Voluntariado
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Extraído do livro "Voluntariado na Empresa-Gestão Eficiente da Participação Cidadã”, conforme autorização dos autores detalhada no final do artigo.
Voluntariado e Voluntariado Empresarial no Brasil
O voluntariado costuma ser descrito como um fenômeno típico da América do Norte, muito ligado à formação local. Neste sentido, seria o resultado de um processo histórico que privilegiou a livre associação entre as pessoas, em detrimento do poder coercitivo do Estado. É certo que parte importante da colonização em certas regiões dos Estados Unidos teve por base hordas de perseguidos, que vinham se estabelecer no Novo Mundo como opção de sobrevivência. E foi necessário que estas pessoas se apoiassem mutuamente, desenvolvendo assim um sentido de comunidade que até hoje se reflete em iniciativas de interesse público, como é o caso do trabalho voluntário. Enquanto isso, na América Latina, a colonização foi montada como empreendimento do Estado. Concomitantemente com a chegada dos colonos, instalavam-se os aparatos burocráticos da Coroa Portuguesa, ou da Coroa Espanhola, juntamente com as estruturas hierárquicas do catolicismo. Desta maneira, nossas sociedades moldaram-se identificando o espaço de atuação pública como sendo exclusivamente estatal ou religioso. Ao se falar sobre o Brasil (o que vale igualmente para o Sul dos Estados Unidos) há que acrescentar um outro fator. O sistema produtivo foi maciçamente organizado sob a forma de grandes plantações, movidas pelo braço escravo. E o escravismo parece ser exatamente a antítese das idéias de comunidade e de voluntariado. Apesar de todos esses fatores adversos, o voluntariado tem raízes muito antigas e profundas no Brasil. Movem-no três sentimentos que parecem se colocar acima, até mesmo, dos nossos condicionamentos históricos: a compaixão, a solidariedade e a indignação.
Compaixão e religiosidade
O voluntariado inspirado pela compaixão está intimamente ligado à religiosidade brasileira. Suas raízes podem ser encontradas nas Santas Casas, instituições parcialmente movidas pelo trabalho voluntário, que a Igreja Católica implantou no Brasil a partir do século XVI, conforme modelo trazido de Portugal. Nos dias de hoje, os católicos continuam desenvolvendo um grande trabalho social. Um dos maiores exemplos é a Pastoral da Criança, que atua na área da saúde materno-infantil, mobilizando um corpo de voluntárias superior a 100 mil pessoas. Também as outras religiões desenvolvem ações sociais, envolvendo doações e trabalho voluntário, todas elas pregando a caridade como a maior das virtudes, conforme ensinamentos de Cristo, Maomé, Buda ou Moisés. Na doutrina kardecista, por exemplo, a pratica da caridade é condição para a evolução do espírito em suas diversas encarnações. As, assim chamadas, religiões afro-brasileiras, das quais as mais praticadas são o candomblé e a umbanda, igualmente devem ser citadas. Os terreiros, templos destas religiões, são também locais onde as pessoas vão em busca de assistência material e onde se articulam formas de trabalho voluntário.
Solidariedade e apoio mútuo
Muitas vezes, como fatores determinantes do voluntariado, somam-se compaixão e solidariedade. Entenda-se esta última como sentimento que leva um grupo de pessoas a se unir para se auto-ajudar. Este é o caso do tipo de voluntariado praticado pelas religiões afro-brasileiras, cuja inspiração está muito mais na solidariedade, na necessidade de apoio mútuo, embora sem excluir o sentimento de compaixão. Trata-se de um exemplo particularmente revelador, porque demonstra que também pode haver voluntariado dentro de um sistema escravista. No Brasil, os negros escravizados usaram suas crenças religiosas como fator de coesão e socorro mútuo, mantendo e intensificando esta prática após a libertação. Em verdade, o voluntariado solidário, de auto-ajuda, compõe entre os brasileiros uma imensa rede que ainda não foi suficientemente estudada. Envolve o apoio mútuo nas diversas comunidades de origem (nordestinos em São Paulo, gaúchos no Centro-Oeste, descendentes dos imigrantes orientais, judeus etc.), as relações de vizinhança e parte do voluntariado praticado por diferentes religiões. Exemplo tipicamente brasileiro de voluntariado de auto-ajuda é o mutirão, que consiste na reunião de vizinhos, colegas de emprego, parentes para uma determinada tarefa. Pode ser construir a casa de um dos membros do grupo, fazer reparos numa estrada de uso comum, erguer uma igreja, ajudar alguém que teve sua propriedade danificada pela natureza.
Indignação e voluntariado militante
A terceira mola propulsora do voluntariado, a indignação, é um fenômeno atual. Tradicionalmente, a indignação contra a miséria, contra as más condições de educação, de moradia, de cultura era canalizada para a militância política. Era no campo da luta política que se imaginava resolver todas essas situações, pois vivíamos em um mundo no qual o Estado tinha um papel muito mais central do que tem hoje. A idéia era tomar o aparato do Estado e promover a reforma da sociedade a partir daí. Esta foi a proposta do movimento comunista e dos diversos partidos socialistas. Os movimentos populistas da América Latina, como os liderados por Perón, na Argentina, e Getúlio Vargas, no Brasil, seguiram linha paralela, utilizando o Estado como amortecedor dos conflitos sociais. Naturalmente, este caminho começou a se bloquear a partir do momento em que o sonho socialista virou o pesadelo de Estados policiais. E fechou-se totalmente na era da globalização e do desmonte dos diversos modelos de bem-estar social patrocinados pelo Estado. Tal mudança histórica significou também que a indignação precisava encontrar outros canais de expressão. Em vez de tomar o poder do Estado para então mudar toda a sociedade, a proposta é fazer o que for possível, mas já. E é justamente este o princípio do voluntariado. No Brasil, pode-se verificar essa mudança de padrão, quando se vê parte dos militantes de esquerda aderindo a organizações cuja forma de atuar fundamenta-se na ação voluntária mais do que propriamente na militância. O exemplo mais conhecido é o do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e sua “Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida”, movimento que, a partir de 1993, lançou uma ampla campanha contra a fome. Comitês foram criados por todo o país chegando a mobilizar, no auge da campanha, cerca de 30 milhões de pessoas, conforme estimativa do IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Porém, antes mesmo de Betinho e da campanha contra a forme, assistimos ao crescimento da luta ecológica, dos movimentos de defesa do consumidor, ao boom de criação de Organizações Não Governamentais (ONG). E, em todas estas manifestações, podemos encontrar militantes que estiveram envolvidos na luta contra o regime militar, agora assumindo novas bandeiras. No entanto, quem passa a ser voluntário de ONG vindo da militância política traz consigo suas antigas utopias. Naturalmente, além de indignação, tem os mesmos sentimentos de solidariedade e compaixão do voluntário tradicional, mas quer mais do que socorrer. Agrega a idéia de transformação social à prática do voluntariado.
O voluntariado organizado
Um novo padrão de voluntariado começou a despontar nos anos 90 no Brasil, em boa medida fruto do processo histórico aqui descrito, e também como conseqüência da criação, em 1996, do Programa Voluntários do Conselho da Comunidade Solidária, liderado pela antropóloga Ruth Cardoso, casada com o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Seu ponto de partida foi uma pesquisa realizada em 1995 e que se transformou no livro “Voluntários – Programa de Estímulo ao Trabalho Voluntário no Brasil” (CORULLÓN, Mónica Beatriz Galiano. Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. Alphagraphics, São Paulo, 1996) , onde eram lançadas as bases da iniciativa que o Conselho da Comunidade Solidária (CCS) viria a assumir no ano seguinte. O estímulo ao novo padrão de voluntariado, participativo e cidadão, era um dos objetivos propostos Outro ponto importante do Programa era dar organicidade nacional ao movimento, montando as condições para a criação de Centros de Voluntários. Em quatro anos, foram constituídos mais de 30 Centros de Voluntários, instituições inéditas no país, espalhados por 16 Estados e o Distrito Federal. São núcleos regionais de referência, divulgação, capacitação e organização da oferta e demanda de voluntários. Completando a estratégia, o Programa Voluntários investiu na capacitação e produção de conhecimento sobre o tema. Cursos para formação de dirigentes foram realizados em diversas cidades. Especialistas brasileiros e do exterior foram chamados a redigir os primeiros estudos sobre o voluntariado brasileiro. Produziram-se as primeiras pesquisas sobre a ação voluntária no Brasil, os primeiros manuais de trabalho com voluntários.
Promover a cidadania
A superação do assistencialismo é a tônica do novo padrão de voluntariado que se instalou no Brasil. Embora continue importante atender populações em situação de risco, o conceito chave não é mais apenas socorrer os necessitados. É promover a cidadania. A ênfase passa a ser a educação, a capacitação profissional. Novos temas entram para o repertório do voluntariado: preservação ambiental, promoção da ética na política e nos negócios, cultura, defesa de direitos. O voluntário começa a se definir como um ativista de novo estilo. Ele é um voluntário, porque não se contenta apenas com mobilizações e debates, quer também arregaçar as mangas e promover mudanças na medida das suas forças. Mas também é um militante, porque deseja lutar por suas posições, reivindicar políticas públicas para sua área de atuação.
Voluntariado em números
Dos poucos estudos estatísticos sobre voluntariado no Brasil, o mais abrangente foi feito pelo ISER – Instituto de Estudos da Religião – e está detalhado em “Doações e Trabalho Voluntário no Brasil, Uma Pesquisa” (LANDIM, Leilah e SCALON, Maria Celi. Rio de Janeiro, Viveiros de Castro Editorial, 2000). O levantamento de campo, executado pelo IBOPE em 1998, contou com 1.200 entrevistas. Trata-se de amostra representando a população brasileira maior de 18 anos, que vive em cidades com mais de 10 mil habitantes. A pesquisa conclui que os voluntários são 22,6% da população pesquisada, representando 19.748.388 pessoas. Destas, 13.905.532 pessoas fazem trabalhos voluntários para instituições, doando, em média, 6 horas mensais. Entre as instituições, as que mais absorvem voluntários são as religiosas (57%), seguindo-se as de assistência social (17%). Destaque-se ainda o significativo porcentual de 8% de voluntários que doam seu tempo para instituições de defesa de direitos e ação comunitária.
O voluntariado na empresa
O financiamento de empresas e empresários a atividades de interesse público está muito longe de ser uma novidade. Na área da cultura, esta prática é conhecida como mecenato, palavra que remete ao senador romano Caio Cilino Mecenas (século I A.C.), protetor dos artistas. No Brasil, uma das iniciativas mais importantes, dentro deste padrão, foi a criação do MASP – Museu de Arte de São Paulo – pelo polêmico fundador dos Diários e Emissoras Associados, Assis Chateaubriand São mantidas pelas empresas, embora em caráter compulsório, as instituições do chamado “Sistema S” (SESI, SENAI, SESC etc.), que realizam um importante trabalho social, esportivo, cultural e educativo. Cabe ainda citar a filantropia empresarial, uma prática secular no Brasil. Já aquilo a que se chama “investimento social privado” é um fenômeno mais recente, pelo menos nas proporções como hoje se pratica. Trata-se aqui dos investimentos enquadrados no que se conhece como 3º Setor: “uso voluntário, planejado e monitorado de recursos privados para fins públicos”, conforme definição do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas. O próprio GIFE só foi constituído formalmente em 1995. Em 2001 contava com 61 associados, entre os quais estavam as maiores instituições sem fins lucrativas mantidas por empresas. Os associados do GIFE, conforme pesquisa divulgada pela entidade , investiram R$ 437 milhões em 2000, 15,7% a mais que o valor apurado em 1997, descontada a inflação do período. Publicação com os dados completos da pesquisa pode ser encomendada através do site do Gife: www.gife.org.br
Programas de voluntariado
Ao mesmo tempo em que o investimento social privado crescia no país, despontava um outro fenômeno: o voluntariado empresarial. Trata-se de uma prática já tradicional nos Estados Unidos e que, a partir daquele país, espalhou-se pelo mundo, especialmente a partir da década de 90, como parte do processo de globalização. A IAVE – International Association for Volunteer Effort – registra exemplos de programas de voluntariado empresarial consistentes e bem estabelecidos em países como Reino Unido, França, Japão, Brasil, Coréia, Chile, África do Sul e até mesmo Rússia. No Brasil, os programas de voluntariado empresarial chegaram pelas mãos das multinacionais de origem norte-americanas, sendo consistentemente estimulados pelo Programa Voluntários do Conselho da Comunidade Solidária, a partir de 1996. Importante marco desta estratégia foi a apresentação privada do Dr. Kenn Allen, realizada em 1998 para um grupo de grandes empresários, em iniciativa conjunta com o Instituto ETHOS. Foram relatados alguns bons exemplos internacionais na área, enquanto do Brasil as empresas Natura e C&A apresentaram suas experiências. Foi de iniciativa do Programa Voluntários do Conselho da Comunidade Solidária a primeira pesquisa sobre o tema realizada no Brasil , cuja execução ficou a cargo do Centro de Estudos em Administração do Terceiro Setor (CEATS), da Universidade de São Paulo. (Estratégias de Empresas no Brasil: Atuação Social e Voluntariado. Programa Voluntários do Conselho da Comunidade Solidária, CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola -, GIFE e Centro de Educação Comunitária para o Trabalho do SENAC-SP, São Paulo, abril, 1999.) O levantamento partiu de um questionário respondido por 273 grandes e médias empresas, das quais foram separadas 22 para um estudo qualitativo. Os resultados desta pesquisa não confirmaram a hipótese de “um único modelo brasileiro” de apoio ao voluntariado nas empresas. Ao contrário, encontraram-se vários tipos de incentivo e diversidade de estruturações, o que levou a compreender que o modelo do Brasil na área é algo cuja construção ainda depende de maior acúmulo de experiências. Concomitantemente, os conceitos aprendidos eram disseminados e levados à prática. Entre as empresas, BankBoston e NET Globocabo foram as primeiras a abrir suas portas para a equipe do Programa Voluntários, o que deu origem aos projetos “Participação Cidadã” e “Voluntários NET”. Outra frente foi a atuação junto aos Centros de Voluntários de todo o país. Realizado em São Paulo em outubro de 1999, o primeiro treinamento em voluntariado empresarial para Centros de Voluntários repassou metodologia para que eles pudessem dar assessoria às empresas de suas regiões.
Cresce o interesse pelo tema'
A partir deste trabalho pioneiro, o interesse pelo voluntariado empresarial tem crescido permanentemente: está na ordem do dia de praticamente todos os fóruns de cidadania empresarial, várias empresas criaram seus programas, muitas outras buscam informações e assessoria para fazê-lo. As universidades despertaram para o tema, ampliando assim a oferta de recursos e competências técnicas. Não há ainda dados disponíveis sobre quantas empresas no Brasil dispõem, efetivamente, de um Programa de Voluntariado interno, mas alguns levantamentos dão uma medida indireta do interesse no assunto Pesquisa realizada pelo Conselho de Cidadania Empresarial da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), com 553 indústrias, constatou que 89% realizam algum tipo de trabalho social. Destas, 42% estimulam a participação voluntária de seus funcionários em projetos de interesse da comunidade.(Empresas e Responsabilidade Social - Conselho de Cidadania Empresarial da FIEMG. Belo Horizonte, novembro, 2000.) Outra pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com o Programa Voluntários do CCS, (que envolveu 600 empresas de 107 municípios, em 21 Estados da Federação), indica que 65% das pequenas e micro empresas apoiam o voluntariado de seus funcionários, através de iniciativas como: divulgação das oportunidades de trabalho voluntário; apoio à formação de grupos de voluntários; estímulo à participação dos funcionários nas ações sociais da empresa; doação de recursos para projetos nos quais há funcionários da empresa envolvidos; e dispensa de funcionários, durante o expediente, para a realização de trabalho comunitário.(Pesquisa sobre Voluntariado Empresarial . Sebrae e Programa Voluntários. Publicada no boletim AGIR nº 10, São Paulo, fevereiro, 2000.)
A maioria desses dados, porém, refere-se a ações pontuais. Trata-se do apoio, mais ou menos difuso, ao espírito de solidariedade existente entre os funcionários de todas essas empresas. Mas sem dúvida é uma base fundamental para a criação de um Programa de Voluntariado Empresarial, que pressupõe algo mais permanente e estruturado.
Responsabilidade social e público interno O “boom” do voluntariado empresarial no Brasil está diretamente ligado à questão da responsabilidade social da empresa. Como ramos paralelos, desta raiz crescem o investimento social privado e as ações voluntárias, que muitas vezes se unem e somam esforços, embora esta não seja uma regra absoluta. A responsabilidade social começa dentro de casa (pelo menos assim deveria ser). Ou seja, o passo inicial de uma empresa responsável é criar uma bom clima organizacional. Assim, o apoio ao voluntariado dos funcionários acaba surgindo naturalmente, como uma conseqüência do clima interno, muitas vezes sem que a empresa perceba todo o alcance desta iniciativa. Na verdade, estimular as ações voluntárias tem o poder de levar o público interno a abraçar conceitos hoje vitais para a empresa, pois é a maneira mais completa de fazer com que também os funcionários assumam a idéia de responsabilidade social . Funcionários ainda pouco imbuídos do sentido de responsabilidade social podem pôr a perder toda uma política pacientemente construída. Ações impensadas podem causar um desastre ambiental, criar atritos com o consumidor ou com a comunidade. Uma das melhores maneiras de prevenir estes inconvenientes é estimular os funcionários a se envolverem em campanhas ecológicas, movimentos de defesa do consumidor, atividades de apoio à comunidade, o que tem um caráter educativo. E tudo isso pode ser direcionado para atender também aos objetivos da empresa. O certo é que não existe responsabilidade social sem a participação do público interno. São os funcionários que vão expressar na prática as atitudes da empresa, sejam elas responsáveis ou irresponsáveis. E, em última instância, isso independe da posição hierárquica que ocupem.
Criatividade e flexibilidade
“Um Programa de Voluntariado Empresarial é o apoio formal e organizado de uma empresa a empregados ou aposentados que desejem servir, voluntariamente, uma comunidade, com o seu tempo e habilidades”. A definição é da Points of Light Foundation, a mais importante instituição de estímulo ao voluntariado nos Estados Unidos. O apoio da empresa a seus voluntários pode assumir as mais diversas formas, de maneira que empresas de qualquer porte e de qualquer setor da economia podem ter eficientes programas de voluntariado. Uma grande companhia provavelmente vá apoiá-lo com mais recursos e maiores esforços de gerenciamento. Em compensação, uma pequena empresa poderá mais facilmente contar com a liderança direta do empresário, motivando a criatividade e entusiasmo de seus funcionários. Embora possa adquirir formas variadas e flexíveis, todo Programa deve seguir alguns princípios, sob pena de se descaracterizar. São as seguintes as características mais relevantes de um Programa de Voluntariado: Não é compulsório. Participa quem quer, na medida das suas possibilidades. Mas, uma vez tendo se comprometido, o voluntário deve cumprir as regras estabelecidas e executar suas tarefas com assiduidade e responsabilidade. Não é autoritário. O Programa precisa ser um espaço democrático, no qual os voluntários possam debater os rumos a seguir e influir nas decisões Não é autopromoção. As ações de voluntariado geram uma imagem favorável da empresa, o que ajuda em seus objetivos de negócio, de maneira eticamente legítima. Mas a mera visibilidade não pode ser seu fim, sob pena de cair no descrédito.