Frente Ampla
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A Frente Ampla foi um grupo político reunindo Carlos Lacerda e seus antigos adversários Juscelino Kubitschek e João Goulart contra o Regime Militar de 1964 criado a partir de 1966.
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[editar] Criação
As conversas com Juscelino, exilado em Lisboa, foram mediadas por Renato Archer, deputado do MDB, antes do PSD, e as conversas com Goulart, por Doutel de Andrade, do MDB, antes do PTB.
Os militares da linha dura ameaçaram retirar o apoio a Lacerda, caso ele continuasse os entendimentos com os dois inimigos do golpe. Ainda assim, em 28 de outubro, a Frente Ampla foi lançada com um manifesto, assinado somente por Lacerda, publicado na Tribuna da Imprensa, seu jornal. O manifesto pleiteava eleições diretas, reforma partidária, desenvolvimento econômico e adoção de política externa soberana. O manifesto teve boa aceitação no MDB.
[editar] Declaração de Lisboa
No dia 19 de novembro de 1966, Lacerda e Juscelino emitiram a Declaração de Lisboa, onde afirmavam a intenção de trabalhar juntos numa frente ampla de oposição. Comprometeram-se com a orientação política do mainfesto de 28 de outubro e conclamaram o povo a participar da formação de um grande partido popular. Larceda passou então a buscar entendimentos com Goulart, com os setores mais à esquerda do MDB, chamados "corrente ideológica" e com o PCB ilegal. O PCB se dividiu em grupo favorável ao acordo, e outro grupo que acreditava que Lacerda seria o único beneficiado, já que Juscelino e Goulart estavam exilados.
Já em 1967, através dos ministros Magalhães Pinto e Hélio Beltrão, passaram a tentar convencer Lacerda a abandonar suas posições e colaborar com o governo. Com a recusa de Lacerda e suas críticas públicas ao governo, em agosto o ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva proibiu a presença dele na televisão.
Em 1 de setembro, se decidiu que a Frente Ampla seria dirigida somente por parlamentares e elementos ligados à Igreja e que seriam enviados emissários para mobilizar a opinião pública em torno dos ideais da frente ampla. No dia 2, porém, dos 133 parlamentares oposicionistas, 120 se recusaram a participar, por desconfiarem que a intenção de Lacerda era usar o movimento como base para sua candidatura à presidência.
[editar] Nota conjunta
No dia 24 de setembro Lacerda viajou para o Uruguai e no dia 25 se encontrou e divulgou nota conjunta com Goulart defendendo a Frente Ampla. O encontro teve Renato Archer como representante de Juscelino. O acordo com Goulart irritou a "linha dura", que decidiu retirar o apoio a Lacerda. Também irritou Brizola, exilado no Uruguai, que emitiu nota condenando veementemente a atitude de João Goulart. Lacerda teria declarado: "Hoje está comprovado que Jango não é um homem do Partido Comunista nem eu dos Estados Unidos". O acordo também teve oposição da família de Getúlio Vargas.
A Frente começou a se aproximar do movimento estudantil e trabalhista, enfatizando a luta contra a política salarial. Promoveu comícios em Santo André, em dezembro, que se tornou a maior manifestação operária do Brasil até então, e em Maringá, em abril de 1968, reunindo mais de 15000 pessoas, com apoio do movimento estudantil.
[editar] Proibição
No dia 5 de abril de 1968, através da Portaria nº 177 do Ministério da Justiça, Gama e Silva proibiu todas as atividades da Frente Ampla, ordenando à Polícia Federal que detivesse todos aqueles que violassem a proibição.