Rogério Sganzerla
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Se tem algum conhecimento sobre este assunto, por favor verifique a consistência e o rigor deste artigo.
|
Rogério Sganzerla (Joaçaba, 26 de novembro de 1946 — São Paulo, 9 de janeiro de 2004) foi um cineasta brasileiro.
[editar] Biografia
Desde cedo, Sganzerla manifestou sua vocação para o cinema. Casou-se com sua própria musa do cinema (a atriz Helena Ignez), viveu para o cinema e morreu fazendo cinema.
De natureza intelectual, leitor e escritor precoce, formado desde a adolescência na leitura de diversas tradições artísticas e de vanguardas mundiais.
Antes de começar sua produção cinematográfica, escreveu durante quatro anos para o jornal O Estado de S. Paulo, sempre sobre cinema. Em 1967 realizou seu primeiro curta-metragem titulado como Documentário. E em 1968 seu primeiro longa-metragem foi rodado, o consagrado O bandido da luz vermelha.
A partir daí realizou uma notória carreira como diretor de cinema. Sempre buscando a transgressão. Em toda a sua obra se vê uma força criadora e viva, deslocando-se visivelmente das idéias tradicionais e secas de grande parte do cinema contemporâneo, atual ou não.
Em 1970 fundou a produtora Bel-Air, juntamente de Júlio Bressane. Esta produtora foi responsável por filmes do diretor como O abismo, Copacabana mon amour e Sem essa aranha.
Pesquisador e pensador da imagem em sua duração e em seu movimento, criou novas relações de linguagem com uma nova forma de olhar para a tela. E dentro deste campo que se insere O bandido da luz vermelha.
"Estou buscando aquilo que o povo brasileiro espera de nós desde a chanchada: fazer do cinema brasileiro o pior do mundo”"(Em Jornal do Brasil, 1969)
Morreu em 2004, devido a um tumor no cérebro, apenas um breve tempo após realizar O signo do caos e sem realizar seu sonho: refilmar seu clássico O bandido da luz vermelha com Alexandre Borges no elenco.
"Agora seria em cores, menos intelectualizado, mais pop, mais gibi, e com atores globais no elenco. O Alexandre Borges seria perfeito para fazer o bandido"(Em: O Globo, 1998)
Inclusive, está feito e acabado o roteiro de Luz nas Trevas – A revolta de Luz vermelha.
[editar] Linguagem
Com influência direta na cinematografia de Orson Welles, Jean-Luc Godard, Michelangelo Antonioni e Samuel Fuller, além de utilizar com alta freqüência os clichês do filme noir e das pornochanchadas. Apresentou sempre um cinema de ruptura, inclusive com os próprios modelos. Ele fez da ironia sua marca registrada, do “antifilme” sua referência constante e da câmera na mão sua maior aliada. Bom-humor picante, linguagem próxima às histórias em quadrinhos, personagens bem (des)estruturados, ineditismo, sarcasmo da narrativa clássica, lentes anárquicas e debochadas, câmera imprevisível, radicalidade estética e temporalidade diferente e reflexiva, são as principais características que fazem do cinema de Rogério Sganzerla inexplicável em poucas palavras, dotado de limite-nenhum.
[editar] Filmografia
- 2003 - O signo do caos
- 1997 - Tudo é Brasil
- 1993 - Perigo negro
- 1992 - Oswaldianas
- 1989 - A linguagem de Orson Welles (curta-metragem)
- 1986 - Nem tudo é verdade
- 1991 - Isto é Noel
- 1990 - Anônimo e incomum
- 1981 - Noel por Noel (curta-metragem)
- 1981 - Brasil (curta-metragem)
- 1977 - O abismo
- 1976 - Viagem e descrição do rio Guanabara por ocasião da França Antártica (Villegaignon)
- 1970 - Copacabana mon amour
- 1971 - Fora do baralho
- 1970 - Carnaval na lama (Betty Bomba, a exibicionista)
- 1970 - Sem essa, aranha
- 1969 - Mulher de todos
- 1968 - O bandido da luz vermelha
- 1968 - HQ (curta-metragem)
- 1966 - Documentário (curta-metragem)