Tratado de Latrão
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As terras ocupadas hoje pelo Vaticano foram doadas à Igreja Católica em 756, por Pepino, o Breve, rei dos francos.
A independência do Vaticano só foi reconhecida em 11 de fevereiro de 1929, por meio do Tratado de Latrão, assinado pelo ditador fascista Benito Mussolini e o papa Pio XI.
Nesse tratado, a Itália reconheceu a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarando-o Estado soberano, neutro e inviolável. Por outro lado, a Igreja Católica renunciava aos territórios que havia possuído na Idade Média e reconhecia Roma como capital da Itália.
O acordo também garantiu ao Vaticano o recebimento de uma indenização financeira pelas perdas territoriais da unificação, fez o ensino religioso ser obrigatório nas escolas italianas e proibiu a admissão em cargos públicos dos sacerdotes que abandonassem a batina. Na época, a Itália considerou o catolicismo como religião oficial do país.
O tratado foi incorporado à Constituição italiana em 1947, com a condição de que o papa deveria jurar neutralidade eterna em termos políticos. O papa poderia actuar como mediador em assuntos internacionais, mas só quando fosse solicitado.
Em 1978, os termos desse acordo concordatário foram reformulados e o catolicismo deixou de ser a religião oficial da Itália, tornando-se um estado laico. Nesse mesmo ano, as relações do Vaticano com a Itália deterioram-se com a aprovação do divórcio naquele país.
Este tratado foi necessário pois, durante o processo de unificação da peninsula, a Itália gradativamente absorveu os chamados Estados Pontifícios. Em 1870, por exemplo, as tropas do rei Vítor Emanuel II entraram em Roma e incorporaram o Vaticano ao novo Estado. Na época, o papado recusou-se a reconhecer a nova situação e considerou-se "prisioneiro" do poder laico (não-religioso), dando inicio assim à Questão Romana.