Sinhazinha
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Sinhazinha é o título de um romance publicado em 1929 do escritor brasileiro Afrânio Peixoto, que retrata a vida no sertão baiano de Caetité, palco no século XIX de feroz luta travada entre os familiares de Castro Alves e as famílias Moura e Pinheiro-Canguçu.
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[editar] Um drama provocando a literatura
Sinhazinha retrata os períodos posteriores às lutas decorrentes do drama vivido pela tia do poeta Castro Alves, Pórcia de Castro, filha do Major Silva Castro, herói da Guerra de Independência da Bahia, raptada por Leolino - fazendo constante menção a este episódio.
Muito bela e jovem, Pórcia hospedara-se com a família em casa da família de Leolino, no povoado de Bom Jesus dos Meiras (atual Brumado). Apesar de casado, Leolino toma-se de amores por ela e, a tudo abandonando, realiza o rapto que engendrou a luta familiar, e que se arrastou por anos, e foi contada em diversos outros livros.
Em Sinhazinha Peixoto compara este drama a uma versão sertaneja da Guerra de Tróia.
[editar] Bibliografia do Rapto de Pórcia
- ABC de Castro Alves - de Jorge Amado;
- Uma comunidade rural do Brasil Antigo - Lycurgo Santos Filho;
- Idílio de Pórcia e Leolino - Dário Teixeira Cotrim.
[editar] Análise
Sinhazinha é uma bela jovem que, morando numa fazenda com seus pais, mostra-se arredia e avessa ao amor. Ao largo do romance, que na ficção procura apaziguar as famílias inimigas, o autor revela os hábitos rurais do sertanejo, com especial atenção para os festejos juninos do final do século XIX.
Também interessantes aspectos históricos e folclóricos, misturando personagens criados com reais, como por exemplo Aristides Spínola, são retratados, preservando assim o modus vivendi do lugar e do tempo. A forma como lidam com os problemas de saúde, a presença do livro chamado Schernowiz, manual polivalente e obrigatório nos ermos rincões, trazem um quadro da vida interiorana.
[editar] Excerto
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- Mas Tomé continuara. Leolino levara a moça seduzida à sua fazenda, cercara-a da proteção de guardas e, numa viagem a Caetité, os Castros e suas gentes vieram buscar a Dona Pórcia e a levaram...
- _ E lhe mataram o filhinho, a facão, para comida dos cães?