Torre dos Namorados
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A aldeia de Torre dos Namorados, conhecida geralmente por Quintas da Torre, localiza-se na região Centro Interior de Portugal Continental num vale situado entre as cordilheiras das serras da Gardunha e Malcata.
Pertencente ao distrito de Castelo Branco e concelho do Fundão, a Torre dos Namorados não se constitui como sede de freguesia estando actualmente (2006) anexada à freguesia de Vale de Prazeres.
A Torre dos Namorados encontra-se situada na extremidade Este do concelho do Fundão numa zona de confluência de limites de concelho da raia: Penamacor e Idanha-a-Nova.
As freguesias vizinhas da Torre dos Namorados são as freguesias de Enxames, a Oeste; Mata da Rainha e Capinha, respectivamente, a Sul e a Norte. Na direcção nascente a localidade conflui com as freguesias de Pedrogão de S. Pedro e Penamacor, neste concelho raiano.
Da Torre dos Namorados conta-se uma lenda, ja relatada por José Germano da Cunha no livro "Apontamentos para a História do Concelho do Fundão,Lisboa, Tip. Minerva Central, 1892" segundo o qual, "(...) Proximo da torre tambem no referido anno de 1865 se viam ainda os vestigios dum grande tanque, conhecido por Tanque dos Mouros; e é tambem indubitavel que nas suas proximidades appareceram restos dum muito extenso aqueducto. A proposito disto corre uma lenda curiosa: certo alcaide ou governador mouro tinha uma filha, cuja posse era disputada por dois mancebos. Não sabendo o pae a qual delles a devia dar, disse-lhes que ella seria daquelle que primeiro acabasse a obra de que os ia incumbir. Um havia de construir uma torre, e o outro um tanque e o respectivo aqueducto. Estabelecidas as condições em que estes trabalhos tinham de ser feitos, começaram essas obras com o maximo desenvolvimento e actividade. Deu-se, porém, um caso singular e inesperado; as construcções terminaram justamente ao mesmo tempo. Seguiu-se o reclamarem os dois enamorados a mão da filha do alcaide, julgando-se ambos com egual direito. O mouro embaraçado e sem poder sahir bem de semelhante aperto, fez como Salomão, disse-lhes que a dividissem ao meio. Ella, ouvindo tão iniqua sentença, fugiu; mas foi alcançada pelos dois rivais, que, com effeito, a partiram pela cintura no sitio agora chamado Matta da Rainha. Acrescenta a tradição que a esse logar ficou o nome de Matta, porque o povo, quando os barbaros sarracenos perseguiam a rapariga, gritava: «mata, mata»."
O sector de actividade mais significativo da Torre dos Namorados é, quase exclusivamente, o primário.
A agricultura e a criação de gado são as actividades económicas de maior relevo numa região de transição entre a Serra e a Planície.
Desta forma, se bem que a propriedade se apresente maioritariamente em regime de minifúndio, há que reportar a existência de algumas propriedades que, não sendo ainda consideradas latifundiárias, apresentam características aproximadas.
Nas proximidades da Torre dos Namorados existe o lugar de "Covilhã Velha", localizado na "Serra da Canaveira", uma elevação média que separa a Torre dos Namorados do lugar de Vale da Teresa, na freguesia de Enxames e se integra na cordilheira da Serra da Gardunha.
Este local é do conhecimento da generalidade dos habitantes da Torre uma vez que, associada ao sítio também existe uma lenda.
Contudo, para além da lenda, achamos muito importante o que existe, realmente, na Covilhã Velha: nada mais que um pequeno castro quase desconhecido das autoridades regionais e nacionais. Parece que o castro data de 138 / 136 a.C. e, hipoteticamente, era aqui que se localizava a cidade lusitana de Cingínia referida por Valério Máximo. O castro teria sido destruído por Décimo Júnio Bruto ou na época de Júlio César. Encontrámos estas e outras informações sobre este local no Inventário do Património Arquitectónico da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
É com desagrado que constatamos que o castro da Covilhã Velha tem estado durante todos estes anos votado ao abandono. Pior ainda, tem sido sistematicamente destruído devido à ignorância de algumas pessoas que, aproveitando-se do "amontoado" de pedras previamente talhadas, as utilizaram para a construção das suas próprias habitações.
Lamentamos que tal tivesse acontecido e esperamos que a divulgação do facto contribua para que alguém se possa interessar mais pela "Covilhã Velha" e colabore na sua preservação.