Romano IV
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Romano IV Diogenes (em grego: Ρωμανός Δ΄ Διογένης, Rōmanos IV Diogenēs), Imperador Bizantino de 1068 a 1071.
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[editar] Subida ao trono
Romano Diógenes era filho de Constantino Diógenes e membro de uma distinta família da Capadócia. Foi sucessivamente promovido no exército por serviços prestados, até ter sido condenado por uma conspiração para afastar do trono os filhos de Constantino X Ducas em 1067. Enquanto esperava para ser executado foi chamado à presença da imperatriz regente Eudóxia Macrembolitisa, que ficou de tal modo fascinada por ele que o perduou e casou-se com ele a 1 de Janeiro de 1068.
[editar] Campanhas contra os Turcos
Com este casamento Romano IV tornou-se co-imperador, lado a lado com Miguel VII, Constâncio Ducas e Andrónico Ducas, embora fosse o imperador sénior. Conduziu com êxito três campanhas contra os Turcos Seljúcidas, repelindo-os para além do Eufrates nos anos de 1068–1069. Em 1071 Romano IV preparou uma expedição em larga escala contra a fortaleza seljúcida de Manziquerta. Apesar de numerosas, as suas forças não tinham todas o mesmo grau de preparação e incluíam uma grande quantidade de mercenários.
[editar] A batalha de Manziquerta e a captura do imperador
Ao cabo de alguns sucessos iniciais na campanha, Romano IV travou a batalha de Manziquerta a 26 de Agosto de 1071. Ficou isolado do corpo principal do seu exército, o qual se pôs em fuga julgando morto o imperador. A retirada desordenada do exército bizantino deu azo a que o sultão seljúcida Alp Arslan capturasse Romano IV e infligisse uma derrota desastrosa ao exército deste.
Romano IV foi tratado respeitosamente pelo seu captor, que tinha dificuldade em acreditar que o guerreiro sujo e ferido trazido à sua presença fosse o imperador bizantino. Alp Arslan foi sempre cordial com Romano, e libertou-o em troca de um tratado de paz vantajoso e de um grande resgate.
Gibbon, no seu "Declínio e Queda do Império Romano", reproduz uma conversa entre Alp Arslan e Romano IV. Segundo Gibbon, quando o sultão pergutou ao imperador o que devia fazer-se com ele, o imperador respondeu: "se és cruel, tiras-me a vida; se dás ouvidos ao orgulho, arrastar-me-ás preso às rodas da tua quadriga; se sabes o que melhor para ti, aceitarás que te pague um resgate e mandar-me-ás para casa." Quando o sultão lhe perguntou qual teria sido o tratamento que receberia se tivesse sido ele o derrotado, Romano disse que o mandaria chicotear. O sultão deu então ao imperador uma palestra sobre a piedade cristã, e disse que não seguiria o exemplo dle, mas sim que lhe perdoaria e trataria como competia a monarcas."[1] John Julius Norwich, em "Bzyantium: The Apogee" também afirma que esta conversa, ou algo de materialmente equivalente, terá sido conservado pelos cronistas coevos. [2] Mateus de Edessa, um historiador arménio, também faz menção desta conversa entre o imperador e o sultão.
[editar] Traído pelos seus
Enquanto o imperador estava em cativeiro, a oposição decidira aproveitar a situação ao máximo. O César João Ducas e Miguel Psellus confinaram Eudóxia num mosteiro e levaram facilmente Miguel VII a declarar a deposição de Romano IV. Antes que Romano conseguisse reunir apoios foi atacado e derrotado por Constantino e por Andrónico Ducas, filhos do César João Ducas. Cercado por Andrónico Ducas numa fortaleza da Cilícia, Romano rendeu-se depois de prometer abdicar de todas as suas pretensões ao trono e de se retirar para um mosteiro. Enquanto estava a ser levado para Constantinopla, Romano foi ainda assim cegado (29 de Junho de 1072) e exilado na ilha de Prote. Os seus olhos foram tão brutalmente vazados que Romano morreu pouco depois da infecção dos ferimentos que lhe foram inflingidos.
Durante o seu reinado as forças de Roberto Guiscard tomaram Bari, em 1071, e o império bizantino perdeu as suas últimas posições em Itália. Incapaz de impedir os acontecimentos, Romano IV decidira dedicar-se aos problemas que afligiam o Império a Oriente.
[editar] Família
Com a sua primeira mulher, uma filha de Alúsio da Bulgária, Romano IV Diógenes teve pelo menos um filho:
- Constantino Diógenes, falecido antes de 1068
Com a sua segunda mulher, a Imperatriz Eudóxia Macrembolitisa, teve:
- Nicéforo Diógenes
- Leão Diógenes
[editar] Bibliografia
- (fontes imediatas) Miguel Psellus, Chronographia.
- The Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991.
- Edward Gibbon Declínio e Queda do Império Romano
- John Julius Norwich, Byzantium: The Apogee (Vol. II).