fresno estava oculto o corno do deus Heimdall que um dia anunciaria o supremo combate entre os Ases e aqueles que lhes disputariam seu poder. Os maus espíritos roíam lentamente estas raízes e como o mundo não é eterno, algum dia o fresno morreria e com ele os deuses e os homens. -->

[editar] Religião

Os germanos adoravam as forças da natureza (trovão, sol, raio, lua). Entre os principais deuses, encontravam-se: Wodar (Odin), senhor dos mortos, do comercio, da guerra e das tempestades, Thor (Donar), protetor dos camponeses, cujos braços lançavam raios, e Tiwaz, deus que comandava o céu e dirigia as assembléias. A cerimônia religiosa dos germanos era bastante simples. O culto era celebrado no alto de uma montanha sagrada, junto a uma árvore ou uma fonte. Acreditavam na vida depois da morte e diziam que os guerreiros mortos nos campos da batalha eram levados pelas valquírias (deusas da guerra) até uma espécie de paraíso, denominado Walhalla. Diziam, também, que aqueles que morriam de velhice ou por doença estavam destinados ao Hell, uma espécie de reino das trevas.

[editar] Direito

Não existiam, entre os germanos, normas jurídicas escritas. As relações sociais eram regulamentadas por normas costumeiras, que se transmitiam oralmente de geração a geração. O ordálio era um tipo de prova judiciária frequentemente utilizada nos julgamentos e constituía em submeter o acusado ao suplicio do fogo ou à imersão em água. Se o acusado resistisse ao suplício, era considerado inocente.

[editar] Pensamento e artes

Absorvidos em tarefas imediatas, como a guerra, a agricultura e a caça, os germanos não se empenhavam em registrar de modo especifico sua visão de mundo e seu pensamento social. Tinham uma escrita (runas), que se encontra gravada em jóias e em armas, mas sua função era, basicamente, decorativa e mágica (proteger o dono do objeto). Já no plano artístico, os germanos deixaram importantes realizações no que se refere à ornamentação de objetos (armas, cinturões, braceletes, colares, anéis etc.). Os desenhos decorativos baseavam-se em animais estilizados e em motivos geométricos, sendo utilizadas, principalmente, a roda e a cruz. Os germanos não se dedicaram ao desenho da figura humana.

[editar] Povos germânicos

[editar] Ver também

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