Cordelistas
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Cordel é a tradução da palavra barbante ou corda fina, e quer dizer principalmente: Poesia narrativa popular métrica, rimada, impressa, de origem genuinamente nordestina.
A Literatura de Cordel, produzida essencialmente no Nordeste, é uma das maiores contribuições populares à Literatura e às Artes Plásticas brasileiras (Xilogravura).
A origem da xilogravura, que quer dizer: gravura em madeira, remonta provávelmente na China, a partir do século V. Na Europa começam a ser conhecidas durante a Idade Média, em iluminuras. Mas no Brasil, é Lasar Segall que inicia, em 1912, a produção culta de gravuras. Esta teve ilustres seguidores, como Carlos Scliar, Fayga Ostrower, Ana Letícia, Marcelo Grassmann, Gilvan Samico e outros. Samico estudou e admirou bastante as xilogravuras populares nordestinas, seus símbolos e mitos, ingênuamente expressos em traços fortes. A gravura é a técnica preferida, pelos criadores de cordel, para a confecção das capas das pequenas revistas.
Mas nem sempre foi assim; o cordel antigo tinha nas capas apenas arabescos, vinhetas das pequenas tipografias do interior. Após os anos 30 aparecem folhetos com imagens do Padre Cícero, Lampião e Maria Bonita, Pedro Malazartes, fotos de artistas de cinema, etc. São clichês primitivos, a maioria usando a xilogravura, com bases de madeiras macias como cedro, pinho ou umburana, chamados de “tacos”. Ainda hoje encontramos capas de cordéis com xilogravuras, mas estão ficando cada vez mais raras. O artista Dila parece ter sido o primeiro a utilizar a borracha vulcanizada, o linóleo, como matriz para as capas; a linogravura tornou-se uma marca registrada desde então.
Atualmente, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro, vem apresentando uma significativa contribuição cultural aos cordelistas brasileiros, servindo de apoio central de divulgaçao desta regional forma de expressão popular, para todo Brasil e para o Mundo.
[editar] RENOMADOS AUTORES DA LITERATURA DE CORDEL
- Alfredo Pessoa de Lima.
- Antonio Marinho.
- Apolônio Alves dos Santos.
- Arievaldo Viana Lima.
- Carneiro Portela.
- Cego Aderaldo.
- Chico Calda.
- Chico Salles.
- Cicero Vieira da Silva.
- Coronel Neco Martins.
- Constatino Cartaxo.
- Firmino Teixeira do Amaral.
- Francisco Sales Areda.
- Gonçalo Ferreira da Silva.
- Ignácio Catingueira.
- Joaquim Batista de Sena.
- João Cesário Barbosa.
- João José da Silva.
- João Martins de Athayde.
- José Bernardo da Silva.
- José Camelo de Melo.
- José Costa Leite.
- José Francisco Borges.
- José João dos Santos (Mestre Azulão).
- José Pacheco.
- Klevisson Viana.
- Leandro Gomes de Barros.
- Manoel de Almeida Filho.
- Manoel Camilo dos Santos.
- Manoel Monteiro.
- Marcus Lucena.
- Negra Chica Barbosa.
- Orlando Tejo.
- Patativa do Assaré.
- Pedro Bandeira.
- Pinto de Monteiro.
- Raimundo Santa Helena.
- Romano da Mãe Dágua.
- Rubenio Marcelo.
- Severino Milanês da Silva.
- Silvino Parauá de Lima.
- Teo Azevedo.
- Wilson Freire.
- Zé Limeira.
- Zé Praxede.
- Zé da Luz.
[editar] CONSAGRADAS OBRAS DA LITERATURA DE CORDEL
- A Cabocla Encalhada - Mestre Azulão.
- A chegada de Lampião no Inferno - José Francisco Borges.
- A Peleja de Cego Aderaldo e Zé Pretinho - Firmino Gomes de Barros.
- A vida do Padre Cícero - Manoel Monteiro.
- Acorda Cordel na Sala de Aula - Arievaldo Viana Lima.
- As Aventuras de Dom Quixote - Klévisson Viana.
- Côco Verde e Melancia - José Camelo.
- Iracema - Alfredo Pessoa de Lima.
- Pavão Misterioso - José Camelo de Melo.
- Romeu e Julieta - João Martins Athayde.
- O Matuto apaixonado - Chico Salles.
- O Soldado Jogador - Leandro Gomes de Barros.
- Senhor dos Anéis - Gonçalo Ferreira da Silva.
- Viagm a São Saruê - Manoel Camilo dos Santos.
[editar] XILÓGRAFOS DESTACADOS ATUALMENTE
Os xilógrafos mais destacados da atualidade são: Abraão Batista (Juazeiro); Ciro Fernandes (Rio de Janeiro); José Costa Leite (Condado); Marcelo Alves Soares (São Paulo); Minelvino Francisco Silva (Itabuna); Severino Gonçalves de Oliveira (Recife), Erivaldo (RJ) e J. Borges (Bezerros, Pe).
Nos anos setenta, surgiram no Nordeste vários álbuns de xilogravuras de cordel. Destacamos os publicados pela Divisão de Cultura da Prefeitura da Cidade de Salvador, Bahia, intitulado “Xilogravura Popular - Cordel”, reunidos xilogravuras de Minelvino Francisco para folhetos de Rodolfo Coelho Cavalcante, com apresentação de Rosita Salgado; o da coleção Théo Brandão, “Xilogravuras Populares Alagoanas” (Alagoas, 1973), inserindo tacos de José Martins dos Santos, Manoel Apolinário, Antônio Almeida e Antônio Baixa-funda, com apresentações de Pierre Chalita e Théo Brandão; e “Transportes na Zona Canavieira”, divulgando 21 xilogravuras de José Costa Leite (Instituto do Açucar e do Álcool, Serviço de Documentação, Recife, 1972), com apresentação de Mário Souto Maior.
