Saraband
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Saraband (PT) Saraband (BR) |
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Suécia 2003 ı cor ı 107min |
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Direção | Ingmar Bergman | |
Elenco | Erland Josephson Liv Ullman Börje Ahlstedt Julia Dufvenius Gunnel Fred |
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Roteiro | Ingmar Bergman | |
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Género | Drama | |
Idioma | Sueco Inglês Alemão |
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IMDB |
Saraband é um filme sueco feito para a televisão realizado pelo cineasta sueco Ingmar Bergman. Trata-se da continuação de um de seus filmes anteriores e série de TV, Scener ur ett Äktenskap (Cenas de um Casamento) .
Após, em 1973, ter dissecado 20 anos das vidas e casamentos de Marianne (Liv Ullman) e Johan (Erland Josephson) na série de TV (mais tarde transposta para filme) “Scener ur ett äktenskap”, literalmente Cenas de um Casamento, Ingmar Bergman conta a história das personagens em 2003 para tentar colmatar 30 anos de silêncio em “Saraband”.
Provavelmente para se manter fiel ao espírito de série de TV que caracterizou a “Scener ur ett äktenskap”, Bergman optou pelo cinema digital de alta-definição em deterimento da clássica película de 35 mm. Ao contrário do filme dos anos 70, que era caracterizado por uma fotografia fria e realista que acompanhava a história de duas pessoas e de quatro casamentos em tempo real, “Saraband”, tem uma fotografia quente, como se remetesse para uma nostalgia que o casal sente quando se reencontra 30 anos depois para relembrar o passado e percebe que os descendentes que os rodeiam vivem problemas semelhantes aos que estes haviam experienciado.
Tendo sido acusado amiúde de não proporcionar o calor e o conforto da película, o cinema digital consegue provar sem margem de dúvidas em “Saraband” que consegue criar a mesma intimidade e cumplicidade que o seu predecessor conseguia. Apesar de privado da sua “Lanterna Mágica”, a ilusão que o digital proporciona parece servir os propósitos de Bergman. O filme acaba por equilibrar aquilo que perde em textura com aquilo que ganha em definição. A opção de Bergman de prescindir de um Director de Fotografia específico não prejudica o filme, sendo que este consegue manter uma coerência visual ao longo das duas horas de duração.
Existe um sentimento de nostalgia que atravessa todo o filme, independentemente deste ser de facto, ou não uma sequela de “Scener ur ett äktenskap”. Esse sentimento é capturado pelo cineasta de uma forma quente e familiar, usando no início pálidos tons de pastel, castanhos, bordeaux, beijes e cinzentos, como se estivesse a representar aquela que parece ser a estação predilecta de Bergman, o Outono. À medida que o fim avança, e as lembranças dos conflitos de Marianne e Johan dão espaço aos conflitos de Henrik e da sua filha Karin, também os tons outonais dão lugar aos incisivos tons brancos e verdes-claros do inverno.