Filipe Oliveira Dias
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Filipe Oliveira Dias é um arquitecto português nascido no Porto em 1963. É Doutorando na IUCC - Universidade de Sevilha, tendo-se em 1989 Licenciado em arquitectura na ESAP - Escola Superior Artística do Porto. Desde 2006 é Professor convidado na ESART - Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco. É autor do livro "15 Anos de Obra Pública" publicado em Novembro de 2004 pela editora Campo das Letras.
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[editar] Prémios
- 2004 - recebeu o Prémio INH - Instituto Nacional de Habitação (conjuntamente com seu colega o arquitecto Rui Almeida)
[editar] Obras de referência
- Serviços Centrais do Instituto Politécnico do Porto (1994)
- Edifício F do ISEP, no Porto (1998)
- Teatro Helena Sá e Costa, no Porto (1999)
- Biblioteca Central do IPP, no Porto (2000)
- Escola Superior de Estudos Industriais e Gestão, Vila do Conde/Póvoa de Varzim (2001)
- Edifício para o Drama e Música da ESEP, no Porto (2002)
- Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (2003)
- Teatro Municipal de Bragança (2004)
- Teatro Municipal de Vila Real (2004)
- Piscinas Municipais de Mirandela (2004)
- Habitações Sociais - Monte de S. João, no Porto (2004) (Prémio INH)
[editar] Dimensões e aptidões da arquitectura
As dimensões e aptidões da arquitectura de Filipe Oliveira Dias vivem de desenhar e construir um universo imenso que é o do homem, com um tempo infinito, preferencialmente, sem limites. Assumem uma participação que é colectiva e é, por isso, um direito de todos. Paisagisticamente e urbanisticamente, a sua arquitectura observa e interpreta valores. Os seus projectos e obras são didacticamente e pedagogicamente abertos. Assumem muitas culturas e subculturas disciplinares da arquitectura, legíveis e úteis que, constituem o início de uma investigação estimulante, o princípio de uma vontade ou de uma verdade que considera, culturalmente e socialmente, a arquitectura como um bem de consumo. Assim, Filipe Oliveira Dias cria um universo que não teme a cor que representa a revelação e tradução material que modela os espaços, onde as vontades e as verdades se juntam e misturam para validar usos e formas de arquitectura. Um mundo, ainda, onde a estrutura é a própria arquitectura, mostrando-se e assumindo-se, assim, com rigor e vigor.
[editar] Composição e contemporaneidade
Filipe Oliveira Dias adopta estruturas lineares que formam e informam lugares, principalmente, nos equipamentos de ensino. Mais dirigidas e manipuladas, estas estruturas são cuidadas e elaboradas quando geram e gerem outros lugares menores onde a escala do espaço público encontra a escala do espaço privado, aproximando-se e identificando-se com o homem. São composições lineares onde as linhas formam, por exemplo, um pátio que produz diversos alçados, reforçados e denunciados pelas diversas exposições e expressões da luz. As estruturas existentes são reutilizadas e acrescentadas para conceber e construir espaços novos que continuam e reanimam valores que se encontram apagados ou esquecidos. Marcados pela contemporaneidade e pela identidade que temos e fazemos dos novos usos e das novas formas, adquirem, então, protagonismos que revitalizam os valores antigos, dignificando-os e qualificando-os. A apropriação e a fruição revela assimetrias apoiadas em composições que resultam de organizações e padrões simétricos para assegurarem e proporcionarem equilíbrios, produzindo e abrindo as linguagens da arquitectura.
[editar] Arquitectura cultural e plural
Filipe Oliveira Dias recorre ainda, a uma abertura cultural e plural que sabe seleccionar da memória e da história da arquitectura o que lhe interessa para validar o processo mental e instrumental. As lições do passado são, assim, fundamentos e instrumentos úteis que estimulam e dilatam os desejos. Cada projecto merece a maior e melhor atenção, como se se tratasse, sempre, do primeiro, por isso, a sublimação da arquitectura é, afinal, o valor comum a todos os projectos e obras, que contamina cada solicitação, independemente do lugar, da escala, do programa. A disciplina garante, assim, o rigor e o vigor do desenho e da construção. Marcados pela vontade e verdade permanentes que acompanham o seu discurso. Uma observação e uma interpretação atentas mostram que é, também, académica porque é didáctica e pedagógica. Cronologicamente, a sua arquitectura revela que cada estudo ou projecto carrega as mais valias dos anteriores. Heranças acumululadas que produzem uma transpiração revelada na pele das suas arquitecturas e que é o fruto da preocupação pela arte de bem desenhar e construir. As mais valias acumuladas revelam densidade e estabilidade, uma maturidade que atinge a maioridade.
[editar] 15 anos de obra pública
O conjunto de obras de Filipe Oliveira Dias, construído no curto espaço de quinze anos, constitui um marco assinalável no campo da Arquitectura portuguesa. Desde logo, pela sua qualidade e coerência, mas também pelo seu número e pelo facto de se tratar sobretudo de equipamentos públicos, com um forte e positivo impacto nos diferentes contextos urbanos em que se insere. Capaz de integrar as várias tendências e influências que se manifestaram ao longo do último meio século, numa linguagem vigorosa mas contida, alheia tanto a minimalismos como a exibicionismos. Nos seus trabalhos salta à vista a importância da encomenda pública na garantia da qualidade em Arquitectura. Desde logo, pela presença, em geral marcante, que assume no espaço urbano. Mas também pela abrangência dos utentes, permitindo fazer sentir e viver a um universo muito alargado os benefícios de projectos concebidos e construídos com rigor e coerência. Podem considerar-se obras emblemáticas, os teatros de Vila Real e Bragança, as Piscinas Municipais de Mirandela e o conjunto habitacional do Monte de S. João no Porto, muito justamente contemplado com o Prémio do Instituto Nacional de Habitação. E também, já noutro registo, o Teatro Helena Sá e Costa, onde a delicadeza de uma intervenção contemporânea soube respeitar e até valorizar a pré-existência. E ainda os numerosos edifícios dedicados ao Ensino, onde sucessivas gerações de jovens convivem com uma excelente Arquitectura. O dinamismo bem controlado dos volumes, o uso oportuno da cor, o apuro na organização e tratamento dos interiores, o emprego criterioso dos materiais, as relações entre interior e exterior e o cuidado no agenciamento dos espaços envolventes são outros atributos que podem ser assinalados. É neste sentido que se pode dizer ter a obra de Filipe Oliveira Dias um alcance exemplar e pedagógico muito importante, na altura em que se defende em Portugal o “Direito à Arquitectura”, não como um privilégio ocasional ou para alguns, mas como um direito permanente e para o maior número.
[editar] Projectos Premiados
- Habitações Sociais - Monte de S. João, no Porto - 1º Prémio - Concurso Nacional de Concepção;
- Teatro Municipal de Bragança - 1º Prémio - Concurso Internacional de Concepção;
- Teatro Municipal de Vila Real - 1º Prémio - Concurso Internacional de Concepção;
- Piscinas Municipais de Mirandela - 1º Prémio - Concurso Internacional de Concepção/Construção;
- Centro de Artes da Covilhã - 1º Prémio - Concurso Internacional de Concepção/Construção;
- Escola Superior de Estudos Industriais e Gestão - 1º Prémio em Concurso Internacional de Concepção;
- Teatro Auditório da ESART em Castelo Branco - 1º Prémio em Concurso Internacional de Concepção;
- Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, IPCB - 1º Prémio em Concurso Internacional de Concepção;
- Edifício Central do Campus, IPCB - 1º Prémio em Concurso Internacional de Concepção;
- Escola Superior de Artes Aplicadas, IPCB - 1º Prémio em Concurso Internacional de Concepção;
- Edifício para o Drama e Musica da ESEP, no Porto - 1º Prémio em Concurso Limitado de Concepção;
- Edifício F do Instituto Superior de Engenharia do Porto - 1º Prémio em Concurso Limitado de Concepção;
- Biblioteca e Salas de Estudo do IPP, no Porto - 1º Prémio em Concurso Limitado de Concepção;
[editar] Obra publicada recentemente:
Ano 2005
- Livro: “Teatros de Portugal”, Autor: Duarte Ivo Cruz, Editora: Edições Inapa Colecção História da Arte Nov. 2005
- Livro: “Anuário #08 Arquitectura”, Editor: José Manuel das Neves, Editora: Caleidoscópio Jun. 2005
- Revista: “Arquitectura Ibérica”, Editor: José Manuel das Neves, Editora: Caleidoscópio Mar. 2005
- Revista: “Casas e Negócios”, Editor: Suzana Pinheiro, Editora: Dez. 2005
- Revista: “Piscinas XXI e Instalações Desportivas” Autora: Suzana Fraga”, Editora: Reed Business Inf. Set. 2005
- Revista: “Materiais de Construção #121”, Editor: Carlos Tomás, Editora: Portae Set. 2005
Ano 2004
- Livro: “15 Anos de Obra Pública”, Autor: Filipe Oliveira Dias, Editora: Campo das Letras Nov.2004
- Revista: “Arquitectura e Vida”, Autor: João Paulo Rapagão (texto), Editora: Loja da Imagem Nov. 2004
- Revista: “Porto Sempre”, Editor: Câmara Municipal do Porto, Editora: CMP Out. 2004
- Revista: “Especial Banho”, Editor: Paula de Castro, Editora: Camael Ago. 2004
Para saber mais:
- Filipe Oliveira Dias Arquitecto – em português, em inglês, em castelhano, em francês.